Garotinho com malformação rara assombra os médicos por ainda estar vivo

22/10/2015 às 11:312 min de leitura

Se você viu a foto da criancinha acima pela internet e pensou que se tratava de uma imagem “photoshopada”, saiba que o retrato é real e mostra um garotinho chamado Jaxon Buell. O menino tem apenas um ano e nasceu com uma combinação de condições conhecida como microhidranencefalia. Isso significa que ele não tem uma boa porção de seu crânio e em vez de ter os hemisférios preenchidos pelo cérebro, no espaço existe o líquido cerebroespinhal.

A fotografia começou a circular pela internet depois que os pais de Jaxon postaram diversas imagens no Facebook, assim como um videozinho que mostra o menino dizendo “I love you” — e esse clipe, além de tocar os corações dos internautas, também chamou atenção de especialistas de várias partes do mundo.

Caso espantoso

De acordo com Sheila Eldred, do portal Discovery News, a condição de Jaxon é incrivelmente rara e, segundo os especialistas, os livros de medicina nem costumam conter mais do que um par de linhas sobre ela. Além disso, a expectativa é de que crianças que nascem com o mesmo problema não sobrevivam mais do que alguns dias. Portanto, é completamente surpreendente que Jaxon tenha chegado a fazer um ano de idade — e, ainda, que seja capaz de falar!

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Os cientistas acreditam que a função da fala seja controlada pelo córtex, mas, como o crânio de Jaxon é preenchido pelo fluido no lugar do cérebro, o menino provavelmente emprega o tronco cerebral — responsável por comandar funções básicas como a respiração e a circulação sanguínea — para se comunicar e realizar outras ações. E isso é espantoso, pois indica que essa estrutura do sistema nervoso pode desempenhar mais funções do que se pensava.

Segundo Sheila, o cérebro é extremamente versátil, e pode acontecer de, em caso de dano cerebral, outras estruturas do órgão assumirem as funções da parte que foi afetada. Pois nos bebês essa característica é mais observada do que em crianças maiores ou adultos. Sendo assim, casos como o de Jaxon servem para alertar os médicos com respeito à categorização dos pacientes e a definição de diagnósticos.

Milagre

Conforme explicou o pai de Jaxon no Facebook, a intenção da família não era chocar nem comover o mundo com as imagens do menino. Na verdade, o objetivo era demonstrar que ainda sabemos muito pouco sobre o funcionamento do cérebro humano, ajudar a comunidade médica a aprender mais a respeito da microhidranencefalia.

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Só para que você tenha uma ideia do caso de Jaxon, segundo a BBC, quando os médicos detectaram o problema, eles sugeriram que a gravidez fosse interrompida, já que as chances de sobrevivência do bebê eram muito, muito remotas. No entanto, os pais optaram por seguir adiante e assumir os riscos relacionados com sua decisão. Disso já se passaram 13 meses e, apesar dos cuidados que a condição requer, Jaxon continua vivo — e surpreendendo.

Aliás, a história do menino põe em evidência que, ao contrário da crença de que na falta do córtex cerebral não existe consciência, talvez seja necessário rever os critérios que definem o que é a “consciência”, bem como determinar quais são as estruturas neurais necessárias para mantê-la em atividade.

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