Flakka: conheça a nova droga que está dando o que falar nos EUA

10/09/2015 às 11:033 min de leitura

Uma nova substância alucinógena está dando o que falar nos Estados Unidos e aquecendo os debates em torno da liberação ou da proibição de novas drogas sintéticas. A “flakka” vem causando cada vez mais comoção por parte das autoridades em virtude dos supostos efeitos colaterais absurdos já registrados e as possíveis reações apresentadas pelos usuários.

A mídia também está ressaltando os riscos da nova droga para os indivíduos e para a sociedade. Entretanto, alguns pesquisadores especializados defendem que a nova substância não deve ser tratada dessa forma. Mas o que é isso que ao mesmo tempo causa tanta preocupação e debate sobre as drogas sintéticas?

Descrita como “sais de banhos com esteroides”, segundo uma reportagem do site Folha de S. Paulo, a flakka é uma substância sintética que, assim como a outra droga (chamada “sais de banho”), é um tipo de cantinona. O composto químico e a aparência mostram a semelhança entre as substâncias, o que tem causado confusão nas autoridades. O problema é que, além da composição, a droga pode ser extremamente alucinógena e não se sabe ao certo quais efeitos pode causar nos usuários.

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O que se sabe é que as pessoas que foram detidas ou tiveram registro por suposto uso da substância apresentaram um comportamento extremamente alterado. De acordo com o site Vox, um usuário da Flórida começou a correr pelo bairro, pelado, tentou fazer sexo com uma árvore e afirmou ser o “Deus Thor”.

Outro relato, publicado pela Folha, conta o caso de um homem de 51 anos, de Illinois, que morreu de overdose após ficar louco, se debatendo e quebrando tudo no interior de sua casa. Segundo a reportagem, se os policiais chamados para atender a ocorrência não tivessem uma câmera, com a qual filmaram a ação, as escoriações pelo corpo do homem e algumas marcas no corpo dos policiais poderiam sugerir violência por parte deles, tamanha agressividade da situação.

Segundo o conselheiro de tratamento de toxicodependência Don Maines, a droga é extremamente perigosa, já que, em todas as ocasiões de flagrante, as atitudes do usuário demonstravam que era como se outra pessoa estivesse o perseguindo. “Na verdade, é como se religasse a química do cérebro. Eles não têm controle sobre os próprios pensamentos e não conseguem controlar suas ações”, declarou o conselheiro em entrevista à Associated Press (AP).

Há alguns vídeos no YouTube, como o que você pode ver abaixo, que mostram os supostos efeitos da flakka nos seres humanos. Atenção: as imagens podem ser um tanto perturbadoras.

Há quem duvide do perigo da flakka

Mesmo com as ocorrências, de acordo com a reportagem da AP publicada pelo site Vox, alguns especialistas no estudo de novas drogas discordam de determinadas afirmações feitas com relação à droga.

O estudante em PhD da Universidade de Maryland Bryce Pardo é especialista em drogas psicoativas. Ele questiona como essas pessoas podem saber o que realmente acontece, já que essas drogas têm sido cada vez mais sintetizadas pelos laboratórios químicos secretos nos últimos anos e nenhum estudo estabeleceu os danos reais dessa substância.

Já Peter Reuter, outro especialista em política de drogas da Universidade e companheiro de pesquisa de Pardo, acredita que novas drogas assustam e fazem com que a mídia exagere nos riscos reais da substância. “Todas as drogas novas são ‘a mais perigosa’ que já se viu. É o medo do desconhecido. Tenho certeza de que elas são drogas fortes, mas mais que metanfetamina? É um nível alto de comparação. Essas substâncias tendem a surgir e desaparecer rapidamente”, completou.

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A verdade é que toda a tecnologia e equipamentos dos laboratórios de drogas sintéticas está aprimorando a produção e aumentando o número de substâncias psicoativas. Isso está causando confusão nas autoridades, já que muitas drogas não podem ser inteiramente identificadas por exames toxicológicos. Esse é o caso da flakka, que, conforme já relatado no texto, se assemelha com os tais “sais de banho”. Segundo o site Vox, são muitas as novas substâncias que começam a circular durante um ano, e a maioria delas não atrai a atenção da mídia.

A flakka, a mídia e a proibição

Logo, quando alguma dessas drogas chama a atenção como a flakka está fazendo, a imprensa estaria pulando em cima e abordando o fato com muito mais impacto do que realmente é. O site Vox trouxe um exemplo disso: há alguns anos um rapaz atacou um senhor durante um assalto, mordeu a vítima na face e só parou ao ser morto por um policial. Especulou-se, pelas atitudes, que o homem poderia estar sob o efeito dos já conhecidos “sais de banho”, mas depois acabou sendo revelado que a única droga presente no organismo do suspeito era maconha.

Os especialistas defendem que a mídia influencia a opinião pública e que a opinião pública influencia os governos e autoridades. A resposta dos governos, então, seria proibir as substâncias, algumas até antes mesmo de se tornarem públicas, sem que haja a possibilidade de realizar estudos sobre elas. Uma suposta consequência disso seria prejudicar o combate às próprias drogas, bem como inibir pesquisas médicas no controle dessas substâncias.

O debate está crescendo, os argumentos são inúmeros e muitos outros pontos certamente serão levados em consideração. E você, acredita que as medidas adotadas pelos governos são a saída correta para o controle, já que os supostos efeitos da nova droga são tão impactantes? Ou acredita que os governantes devem ter mais cuidado ao regulamentar as substâncias que vêm sendo produzidas? O que é possível fazer para lutar contra a disseminação das drogas já existentes e para combater o desenvolvimento de novas substâncias? Não deixe de comentar e compartilhar a sua opinião.

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