Artes/cultura
25/02/2013 às 09:30•3 min de leitura
Como você sabe, o placebo é um “santo remédio” para os pesquisadores de todo o mundo. Normalmente, trata-se de um procedimento ou substância inerte, utilizada para testar a eficiência de novos medicamentos e tratamentos médicos. Entretanto, o efeito acabou ficando famoso graças à sua importante ação psicológica, já que muitos pacientes se convencem de que estão sendo curados— e muitas vezes a melhora realmente é palpável.
Contudo, existem alguns aspectos sobre o efeito placebo que nem os pesquisadores conseguem explicar direito, e o pessoal do Blog do Curioso publicou uma interessante lista de fatos sobre essa poderosa arma farmacológica.
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Empresas responsáveis em desenvolver medicamentos para animais também utilizam placebos para testar novos medicamentos. E existem relatos sobre cães tratados com substâncias inertes que apresentaram resultados semelhantes ao grupo de bichinhos que recebeu o medicamento de verdade.
Outro exemplo do efeito em animais foi observado durante um estudo envolvendo ratinhos de laboratório, que foram levados a acreditar que o ambiente no qual se encontravam estava frio. Depois de os ratos se convencerem de que era “inverno”, os pesquisadores perceberam que o organismo dos animais provocou uma mobilização no sistema imunológico — que entrou em um estado dormente — com o objetivo de preservar energia.
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Alguns experimentos envolvendo o consumo de bebidas alcóolicas já demonstraram que os participantes que beberam apenas sucos ou refrigerantes, mas que acreditavam estar tomando coquetéis incluindo álcool, também apresentaram sintomas de embriaguez e tiveram o desempenho prejudicado durante testes e provas.
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Outro aspecto curioso sobre o efeito placebo é que fatores culturais também parecem afetar a forma como as pessoas reagem aos medicamentos. Assim, existem países onde o número de hipocondríacos é maior do que em outros, da mesma forma como algumas culturas preferem uma ou outra forma de apresentação — como injeções, pílulas etc. — dos remédios.
Na Alemanha, por exemplo, testes envolvendo fármacos inertes para tratar problemas de úlceras tiveram melhor resultado do que o mesmo estudo realizado aqui no Brasil. Da mesma forma, um tratamento para a hipertensão envolvendo a administração de pílulas falsas obteve um bom desempenho por aqui, enquanto entre os alemães o resultado foi bastante pior.
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Algumas vezes, até mesmo aqueles que sabem que estão tomando um remédio de mentirinha acabam apresentando resultados favoráveis. Durante alguns testes com pacientes que iniciaram um tratamento sem saber que estavam recebendo placebos, mas que foram informados depois sobre esse fato, os participantes demonstraram reações positivas e, muitas vezes, optaram por continuar a serem tratados com os medicamentos falsos.
Apesar de os médicos esperarem que os sintomas positivos fossem desaparecendo depois que os pacientes fossem informados sobre o tratamento com os placebos, a verdade é que os benefícios continuaram mesmo assim. Isso pode significar que, no futuro, talvez seja possível prescrever balinhas de açúcar para tratar determinadas doenças.
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Assim como acreditar nos benefícios de um medicamento pode levar a uma melhora geral no quadro de um paciente — e até mesmo à cura —, a crença de que determinado fármaco pode ter terríveis efeitos colaterais é capaz de provocar fortes reações adversas. Esse efeito contrário é conhecido como “nocebo”, o irmão maligno do placebo.
Assim, durante um famoso estudo realizado na Itália, por exemplo, envolvendo um medicamento para pessoas com e sem intolerância à lactose que poderia provocar problemas gastrointestinais, 44% dos participantes com intolerância relataram sintomas de desconforto, assim como 26% dos que não tinham problema algum.
Em outro estudo, um indivíduo que participava de um experimento com antidepressivos tomou 26 pílulas de placebo em uma tentativa de suicídio, e sua pressão arterial caiu drasticamente, apesar de ele apenas ter engolido um punhado de balinhas de açúcar.
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A resposta a alguns tipos de placebo também depende da cor, formato e tamanho dos medicamentos falsos. Assim, um estudo apontou que as cápsulas de cor vermelha deixam os pacientes mais alertas e ativos, enquanto as de cor amarela funcionam bem para tratar a depressão. Da mesma forma, os remédios de cor branca ajudam a aliviar os problemas estomacais, e os de cor verde são ótimos para tratar a ansiedade.
Além disso, a quantidade e a frequência das doses também determinam a eficácia do tratamento, e as pílulas com marcas estampadas em suas superfícies parecem funcionar melhor do que as que não possuem marca nenhuma, que parecem ser mais “falsas”.