Estilo de vida
07/04/2014 às 11:08•3 min de leitura
Abilolado, biruta, doido, louco, maluco, pinel: são muitos os nomes que as pessoas que apresentam distúrbios mentais recebem. Porém, mesmo com uma grande diversidade de nomes, estudos já demonstraram que os psicopatas têm muito em comum.
As pessoas que apresentam esse tipo de doença somam apenas 1% da população mundial, mas isso é mais do que suficiente para que muitos especialistas façam deles seus fascinantes objetos de estudo. A partir dos pesquisas realizadas, descobriu-se que os psicopatas são pessoas que não sentem culpa, que são extremamente impulsivas e muito manipuladoras.
Mas existem pesquisas recentes que apontam muitos outros traços que podem formar um psicopata. Para ficar por dentro de mais curiosidades interessantes sobre esse distúrbio mental, não deixe de conferir o artigo. Será que você conhece alguém que se encaixa nessas características?!
Fonte da imagem: Shutterstock
Medo é um sentimento tão comum que nos parece estranho que algumas pessoas não sejam capazes de reconhecê-lo. Mas mesmo com uma expressão facial facilmente reconhecível, os psicopatas não conseguem compreender essa sensação.
Isso ficou confirmado em um estudo realizado na Georgetown University (EUA), em que 36 crianças de 7 a 10 anos fizeram um teste em que era preciso reconhecer expressões faciais. A maior parte delas não teve problema algum em distinguir rostos neutros, raivosos e aterrorizados. Porém, aquelas que demonstravam tendências psicóticas simplesmente não conseguiam entender o que as expressões de medo significavam.
Descobriu-se que essa incapacidade está relacionada às amídalas cerebelosas, estruturas que controlam a resposta ao medo e que são menores nos psicopatas. Essa diferença de tamanho faz com que as pessoas não consigam interpretar o medo, mas aparentemente não afetam nenhuma outra sensação.
Isso faz com que os psicopatas também tenham problemas para sentir e demonstrar medo, além de não saberem como responder a esse sentimento. Certa vez, uma psicopata que participava de um estudo semelhante declarou: “Eu não sei como essa expressão se chama, mas sei que é assim que as pessoas ficam antes de eu esfaqueá-las”.
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Se você se interessa pelo assunto, já deve ter se perguntado o que leva os psicopatas a matar e o que faz deles tão manipuladores. Eis que o comportamento desse tipo de pessoa está diretamente relacionado à dopamina – um neurotransmissor que ativa o centro de recompensas no nosso cérebro, causando a mesma sensação que temos quando nos apaixonamos, comemos chocolate ou usamos drogas.
A diferença é que para os psicopatas a necessidade é maior e a sensação é mais intensa – é como se eles fossem viciados em dopamina. Um estudo da Vanderbilt University (EUA) administrou anfetamina para induzir a produção de dopamina em 30 voluntários com tendências psicóticas. Através da radioatividade, os pesquisadores conseguiam medir a quantidade de neurotransmissores produzida e notaram que aqueles que se mostravam altamente antissociais – com um desejo e impulso de controlar os outros – produziam muito mais dopamina do que as outras pessoas.
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Um levantamento realizado em 2013 na Universidade de Oxford (Inglaterra) reuniu as profissões que mais contam com psicopatas. Descobriu-se que muitas das pessoas com distúrbios mentais se tornaram policiais, advogados e cirurgiões. No entanto, a posição mais ocupada pelos psicopatas foi a de diretor-executivo.
Tal pesquisa confirma os resultados de um estudo de 2010 em que 203 executivos responderam questionários para avaliar seus traços psicóticos. O pesquisador responsável concluiu que 1 a cada 25 entrevistados era psicopata – número muito superior ao índice geral da população.
Essa é uma má notícia para o mundo corporativo, já que os psicopatas costumam ser péssimos líderes e não se dão bem com outras pessoas. Em geral, se eles não conseguem manipular seus empregados, tendem a usar a força e táticas de terror.
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Em uma pesquisa realizada por psicólogos de várias universidades canadenses, internautas responderam a perguntas como: “Quanto tempo você passa online?” e “Você faz comentários no YouTube?”. Além disso, os participantes precisavam indicar se concordavam ou discordavam de frases como “Eu gosto de trollar as pessoas em fóruns ou nos comentários de sites”, “Eu gosto de bancar o vilão em jogos e torturar outros personagens” e “Já mandei pessoas para sites chocantes só por diversão”.
Os resultados mostraram que os trolls apresentam muitas características da chamada “tétrade sombria”, que é uma intersecção de quatro tipos de personalidade – sádica, maquiavélica, narcisista e psicótica. Pessoas com esse tipo de personalidade gostam de ferir os outros, são desonestas e não guardam remorsos por suas ações.
Os pesquisadores também apontaram que existe uma ligação entre essas características e o tempo que se passa trollando as pessoas na internet, o que pode dar início a um círculo vicioso de psicopatia.
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Em setembro de 2013, dois pesquisadores decidiram catalogar todos os odores conhecidos pelo homem. Eles descobriram que os humanos eram capazes de identificar dez tipos de cheiros. Enquanto a maior parte das pessoas não tem problema em reconhecer o aroma de um queijo gorgonzola ou o cheiro de grama recém-cortada, o mesmo não acontece com os psicopatas.
Isso acontece porque as pessoas que apresentam esse tipo de distúrbio mental têm uma menor atividade nos córtices orbitais. Assim, além de afetar sua capacidade de controlar os impulsos, isso também prejudica a habilidade de detectar cheiros. Um estudo realizado na Macquarie University (Austrália) comprovou que, quanto maior a tendência à psicopatia, pior era o desempenho paciente em identificar odores.
Essa descoberta pode ser fundamental para o diagnóstico dos distúrbios mentais. Isso porque os psicopatas são conhecidos por burlar avaliações psicológicas com respostas imprecisas, mas um teste olfativo seria muito mais difícil de ser fraudado.
Para conferir todos os estudos citados na matéria, não deixe de acessar o List Verse.