6 sinais que ajudam a descobrir se um relacionamento é abusivo

11/09/2015 às 13:063 min de leitura

Enquanto os casos de violência doméstica aumentam absurdamente em nosso país, é fundamental que haja cada vez mais informações que nos ajudem a combater esse problema – só para você ter ideia, 43,5 mil mulheres foram mortas no Brasil em decorrência de violência doméstica na última década, e em 30 anos o número de assassinatos teve um aumento de 217,6%.

Não se pode generalizar, mas muitos casos extremos poderiam ser evitados se soubéssemos reconhecer um relacionamento abusivo desde o início. Normalmente, o abuso aparece depois de um começo de relação normal, cheio de carinho e romance. Nesse sentido, vale conferir as dicas dadas pelo psicólogo Antonio Borrello, colunista do Huffington Post, que elencou alguns sinais de que você ou alguma pessoa próxima pode estar em um relacionamento abusivo. Confira:

1 – Quando o relacionamento está evoluindo rápido demais

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Se uma semana depois do primeiro encontro a coisa já virou namoro, se o telefone não para de tocar, as mensagens chegam a todo o momento e um mês depois do primeiro beijo a ideia já é morar junto, desconfie. O parceiro abusivo geralmente convence a outra pessoa de que eles são perfeitos um para o outro e de que as coisas vão rápido demais porque foi um caso de amor à primeira vista, encontro de almas gêmeas e por aí vai.

Toda essa demonstração excessiva de “amor” acaba fazendo com que a outra pessoa do relacionamento fique sob controle do agressor, e isso é fundamental para ele no futuro.

2 – Quando há expectativas irreais

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O parceiro abusivo geralmente espera viver um relacionamento digno de conto de fadas e, depois de conquistar a confiança do parceiro, faz questão de construir uma relação à base de estereótipos de gênero. Os agressores são, geralmente, homens machistas que acham que a mulher precisa ficar em casa lavando louça enquanto ele trabalha para prover a família. É o cara que fica bravo quando chega em casa e o jantar não está pronto ainda. A felicidade do opressor depende sempre das atitudes da parceira.

3 – Quando a pessoa tem a sensibilidade à flor da pele e muito ciúme

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Os agressores costumam responder de maneira exagerada a situações comuns, comentários, piadas e afins. Isso acontece porque têm baixa autoestima e, por isso, acreditam que tudo o que acontece à sua volta é uma espécie de ataque pessoal. Ficam ofendidos facilmente e se abalam até mesmo diante de uma crítica construtiva.

O abusador é o tipo de pessoa que não aceita que ninguém discorde do que ele diz e não aceita que sua parceira sequer olhe para os lados – se for para um homem, então, já é o suficiente para que ele tenha certeza de que está sendo traído.

4 – Quando há muitos presentes e mimos

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Se uma pessoa começa a encher você de presentes e, especialmente, se isso deixa você desconfortável a ponto de não ter mais vasos em casa para colocar tanta flor, eis mais um típico sinal de alerta. Todo esse excesso de recompensas materiais não passa de uma desculpa para que depois o acusador tenha o argumento “mesmo depois de tudo o que eu fiz por você?”.

5 – Quando a pessoa não quer que você tenha uma vida social

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O agressor geralmente implica com todas as pessoas do círculo social do parceiro. Os amigos não prestam, os colegas de trabalho são chatos e os familiares, invasivos demais. Dessa forma, ele consegue fazer com que a outra pessoa se sinta culpada por sentir vontade de ver amigos e familiares com mais frequência.

6 – Quando a pessoa é agressiva com os outros

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É importante sempre prestar atenção no que os amigos próximos do seu parceiro falam sobre ele. Idem para familiares e colegas de trabalho que você eventualmente venha a conhecer. Da mesma forma, observe como ele trata o garçom ao reclamar que a comida foi servida fria ou sem tempero.

A pessoa que compra briga no trânsito, que discute com desconhecidos na rua por motivos banais e que perde a cabeça fácil pode ser, sim, uma pessoa abusiva e, inclusive, violenta.

***

Se esses sinais estiverem presentes na pessoa com quem você está se relacionando, tente pedir a opinião de algum amigo próximo em quem você confia. Se ainda não houve algum episódio de agressão física, tente conversar com o seu parceiro; mas, se qualquer tipo de agressão já aconteceu ou venha a acontecer, não deixe de denunciar, de procurar a Delegacia da Mulher do seu município e, se puder, orientação psicológica.

Alguns de nossos leitores homens geralmente criticam essas postagens. A eles, explicamos que 68,8% dos casos de mulheres que são mortas por questão de gênero – a esse crime, chamamos “feminicídio” – acontecem dentro de casa. Esse dado pode até não fazer sentido para quem vive em um ambiente ideal, onde esse tipo de violência não acontece. De qualquer forma, é fundamental, como um exercício de cidadania, divulgar informações que possam ajudar quem vive em relacionamentos abusivos.

É lógico que muitos homens também vivem em relacionamentos abusivos, tanto em casos de relação homossexual quanto heterossexual. Ainda assim, o número de mortes é muito menor. No caso das mulheres, somente em 2011, foram 73.633 registros de violência doméstica – fora, é claro, os casos que não chegam a ser denunciados.

Para falar com o Central de Atendimento à Mulher, ligue 180. 

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