O que acontece quando você engole um chiclete?

05/09/2017 às 03:002 min de leitura

Você já pensou que neste exato momento existe um chiclete alojado na sua barriga que está lá desde os tempos de escola? Ao menos é isso que diziam quando a gente era criança: “Não pode engolir, senão ele gruda nas tripas e fica lá por 7 anos”. Se você já acreditou nessa bobagem, tenha calma: a ciência explica que a realidade é bem menos assustadora.

Ainda que o sistema digestório não seja capaz de aniquilar a goma de mascar, isso não significa que ela vai ficar eternamente dentro de você. Para você entender um pouquinho melhor o caminho percorrido pelo chiclete da boca ao, bem, vaso sanitário, é preciso relembrar de algumas etapas fundamentais desse processo.

undefinedEngolir um chiclete não é tão perigoso quanto você pode imaginar

1º parte: a mastigação

É na boca que o processo digestório começa. Seus dentes e sua língua têm a função de reduzir os alimentos a pedaços pequenininhos. Só que no caso dos chicletes esse processo é muito mais lento, já que eles são feitos de borracha butílica (usada também em pneus ou bolas de basquete), que dá a consistência ideal ao doce. Por isso, ao ser engolido, o chiclete entra praticamente intacto no seu estômago.

undefinedMastigação tem a finalidade de deixar os alimentos menores

2ª parte: as enzimas

Ainda na mastigação, as enzimas da saliva começam a preparar os nutrientes a serem absorvidos pelo corpo. Depois, músculos empurram essa massa pela garganta até o estômago. Nele, outras enzimas e o suco gástrico entram em ação para transformar o que você comeu em algo bom para seu corpo. A parte doce do chiclete já foi quebrada ainda pelas enzimas bucais, mas a borracha mesmo passou incólume a essa ameaça.

undefinedO chiclete passa pela garganta e entra no estômago praticamente inteiro

3ª parte: os ácidos

A última etapa é feita pelos ácidos do estômago e do intestino, que têm a função de retirar o máximo de proveito daquilo que você comeu. Eles quebram os hidratos de carbono, óleos e álcoois. Até esse momento, porém, o chiclete ainda mantém boa parte de suas características – lembre-se que ele é feito de uma borracha bem resistente!

Mas fique tranquilo, pois, apesar de os ácidos e as enzimas não serem capazes de dissolver a borracha, o mesmo acontece com outras coisas que você engole, como a maioria das sementes. Porém, nem o chiclete mais grudento é imune aos movimentos peristálticos do intestino: o que sobrou da goma de mascar vai se juntar ao resto que não foi aproveitado pelo corpo e será descartado na privada – ou atrás da moita.

undefinedO que não for dissolvido pelo estômago vira "descarte"

Moral da história: a ameaça de que o chiclete ficaria durante anos em seu corpo não passava de uma tentativa de seus pais para você ter uma alimentação mais saudável.

*Publicado em 24/05/2016

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