Ciência
29/11/2016 às 10:38•2 min de leitura
Um pastor tem gerado polêmica na África do Sul: Lethebo Rabalago espirra pesticida na cara, boca e olhos de seus fiéis dizendo que essa é a cura para a Aids e para o câncer. Ele se diz um profeta e administra a Assembleia Geral Monte Sião, que está localizada na província de Limpopo, perto da fronteira com Moçambique.
Rabalago tem divulgado seu tratamento controverso pelo Facebook. A empresa responsável pelo Doom, o pesticida usado pelo suposto pastor, fez um pronunciamento explicando que o produto não deve ser usado em pessoas – inclusive, deve-se tomar cuidado quando lançá-lo no ambiente, para não haver contaminação dos seres vivos.
A atriz a apresentadora sul-africana Boity Thulo escreveu no Twitter que fica chocada quando nota que as pessoas estão tão desesperadas, que acabam sendo facilmente enganadas e tendo a própria vulnerabilidade usada conta elas. O pastor retrucou: “As pessoas são tão cruéis! Como podem insultar um profeta de Deus? Perdoa-lhes, pai, porque elas não sabem o que fazem”.
Pastou Rabalago usa o pesticida Doom na cara dos fiéis
Segundo o pastor Rabalago, a cura só funciona se ele mesmo administrar o pesticida nos fiéis, mas é preciso acreditar que isso vai acontecer. Ele conta que já curou, por exemplo, a infecção nos olhos de uma mulher porque ela acreditava no poder de Deus. “Doom é apenas um nome, mas quando você fala para ele se tornar um produto de cura, ele obedece”, explica o pastor.
No Facebook, diversas pessoas mandam seus relatos se dizendo curadas pelo tratamento controverso. Essas práticas crescem na África do Sul, que é considerado um lugar propício para esse tipo de clínica nada ortodoxa. No passado, por exemplo, já foi dito por lá que transar com alguém virgem também seria o caminho da cura para o HIV.
A empresa Tiger Brands, que produz o pesticida Doom, explicou que não é seguro usar seu produto ou qualquer outro aerossol na cara das pessoas. Já a Comissão Sul-africana para a Promoção e Proteção da Cultura, das Comunidades Religiosas e das Línguas explica que eles incentivam os direitos às diferentes crenças, mas que as pessoas devem relatar qualquer tipo de violação.
Pastor disse que pesticida só cura se ele mesmo aplicar sobre os fiéis