Artes/cultura
11/08/2014 às 06:11•4 min de leitura
Educar os filhos é uma tarefa complicada. Exige criatividade, autoridade, persistência, determinação... Como cada criança age de um jeito, alguns pais têm mais facilidade em impor limites do que outros. Mas é óbvio que todos eles precisam estabelecer regras para que os pequenos as respeitem. Castigo? Palmada? Conversa?
Cada um tem o seu modo de agir, o que pode agradar ou não às outras pessoas. Mas existem algumas dicas básicas que todos os pais (e avós, tios...) podem seguir e que ajudam na educação de uma criança. Porém, isso não é uma receita de bolo, cada família precisa se adequar à sua realidade e à realidade de seu filho. Não custa tentar.
Você estabelece uma regra e impõe para o seu filho. Porém, ele exige que você também a siga. Isso é bem comum no processo de educação, mas nem sempre pode ser aplicada. Os limites são para os filhos, não para os pais. São as crianças que estão sendo educadas, não os seus progenitores. É sempre bom ter isso em mente.
É óbvio que os pais precisam ser o exemplo, isso é muito importante para a fixação do aprendizado. Mas é essencial saber que isso parte de cada adulto, não é obrigação, como também não é permitido que os pequenos ditem regras similares e as apliquem. Se isso está acontecendo na sua casa, é melhor cortar.
É quase óbvio que, se você falou, você deve cumprir. Portanto, se você estabeleceu uma regra e disse qual seria a consequência se o limite fosse quebrado, deve colocar em prática. É uma lógica e, dessa forma, a criança vai saber que você não está falando por falar e respeitará o que você estabeleceu sem questionar.
Porém, assim como a consequência não pode “ser deixada pra lá”, também não devem durar muito tempo, meses, por exemplo, tampouco que sejam permanentes. A criança precisa estar ciente do motivo pelo qual foi punida. Se o castigo for por tempo indeterminado, chegará uma hora que ela não saberá mais a razão e se sentirá injustiçada.
Muitos pais têm medo de colocar regras e limites para crianças pequenas, mas começar com esse processo de educação o quanto antes vai permitir que os filhos saibam respeitar os pais no exato momento de cada etapa de sua vida. E acredite: mesmo os pequenos com muito pouca idade já compreendem o que você quer dizer.
Comece impondo regras como o horário certo para comer, de tomar banho, de ir para a cama. Faça tudo exatamente do mesmo jeito, todos os dias. Com certeza, você terá menos problemas quando precisar mandar seus filhos para a escola ou fazer a lição de casa, por exemplo, pois eles saberão que você não está de brincadeira.
Você estabeleceu a regra e a aplicou. Explicou os atos e consequências para o seu filho e fez com que ele entendesse tudo direitinho. Tudo certo. Agora, deixe que a criança se vigie e cuide do próprio comportamento. Nada de ficar repetindo a mesma regra a todo momento, cansando a criança e até a si mesmo.
Isso, muitas vezes, vai acabar fazendo o seu filho ter vontade de ver o que acontece caso ela quebre aquela regra tão fixada. E, caso ela faça isso, volte para a dica 2 dessa lista: aplique a consequência firmemente. Assim, você estará mostrando para a criança que tudo o que disse é válido e que você dá a palavra final.
Alguns pais vão se perguntar: devo estabelecer limites até que meu filho esteja com que idade? Isso é relativo, cada família tem sua própria cultura, cada filho tem o seu modo de agir. Mas, definitivamente, não existe uma idade-limite para deixar de aplicar as regras. Isso deve acontecer enquanto os filhos dependerem dos pais.
Desde bebês até a idade adulta, se eles moram debaixo do seu teto, seus filhos precisam de você, de alguma forma. Então é preciso aplicar regras para uma boa convivência, sem que eles passem por cima da sua autoridade. Quando forem independentes e autossuficientes, eles estabelecerão as regras da própria casa.
De nada adianta você criar uma regra, estabelecê-la, mas, quando for aplicá-la, acabar vendo que ela é falha. Por isso, é muito importante ver e rever os limites quantas vezes forem necessárias para que, na hora de colocá-los em prática, saber mostrar para as crianças o que foi exatamente que elas fizeram e quais regras quebraram.
Regras falhas são perigosas porque os filhos sempre acabam encontrando um jeito de burlar o que você estabeleceu, e então você não terá como discutir. É bom que os pais criem as regras em conjunto, mesmo que sejam separados. Assim, a criança vai saber que o que vale na casa de um também vale na casa do outro.
Dependendo da idade do seu filho, talvez ele não tenha discernimento do que é certo e errado e cabe a você estabelecer os limites. Porém, a partir da saída da idade infantil para a adolescência, eles sabem exatamente o que fazem, o que é bom ou ruim, o que está de acordo com as suas exigências ou não, enfim.
Por isso, pode ser interessante que eles participem na definição das regras e limites. O que acontece se eles fazem isso ou aquilo, qual a opinião deles sobre alguns atos, o que eles acham sobre o que você julga errado, entre outras coisas. Porém, deixe claro que é você quem dá a palavra final e determina a regra na sua casa.
Seja constante e coerente nas regras. Se você mesmo quebra os limites estabelecidos, acaba perdendo a credibilidade diante dos seus filhos. Parece óbvio que eles pensarão: “Se ele próprio não pôde cumprir o que falou, o que pode falar sobre mim?”. Pulso firme são as palavras de ordem para uma boa educação.
Crie as regras com coerência, de modo que se adapte ao cotidiano da família e que todos os que vivem sob o mesmo teto possam colaborar com a educação da criança. Cada família tem a sua realidade e é muito importante que os limites se adequem perfeitamente para que você também não faça com que seu filho tenha uma justificativa por uma falha.
Se você estabelece uma regra para o seu filho, ela também se aplicará para os amigos que os visitam dentro da sua casa. E você deve se assegurar de que a criança ou adolescente explique as regras para as outras pessoas, a fim de que toda a família não seja mal entendida e todos possam conviver harmoniosamente.
Dois exemplos: se você não quer que seus filhos brinquem no sofá, eles próprios devem dizer aos amigos que, na sua casa, isso é proibido. Ou se você não permite que seu filho adolescente consuma bebida alcóolica dentro de sua residência, é preciso se assegurar que os amigos deles saibam que a festa em sua casa não terá nada do tipo.
Antes de sair de casa, lembre seus filhos que as mesmas regras que você aplica ali valem também para quando estão fora. Deixe claro que se acontecer alguma quebra de limite quando estiverem na casa de alguém, as consequências serão aplicadas quando chegarem, sem chance de fuga. E, se necessário, assim o faça.
Tente conversar com os avós da criança para que eles não permitam coisas que você não goste, como comer na frente da TV, por exemplo. Se algo assim acontecer, lembre seus filhos de que aquilo aconteceu somente uma vez, porque os avós deixaram, mas que não voltará a acontecer, nem ali nem na casa de vocês.
Estabelecer regras, impor limites e aplicar as consequências para os filhos, principalmente quando eles são pequenos, pode ser complicado e até mesmo dolorido para os pais. Mas isso resultará em adultos responsáveis e que sabem respeitar o mundo em que vivem. Um serviço que os pais oferecem aos filhos com resultado a médio e longo prazo.