Estilo de vida
27/11/2017 às 04:00•3 min de leitura
Se você conhece pessoas sonâmbulas, então você sabe que, embora elas pareçam estar acordadas e, dependendo do caso, inclusive interajam com os demais e realizem atividades complexas como sair de casa e até dirigir veículos, elas não são conscientes do que estão fazendo. Aliás, se você já tentou conversar com alguém durante um episódio de sonambulismo, deve ter presenciado um comportamento bem estranho.
Além disso, os sonâmbulos podem reagir de maneira irracional e violenta quando alguém tenta despertá-los. Afinal, eles podem estar vivenciando um pesadelo e, portanto, em determinadas circunstâncias, não podemos descartar a possibilidade de que eles ataquem familiares e amigos sem querer, confundindo essas pessoas com os personagens de seus sonhos. Mas, e matar alguém enquanto se está dormindo, isso é possível?
Existem casos de sonâmbulos que cometeram assassinatos e alguns deles se livraram da cadeia depois de ficar demonstrado que não tinham intenção de matar nem consciência do que estavam fazendo. O pessoal do Today I Found Out publicou um artigo sobre esses indivíduos, e você pode conferir a história de três deles a seguir:
O caso aconteceu nos EUA em 1845, e Tirrell se tornou o protagonista de um dos primeiros casos de assassinato cometido durante um episódio de sonambulismo de que se tem notícia. Tudo aconteceu quando Mary Ann Bickford, amante de Tirrell, foi encontrada morta — com um corte na garganta de mais de 15 centímetros de longitude e 7,5 de profundidade, uma das orelhas cortadas e o corpo queimado — na pensão onde ela morava.
Tirrell era casado e o relacionamento dos dois era bem conturbado. Contudo, embora tenha tentado escapar da cidade — Boston — devido a uma acusação anterior de adultério, o próprio cunhado de Tirrell contou às autoridades que ele pareceu surpreso ao saber da morte de Mary. O advogado de defesa se baseou em diversos exemplos e no testemunho de familiares sobre o histórico de sonambulismo de Tirrell para livrá-lo da prisão.
Jules, de 32 anos, vivia com Edward — o pai, de 83 anos — em Manchester, na Inglaterra e, segundo os vizinhos, os dois tinham um bom relacionamento. No entanto, depois de beberem um bocado uma noite, Jules acordou no dia seguinte e encontrou o pai caído na entrada da garagem de casa. Lowe teve um episódio sério de sonambulismo e espancou Edward até a morte, e os investigadores descobriram 90 ferimentos no corpo do cadáver.
Jules conseguiu provar que não tinha qualquer memória do que havia acontecido na noite em que matou o pai, e o júri o considerou inocente do crime. No entanto, o sonâmbulo foi detido por ordem hospitalar e considerado insano.
Na véspera de um evento familiar, Kenneth Parks, que havia caído no sono na sala de casa, se levantou abruptamente, vestiu o casaco e saiu de carro. O canadense então se deslocou mais de 20 quilômetros até a residência dos sogros, local onde a reunião deveria acontecer. Lá, o sonâmbulo quase estrangulou Donald, o sogro, e matou Barbara — a sogra — depois de espancá-la e esfaqueá-la diversas vezes.
No ataque, Kenneth rompeu os tendões flexores de todos os dedos das mãos e foi visto pela cunhada adolescente — que ainda vivia com o casal — grunhindo como um animal. Mais tarde, depois de acordar, o sonâmbulo se apresentou à polícia dizendo que acreditava ter matado alguém. Segundo testemunhos, Kenneth se dava bem com os sogros e não tinha motivo para ferir ninguém. Ele foi absolvido da acusação de homicídio.
Vale destacar que os casos acima são exceções, já que existem registros de sonâmbulos que cometeram crimes enquanto dormiam e foram condenados mesmo assim. Assim, os especialistas apontam que algumas situações devem ser evitadas para prevenir episódios, como o estresse emocional e físico, ficar longos períodos de tempo sem dormir e consumo de álcool, soníferos e outras drogas.
Mas, caso você tenha que lidar com um sonâmbulo, embora aquela história de que não podemos acordar uma pessoa nesse estado seja um mito, nunca faça isso aos chacoalhões! No entanto, antes você deve tentar guiá-lo — com calma e delicadamente — de volta para a cama e ficar por perto para evitar que ele se machuque. E, se você tiver que despertar o dorminhoco, faça isso através de ruídos altos.
*Publicado em 24/6/2014