Ciência
22/10/2013 às 06:38•2 min de leitura
Ontem publicamos aqui no Mega Curioso uma matéria sobre uma equipe de cientistas que descobriu que o DNA conta com uma espécie de relógio biológico que determina o ritmo de envelhecimento de órgãos e outros tecidos do nosso corpo. Pois, segundo o NewScientist, graças a esse estudo, realizado por cientistas da Universidade da Califórnia, foi desenvolvido o mais preciso sistema para determinar a idade de alguém a partir de uma amostra de sangue.
De acordo com a matéria anterior, durante o estudo os pesquisadores analisaram milhares de amostras de vários tipos de tecidos, dando especial atenção a um processo natural chamado metilação, no qual ocorre uma alteração química no DNA. Segundo explicaram, conforme envelhecemos o padrão dessas alterações químicas vai mudando e, a partir da avaliação dessas mudanças, é possível determinar a idade de alguém com 96% de precisão.
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Foi através dessas análises que os cientistas perceberam que tecidos e órgãos envelhecem em ritmos diferentes e que, se eles estiverem doentes — com câncer, por exemplo —, a velocidade é muito mais rápida. No entanto, ao estudar as células saudáveis, os pesquisadores observaram que os seios envelhecem mais depressa do que outras partes do corpo feminino. Em média, essas estruturas mostraram ter entre 2 e 3 anos mais do que a idade das mulheres.
Para os cientistas, o ritmo de envelhecimento dos seios provavelmente se deve à constante exposição dessas estruturas aos hormônios. Aliás, como o envelhecimento é considerado um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, o estudo sugere que o ritmo acelerado de envelhecimento desse tecido pode explicar o motivo de esse ser o tipo de câncer mais comum entre as mulheres.
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Os pesquisadores explicaram que o novo sistema, além de poder ser empregado para determinar o ritmo de envelhecimento de órgãos e tecidos — e potencialmente ajudar no diagnóstico de câncer, apontando o envelhecimento precoce de células através de biópsias —, também pode ser utilizado pela medicina forense. Como o método funciona com amostras de sangue, ele pode ser aplicado para revelar a idade de suspeitos, por exemplo.
O outro sistema em uso para determinar a idade de alguém está baseado na análise do comprimento dos telômeros — as pontinhas dos cromossomos, que vão diminuindo como se fossem pavios de velas conforme envelhecemos —, mas apresenta apenas 53% de precisão. O método desenvolvido agora está disponível livremente para que outros cientistas possam utilizá-lo, e a ideia é que as duas técnicas sejam aplicadas em conjunto.
Isso sem contar que o estudo pode ajudar os cientistas a entenderem o processo de envelhecimento. Além disso, uma vez que os pesquisadores entendam qual é o papel da metilação no envelhecimento, quem sabe eles não descubram uma forma de reduzir a velocidade desse processo?