Ciência
16/04/2015 às 05:50•2 min de leitura
O NIDA (National Institute on Drug Abuse), nos EUA, revisou seus estudos sobre marijuana e admitiu que a droga possui benefícios para pacientes com câncer. Segundo as informações divulgadas pelo Dailymail, o instituto descobriu que o cannabis possui propriedades que podem matar as células cancerígenas e diminuir o tipo mais grave de tumor cerebral.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas realizaram testes em camundongos. Utilizada em conjunto com extratos da erva, a radiação teve seu poder de cura aumentado, ajudando assim a reduzir ou dizimar alguns tipos de câncer.
O termo medicinal “marijuana” refere-se ao uso completo da planta sem nenhum tipo de processamento ou aos extratos básicos retirados dela para algum tipo de tratamento de doença ou sintoma. Atualmente, a droga não é reconhecida pelo Food and Drug Administration (FDA) americano como um medicamento.
Entretanto, o estudo dos componentes químicos presentes na maconha – os canabinóides – fizeram com que a FDA aprovasse dois fármacos com o composto. Atualmente, dois dos aproximadamente 100 canabinóides são de interesse médico: o THC e o CBD. O primeiro, aumenta a apetite e reduz a náusea. Além disso, ele pode diminuir dores, inflamações e auxiliar em casos de problemas de controle muscular.
Já o segundo, é um componente que não afeta a mente ou o comportamento do indivíduo. Ele também é conhecido por minimizar os mesmos sintomas que o THC, controlar ataques epiléticos e possivelmente tratar doenças mentais e vícios.
No Brasil, os remédios à base de maconha não são liberados. Porém, em alguns casos raros, a ANVISA permitiu a importação de medicamentos que utilizam a erva. Por sua vez, no Reino Unido, o THC é o ingrediente ativo do fármaco prescrito Sativex. Entretanto, ele só é licenciado para o tratamento e alívio dos espasmos musculares de pacientes portadores de esclerose múltipla.
Atualmente, os cientistas estão conduzindo testes clínicos e estudos pré-clinicos do efeito da marijuana em doenças autoimunes, como a AIDS e o HIV; na esclerose múltipla e no Alzheimer. Visando aumentar o debate sobre o assunto, um grupo de senadores americanos pressionou o governo e o NIDA a reconhecerem o valor medicinal da droga.
O projeto de lei The Compassionate Access, Research Expansion, and Respect States (CARERS) foi apresentado em março nos Estados Unidos. Ele propõe a reclassificação da cannabis de substância de tabela I (assim como a heroína) para tabela II (tal como o Adderall).
Vale ressaltar que a proposta não legaliza a erva em todos os estados, mas permite que cada um deles estabeleça sua própria política sobre o assunto. Em entrevista concedida ao site Daily Caller, Tom Angell, presidente da comissão Marijuana Majority, informou que não podia estar mais claro que a maconha possui poderes medicinais.
“Quando nem mesmo a NIDA e os médicos não reconhecem que a erva pode ajudar as pessoas que estão sofrendo, é hora do governo Obama rever a tabela de drogas”, explicou Angell. Nos EUA, 23 estados possuem leis que legalizam o uso da erva de alguma forma. Quatro deles – Colorado, Alaska, Oregon e Washington – permitem o uso para fins tanto medicinais quanto recreacionais.