Ciência
31/05/2017 às 06:00•2 min de leitura
Introduzido já em nossa adolescência como um símbolo de certa rebeldia ou independência, o cigarro pode acompanhar a pessoa por uma vida inteira — ou pelo menos até os primeiros sinais dos males que ele causa começarem a aparecer.
De acordo com um artigo do site Mother Nature Network, o cigarro é associado a tantas doenças porque seus componentes são extremamente tóxicos. Isso não é novidade, mas a matéria quer alertar sobre o assunto e debater algumas estatísticas a respeito do tabagismo.
Fonte da imagem: Shutterstock
Apesar de, no passado, o cigarro ter sido associado a status e elegância, as pesquisas sobre os seus efeitos no organismo já começaram nos anos 1960. Décadas após o primeiro relatório de Cirurgia Geral dos Estados Unidos, produzido em 1964, alertar sobre a ligação entre tabagismo e câncer de pulmão, a investigação continua para identificar mais doenças causadas pelo fumo.
A fumaça do cigarro contém milhares de compostos, incluindo 69 conhecidos por serem cancerígenos. Esses agentes carcinogênicos podem resultar em tumores por danificar o genoma ou interromper processos metabólicos das células. E o que é pior: não são apenas os fumantes que são atingidos, mas também quem está por perto — como crianças cujos pais fumam.
O tabagismo é responsável por mais de 90% dos cânceres de pulmão. Porém, vestígios de substâncias cancerígenas do tabaco atingem várias outras áreas do corpo, segundo estudos têm demonstrado. Por exemplo, partes de DNA ligadas a agentes cancerígenos foram encontradas no tecido da mama e no leite materno, de acordo com os autores do relatório, que realizaram uma nova pesquisa ao longo dos últimos anos.
"Essas substâncias cancerígenas são absorvidas sistemicamente. Elas não ficam apenas nos pulmões, são também transportadas pelo sangue para vários órgãos", disse Stanton Glantz, diretor do Center for Tobacco Control Research da Universidade da Califórnia, em São Francisco.
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Segundo os estudos, o câncer colorretal é mais um caso de doença que pode ser causada diretamente pelo fumo. Revendo grandes estudos anteriores, os pesquisadores encontraram um risco aumentado desse tipo, especialmente em pessoas que fumaram por duas ou mais décadas. Em algumas pesquisas, os fumantes tinham até duas vezes mais chances de desenvolver essa doença do que os não fumantes.
Os autores do relatório também analisaram outros tipos de cânceres, como o de próstata, e concluíram que fumar não é uma causa para essa doença em particular, embora aumente os riscos de morte por aqueles diagnosticados com esse tipo de câncer. Já em relação ao de mama, os pesquisadores concluíram que as evidências sugerem que o tabagismo pode causar a doença.
Outras novas entradas na lista oficial de patologias causadas pelo tabagismo incluem diabetes tipo 2, artrite reumatoide, disfunção erétil, degeneração macular (que pode cegar as pessoas mais velhas) e defeitos de nascimento com fissura palatina.
"Além de substâncias cancerígenas, na fumaça do cigarro há uma grande quantidade de agentes inflamatórios", disse Stanton Glantz. Observando os últimos 50 anos de guerra contra o tabagismo, os autores do relatório alertaram que os riscos de doenças causadas pelo fumo nas mulheres subiram acentuadamente e agora são iguais aos de patologias nos homens para o câncer de pulmão e outras doenças pulmonares e cardíacas.
Desde o relatório histórico de 1964, quase 21 milhões de pessoas morreram prematuramente por causa do fumo ou de exposição ao fumo passivo, de acordo com a pesquisa. Além disso, doenças cardíacas e metabólicas atribuídas ao tabagismo foram responsáveis por 40% das mortes relacionadas com o tabaco.
*Publicado em 22/1/2014
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