Ciência
18/07/2018 às 02:00•2 min de leitura
Certamente, você já percebeu isso. Por aspectos culturais ou simplesmente pelo hábito e facilidade, muitos pais insistem em dar roupas, presentes e brinquedos em geral com cores que correspondam aos gêneros dos filhos – azul para os meninos e rosa para as meninas. De vez em quando, o amarelo e o verde também aparecem, como cores mais neutras, senão caímos no padrão duo das cores principais (que muitas vezes também servem para identificar o sexo dos bebês).
Desde crianças, esses estereótipos são reforçados nos pequenos em muitos países, mas por quê? Quem definiu que o azul é a cor dos meninos e o rosa é das meninas? Vamos entender um pouco desse costume relativamente mundial. Dois neurocientistas da Universidade de Newcastle, Inglaterra, estudaram diferentes casos para obter as respostas. Jovens chineses e ingleses de ambos os sexos e entre 20 e 26 anos foram selecionados para os testes.
Os estudos consistiam em formas geométricas que exibiam diferentes tonalidades de cores próximas ao vermelho e ao azul, às vezes mais escuras e às vezes mais claras, que deviam ser escolhidas pelas pessoas com base nas suas preferências. No primeiro teste, grande parte dos homens e das mulheres selecionaram as tonalidades de azul como preferidas.
Quando os tons foram completamente misturados, os homens preferiram as tonalidades mais mescladas e escuras. No entanto, as mulheres preferiram os tons que fugiam dos mais fortes e que pendiam para o vermelho, o lilás e o rosa. Com base nesses pequenos dados, os cientistas declararam que as preferências por gênero podem ser naturais e não impostas.
Entretanto, o experimento foi criticado por muitos especialistas, já que foi realizado em jovens adultos que receberam influências dessas cores de acordo com seu gênero desde que nasceram. Porém, por eles serem de regiões tão diferentes (China e Inglaterra), foi concluído que as cores são designadas para identificar as pessoas nas mais diferentes culturas – e que isso é bastante comum. Em quase todos os locais o rosa é sinônimo do feminino, enquanto o azul é do masculino.
Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock
Em outras palavras, isso quer dizer que as preferências por tons podem ser mais biológicas do que impostas culturalmente. Por mais que esse não seja um consenso entre os especialistas, é uma das teorias que os cientistas de Newcastle apontam.
Segundo eles, os testes não puderam ser feitos em crianças porque elas não identificaram seu gênero perante a sociedade – e é justamente nesse ponto que outros especialistas entram em conflito: se as crianças ainda não identificaram seu gênero, suas escolhas pelas cores favoritas não seriam mais verdadeiras?
As teorias e os conflitos entre os especialistas não param por aí, e existem muitas outras suposições de por que insistimos em nos classificar por gêneros através das cores. Entretanto, sabemos que não há absolutamente nada de errado se alguns meninos quiserem vestir roupas cor-de-rosa e as meninas, azuis. Depois que crescemos, podemos fazer nossas próprias escolhas. E você, o que acha disso?
*Publicado originalmente em 15/11/2013.
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