Ciência
27/12/2016 às 08:18•3 min de leitura
Se você é fã de ficção científica, então já deve ter lido livros ou assistidos a filmes e seriados nos quais tripulações inteiras passam enormes quantidades de tempo viajando de um canto a outro da galáxia em naves imensas e superavançadas. Às vezes até acontece de rolar um clima de romance entre os passageiros — afinal, ninguém é de ferro, nem mesmo os personagens espaciais das nossas histórias favoritas!
Entretanto, e na vida real, com as tecnologias atuais (ou seja, sem naves capazes de recriar a gravidade), você já se perguntou como "as coisas" funcionam no espaço e como ocorre a adaptação do organismo em um ambiente de microgravidade? Os homens, como todos sabem, contam com “aparatos” que evoluíram para entrar em funcionamento sob a ação da força da gravidade. Então, como os pênis se comportam no espaço?
Eles devem funcionar de um jeito diferente, não?
A verdade é que não existem estudos científicos sobre como a falta de gravidade afeta os genitais — ao menos até onde sabemos —, e as agências que enviam humanos em missões espaciais não tocam no assunto. Aliás, os astronautas devem fazer um pacto de silêncio, pois nunca vazou nenhuma história sobre romances no espaço! Contudo, segundo Neel Patel, do portal Inverse, podemos tirar algumas conclusões com base no que conhecemos sobre o órgão sexual masculino.
A evolução da vida no nosso planeta ocorreu ao longo de bilhões de anos sob a influência da gravidade, certo? Isso significa que os processos biológicos que ocorrem nos organismos terráqueos, desde o funcionamento de células, tecidos, órgãos e sistemas inteiros — como o digestivo e o circulatório —, foram influenciados e sendo transformados para acontecer em um ambiente com gravidade.
O organismo deve se adequar à falta de gravidade
Portanto, é evidente que a falta dessa força afetará a forma como os corpos funcionam e provocará alterações no organismo exposto a esse novo ambiente. Os astronautas se tornam ligeiramente mais altos nos espaço, por exemplo — em média, ocorre um incremento de 3% na altura —, já que a ausência de gravidade alivia a pressão em suas colunas e seus corpos se tornam mais alongados.
Entretanto, o fato de os astronautas “aumentarem de tamanho” durante as missões espaciais não implica em seus pênis também ficarem maiores. Pois é, caro leitor, existe esse rumor circulando por aí, mas ele não passa de um mito que surgiu a partir do efeito acima, relacionado com a coluna!
Como você sabe, os homens não contam (mais) com ossos nos pênis, então, não tem como a falta de gravidade provocar qualquer alongamento no órgão — cujo mecanismo de funcionamento depende do fluxo sanguíneo e dos tecidos que o compõem.
Na realidade, segundo Neel, em vez de esticar, os pênis se tornam... menores no espaço. Veja, aqui na Terra, a gravidade leva o fluxo sanguíneo a se concentrar mais na região inferior do corpo. Só que no espaço, onde ela se encontra praticamente ausente, mais sangue acaba fluindo para a região do tórax e da cabeça.
Mais sangue aqui, menos sangue ali...
O resultado disso é uma menor pressão sanguínea abaixo da cintura e, possivelmente, uma ligeira diminuição nos tecidos concentrados na parte inferior do corpo — e o que é que se encontra penduradinho nessa região? Ademais, a redução na pressão também pode afetar as ereções — já que elas dependem do fluxo sanguíneo para acontecer e serem mantidas. Sendo assim, a qualidade e duração podem ser prejudicadas.
Segundo Neel, outra questão que pode dificultar as coisas é que os níveis de testosterona costumam cair no espaço — possivelmente por conta de uma combinação de fatores (além da gravidade!), como a falta de atividade física, alterações na dieta, alterações nos padrões de sono, limitações de espaço etc. Mas, sabe como é... a queda na taxa de hormônios masculinos não é especialmente positiva para a vida sexual.
Por outro lado, os astronautas podem se beneficiar da forma como os fluidos se distribuem pelo corpo na falta de gravidade. É bastante comum que as variações de pressão que o organismo sofre no espaço faça com que os fluídos ocupem diferentes “compartimentos” do corpo — e um deles pode ser o pênis.
De acordo com Neel, é possível que existam mais efeitos da falta de gravidade sobre os pênis. Contudo, é difícil dizer quais seriam eles, considerando que são pouquíssimos os humanos que passaram mais do que apenas alguns meses no espaço. Recentemente, dois homens — o astronauta norte-americano Scott Kelly e o cosmonauta russo Mikhail Kornienko — bateram o recorde de permanência na Estação Espacial Internacional, somando 342 dias cada um.
Ainda vamos descobrir o que rola no espaço!
Entretanto, nenhuma informação sobre as intimidades da dupla foi divulgada até o momento. Ainda assim, conforme apontou Neel, mesmo que dados relacionados com os efeitos da falta da gravidade tivessem sido tornados públicos, Kelly e Kornienko são apenas dois indivíduos — e pode ser que organismos diferentes reajam de forma distinta no espaço.
Ademais, ainda existe a possibilidade de que efeitos mais sérios demorem mais tempo para se manifestar. Contudo, considerando todos os projetos em andamento para levar o homem cada vez mais longe no cosmos, é uma questão de tempo até descobrirmos como, exatamente, o comportamento e fisiologia do pênis são afetados pela ausência de gravidade.