Ciência
13/01/2014 às 06:30•3 min de leitura
A história que você vai conhecer a seguir, se é que ainda não conhece, talvez mude um pouco a sua forma de ver as pessoas. No decorrer desse texto, vamos fazer algumas perguntas a você, leitor, para que, talvez assim, você consiga ser mais tolerante com o próximo e, claro, com você mesmo.
Por que toda essa conversa? Para contar a história de uma jovem de 25 anos chamada Lizzie Velasquez, que quando ainda era criança recebeu o título de “a pessoa mais feia do mundo”. Lizzie é portadora de uma síndrome genética extremamente rara – só ela e mais duas pessoas no mundo foram diagnosticadas.
Quando nasceu prematuramente pesando menos de 1 kg, as perspectivas de Lizzie não eram as melhores e os médicos alertaram a família sobre a possibilidade de ela não resistir ou, no caso de viver, apresentar sérios problemas mentais e motores.
Fonte da imagem: Reprodução/Obviousmag
O fato é que Lizzie sobreviveu, aprendeu a andar e a falar, como qualquer outra criança, e sempre foi uma menina esperta e inteligente. O único problema é que Lizzie nunca conseguiu ganhar peso, de forma alguma – ela nunca pesou mais do que 30 quilos.
Lizzie cresceu ouvindo comentários negativos, piadinhas e prognósticos de que não seria capaz de fazer nada. O fato é que, desde que nasceu, nunca deu importância ao que diziam sobre ela. Era para ter morrido, não morreu; era para ter crescido sem falar ou andar e não foi o que aconteceu; foi vítima de preconceito e bullying, mas não desistiu de correr atrás de seus sonhos.
Em uma palestra sua no programa TED, ela conseguiu mostrar ao mundo toda a sua desenvoltura, graça e delicadeza, fazendo com que as pessoas da plateia fossem do riso ao choro com seus desabafos e conclusões bem-humorados.
Fonte da imagem: Reprodução/Strangeorwhat
Se por um lado ela não pode engordar, por outro pode comer o que quiser sem se preocupar – o que, convenhamos, é o sonho de muita gente por aí. Em certo momento, ela brinca dizendo que pode ser considerada feia, mas que tem um cabelo maravilhoso.
Segundo ela, os problemas começaram quando começou ir à escola e percebeu que as crianças a olhavam de uma maneira diferente e que nenhuma queria brincar com ela ou fazer companhia. Foi então que Lizzie decidiu perguntar a seus pais qual era seu problema e ela ouviu a resposta: “A única coisa diferente em você é que você é menor do que as outras crianças, você tem uma síndrome, mas isso não vai definir quem você é. Vá para a escola, sorria, levante a cabeça, continue sendo você mesma e as pessoas vão perceber que você é igual a elas”. Que conselho, hein!
Fonte da imagem: Reprodução/DailyMail
Foi isso o que ela fez. E é por isso que ela pergunta às outras pessoas ainda hoje: “O que define você?”. Você, leitor, já parou para pensar nisso? Você é o quê? As coisas que faz, o que aprende, a relação que tem com as pessoas à sua volta ou é apenas a imagem que vê no espelho?
Lizzie demorou a perceber que o que a definia não era a sua aparência. Quando era infeliz com a imagem que via no espelho, ela sonhava com situações impossíveis, como que iria acordar “normal” em um belo dia e, porque isso não acontecia, todos os dias ela se decepcionava. Você já parou para pensar que pode estar fazendo o mesmo com a sua vida?
Um dos episódios contados por Lizzie foi a respeito de um vídeo sobre ela, divulgado na internet, chamando-a de a mulher mais feia do mundo. Um dos comentários dizia o seguinte: “Faça um favor ao mundo e se mate”. Lizzie, logicamente, ficou arrasada quando viu que pessoas que nem a conheciam estavam falando para ela cometer suicídio.
Fonte da imagem: Reprodução/DailyMail
Foi então que ela resolveu não deixar esse tipo de coisa definir quem ela é. Afinal, ela é uma pessoa inteligente, extrovertida, divertida, com uma ótima família, bons amigos e com talento para escrever. Por que deixar que ofensas vindas de desconhecidos interfiram na visão que ela tem dela mesma?
Lizzie estabeleceu metas e decidiu que queria dar palestras, fazer faculdade, escrever um livro e ter uma família. Alguns anos depois, é isso o que ela faz: ministra palestras motivacionais em vários lugares, já terminou a faculdade de Comunicação e está trabalhando em seu terceiro livro. Lizzie usou toda a negatividade das pessoas preconceituosas à sua volta para se motivar e correr atrás do que queria.
E você, o que quer fazer com a sua vida? Quais são seus objetivos e como você pretende alcançá-los? Se você tiver alguma lembrança ruim, algum momento traumático, alguma experiência com bullying, lembre-se disso tudo e use essas experiências a seu favor. E, se você é do tipo que julga as pessoas pela aparência, será que não está na hora de mudar um pouquinho?
Para assistir à palestra de Lizzie, confira o vídeo abaixo – ele está em inglês, mas você pode ativar legendas automáticas, se quiser.