Conheça algumas práticas médicas antigas muito duvidosas

02/07/2013 às 10:353 min de leitura

Você já parou para pensar como eram tratados antigamente uma simples dor de dente ou um caso mais complicado de hérnia? Se hoje as técnicas avançadas e pouco invasivas — com cortes mínimos e anestesias de fácil recuperação — deixam os procedimentos mais agradáveis (na medida do possível) e menos assustadores para os pacientes, no passado, ter algum problema poderia significar a indicação de tratamentos inacreditáveis.

A função de salvar vidas para os médicos de alguns séculos atrás não era bem seguida à risca e muitos deles gostavam de testar algumas ações um tanto bizarras para tratar seus pacientes.

Entre técnicas que misturavam crenças populares da época e um sistema “bruto” de cuidados, muitos deles deixavam as pessoas ainda piores em suas doenças, causando até a morte de algumas que não resistiram aos procedimentos.

Práticas angustiantes

O pesquisador Nathan Belofsky — autor do livro “Strange Medicine: A Shocking History of Real Medical Practices Through the Ages” (“Medicina Estranha: Uma história chocante sobre as reais práticas médicas através dos tempos”, em tradução livre) — reuniu alguns casos e procedimentos utilizados por médicos de séculos passados em um artigo do The Huffington Post.

Baseando-se em amplas pesquisas para o seu livro, os casos relatados por Nathan se concentram exclusivamente em médicos reais que praticavam a sua profissão de uma forma que eles acreditavam ser a correta, mas que utilizava tratamentos angustiantes, estranhos ou mesmo fantasiosos, que não colaboraram em nada para a evolução da medicina — muito menos para a cura dos pacientes.

Confira abaixo os tratamentos mais agressivos e esquisitos:

Cadeira tranquilizante

Fonte da imagem: U.S. National Library of Medicine

Benjamin Rush (1746-1813), tesoureiro da Casa da Moeda norte-americana, também era um dos mais conhecidos médicos da América. No entanto, suas técnicas de cura eram de arrepiar e as mais agressivas eram feitas na área da psiquiatria.

Ele acreditava que a doença mental era causada pela má circulação de sangue no cérebro e, para curá-la, ele submetia os pacientes a sessões torturantes. Em uma delas, ele rodava os pacientes com cordas suspensas no teto por horas a fio.

Ele também inventou a "cadeira tranquilizante”, em que o paciente ficava com mãos e pés amarrados e a cabeça coberta com uma caixa de madeira. Além do artifício nada confortável, Rush acreditava ainda que a dor e o sofrimento eram sentimentos curativos e, por isso, ele batia, abusava verbalmente de seus pacientes e os deixava com fome para alcançar o sucesso do tratamento.

Ainda na cadeira, os pobres coitados também recebiam ácido nas costas, cortes com facas e ficavam com feridas abertas por meses para facilitar a “descarga permanente do cérebro”, como acreditava o doutor torturador.

Sangrias e sanguessugas

A sangria é um tratamento médico que atingiu o seu auge no final do século 18 e início do século 19. O tratamento, que consiste na retirada de sangue para a cura de algumas doenças, era feito com sanguessugas, que eram colocadas em braços, pernas e troncos, além de outras áreas mais sensíveis...

Fonte da imagem: Shutterstock

Considerada uma doença feminina na época, a chamada histeria era tratada com a aplicação de sanguessugas no órgão genital das mulheres, a fim também de aliviar problemas uterinos e excitação sexual — sim, eles tratavam dessa forma, mesmo sabendo que a “cura real” seria bem mais simples e agradável.

De acordo com as pesquisas de Nathan Belofsky, os aristocratas britânicos submetiam as suas esposas ao tratamento com sanguessugas a cada duas semanas.

Golfinhos e duendes

Um antigo livro britânico de medicina do século 9º chamado “Bald’s Leechbook” contém recomendações um tanto curiosas para casos ainda mais estranhos.

Um exemplo: antigamente se pensava que as fases da lua poderiam causar algum tipo de problema mental. Nesse caso, o livro recomendava “pegar a pele de um golfinho, transformar em um açoite e bater na pessoa até ela melhorar”. Simples, não é mesmo?  

Fonte da imagem: Shutterstock

Além disso, existia o tratamento para a doença dos duendes, em que, supostamente, os pequenos seres eram vistos atirando flechas invisíveis. O trecho do livro dizia: “Para a doença dos duendes, ir na quarta-feira à noite, quando o sol está se pondo, no lugar onde um velho duende está. Não importa o que ele faça, você não deve dizer nenhuma palavra a ele. Crave uma faca, deixe o sangue escorrer e beba”. Outra dica fácil para uma doença supercomum.

Rápido no facão

Fonte da imagem: Shutterstock

A velocidade nos cortes era crucial em uma época sem anestesia para minimizar o risco de choque e infecções. Cirurgiões famosos do século 19, como Robert Liston, poderiam amputar um membro em menos de um minuto. Em 1847, Liston removeu um tumor escrotal de 20 quilos em quatro minutos.

No entanto, o doutor Liston era rápido até demais. Certa vez, ele operou a perna gangrenada de um paciente, mas no calor do procedimento ele acabou cortando também os dedos de seu assistente.

Doença do amor

Fonte da imagem: Shutterstock

Segundo os relatos do livro de Nathan Belofsky, os médicos gregos acreditavam que o amor era uma doença e, se não fosse tratada, poderia causar pústulas e convulsões, fazendo ainda a pessoa apaixonada uivar como um lobo e morrer. Espancamento, chibatadas e ácido entre as coxas também eram medidas comuns para tratar os apaixonados de antigamente. 

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