Medo de palhaços ou bonecas? Entenda a psicologia por trás disso

17/06/2017 às 03:003 min de leitura

De repente alguém se encontra em uma situação estranha em que sente um mal-estar, arrepios e a sensação de que algo está muito errado. Não há dúvidas: essa pessoa se deparou com algo arrepiante, que lhe causa calafrios.

Entretanto, há circunstâncias em que, aparentemente, não há explicação para isso, mas mesmo assim os sentimentos estranhos aparecem e envolvem os indivíduos. Esse é o caso de muitas pessoas que apresentam medo ou aversão às figuras de palhaços e bonecas.

Nós já explicamos por aqui o que faz alguns terem medo dos ícones circenses de nariz vermelho quando publicamos “por que a pessoas têm medo de palhaços?”. Agora, uma análise apresentada pelo site Knowledge Nuts revela detalhes da psicologia por trás de imagens e hábitos que podem ser arrepiantes para uma considerável parte da população.

Entre esses itens aterrorizantes, certamente estão os palhaços e as bonecas. Os primeiros são figuras constantes em filmes de terror, e o objetivo dessa presença é justamente atingir o grande grupo de pessoas que tem medo deles.

undefinedReceita para o sucesso de figura assustadora no cinema: boneco de olhos enormes que parece um palhaço e gosta de jogar alguns "joguinhos" com as pessoas

Já o brinquedo preferido das meninas pode ser considerado assustador da mesma maneira que os palhaços. No Museu de Brinquedos de Pollock, em Londres, Inglaterra, existe uma sala só de bonecas, que é o último estágio pelo qual passa o tour no local. A razão para isso é que grande parte das pessoas opta por não entrar nesse cômodo e acaba voltando pelo museu, logo, ao colocar essa como a última atração, se evita que as pessoas percam o resto do passeio.

Diante dessas constatações, podemos perguntar: o que faz alguns terem calafrios somente de ver um personagem como esses?

O que torna os palhaços e as bonecas assustadores

Alguns psicólogos afirmam que há alguns fatores diferentes envolvidos. No caso dos personagens (teoricamente) humorísticos dos palhaços, a boca e o sorriso são os elementos apontados como responsáveis por essa situação. Quando a relação com a felicidade é mínima, uma pessoa com sorrisos incessantes pode ser extremamente irritante ou perturbadora.

Uma possível explicação para esse fato é histórica e remete aos tempos da Idade Média, dos grandes reis e seus bobos da corte. A função dos bobos era entreter e fazer Sua Majestade rir, porém, aos que não obtivessem sucesso, a punição poderia incluir cortes no rosto para que eles mesmo ficassem com “sorrisos permanentes”. Logo, essa imagem histórica é associada aos palhaços, de forma que fica implícita a ideia de que se trata de indivíduos que sorriem, mas não são felizes.

undefinedNo filme "Batman: O Cavaleiro das Trevas", uma das explicações que o vilão Coringa apresenta para as cicatrizes na boca é de que sofreu isso para ter um sorriso permanente, assim como acontecia na época dos bobos da corte

Agora, pelo lado das bonecas, uma das explicações recorre ao que Freud chamava de “mistério”, o que nada mais é do que uma sensação estranha, sobre um lugar onde algo parece familiar e fácil de reconhecer, mas não com tanta clareza. Nesse caso, elas geralmente representam a figura humana, mas não são humanas, e isso é o que causa a salada em nosso cérebro.

O medo de imagens que representam seres vivos é chamado automatonofobia, mas não é correto associá-lo a essa estranha relação que alguns possuem com os brinquedos desse tipo. Isso porque, conforme declararam os curadores do museu Pollock, as pessoas possuem emoções diferentes com relação a bonecas. Elas não costumam sentir medo, mas sim se sentem arrepiadas, perturbadas.

Eis a diferença…

O medo surge quando a pessoa se depara com alguém ou alguma coisa cujo objetivo ela tem conhecimento. Por exemplo, um ladrão que vem carregando uma arma ou uma faca e anuncia um assalto. Quando o indivíduo percebe, pode se assustar no começo, mas depois as sensações ocorrem somente em função do medo, pois ele sabe que a intenção do outro é assaltar e justamente aterrorizar.

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Já a sensação estranha descrita por Freud engloba uma ambiguidade. As pessoas tendem a se sentir nervosas, arrepiadas e com aquele “embrulho estomacal” diante de ocasiões que lhes despertam os instintos de sobrevivência, mas que não possuem uma definição das reais intenções da outra parte.

Essa reação está programada nos humanos, na medida em que, enquanto espécie, aprenderam a pecar pelo excesso de precaução, agir na defensiva. Assim, a segurança ainda hoje se torna uma prioridade em relação ao traquejo social.

O que dizem os estudos

De acordo com o site Knowledge Nuts, há pontos intrigantes descobertos pelos estudos acerca dos momentos de calafrios. Nesse sentido, algumas profissões (entre elas a de palhaço) estão mais fadadas a serem classificadas como altamente assustadoras.

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Outra revelação é que os homens tendem a ser mais arrepiantes do que as mulheres, ou pelo menos são vistos dessa maneira. Para tanto, existem alguns hábitos que podem ser considerados assustadores, principalmente aqueles que envolvem a observação. Se ela for silenciosa e contínua, principalmente, algo vai sugerir a ambiguidade de motivação.

Aqui é possível compreender mais um ponto de relação com as bonecas. Os perturbadores olhos que a maioria delas possui são capazes de despertar o senso das pessoas para situações arrepiantes, já que aparentemente os brinquedos estão apenas observando, em silêncio, e sem dar qualquer pista do que estão tramando…

*Publicado em 21/10/2015

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