Ciência
14/11/2015 às 06:57•2 min de leitura
A microcefalia é uma condição neurológica caracterizada pela malformação do crânio do feto, que se desenvolve menos do que o necessário. Em média, a circunferência da cabeça de um bebê que nasceu após uma gestação normal de nove meses é maior do que 33 centímetros, enquanto recém-nascidos com microcefalia têm tamanhos variados de circunferência craniana, mas sempre abaixo desse número.
Crianças provenientes de gestações mais curtas – por conta de cesáreas ou de parto prematuro, por exemplo – logicamente apresentam uma circunferência de crânio menor, mas ainda assim há medidas que são esperadas nessas situações. Há várias causas que podem originar a malformação, como a mãe fazer uso de substâncias químicas durante a gravidez, como drogas e álcool, infecções por agentes biológicos – toxoplasmose, rubéola, além de outras bactérias e vírus – e até mesmo contaminação por radiação.
A microcefalia pode ser identificada ainda durante a gestação, nos exames pré-natais. Caso isso não aconteça, a condição também pode ser percebida logo após o parto, durante o primeiro exame físico de rotina realizado nos berçários dos hospitais. Esse exame deve ser feito antes das primeiras 24 horas após o nascimento e é essencial na identificação de uma série de anomalias congênitas que a criança pode apresentar.
Comparativo entre os crânios de um indivíduo com microcefalia e outro com formação normal
A grande maioria dos casos de microcefalia resulta em algum nível de retardo mental. O crânio aumenta conforme a criança cresce, mas continua com um tamanho inferior ao adequado para o correto desenvolvimento do cérebro, o que resulta em variados graus de comprometimento motor, psíquico ou neurológico.
Hiperatividade, déficit cognitivo, visual ou auditivo, assim como epilepsia, também são problemas usualmente associados a crianças que nascem com microcefalia. Todas essas sequelas variam caso a caso, pois dependem da gravidade da malformação. No entanto, há casos em que a inteligência da criança não é afetada por conta da condição. Acompanhamento precoce com profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional pode ajudar a minimizar as disfunções que o indivíduo venha a desenvolver.
Quando o tamanho reduzido do crânio acontece por causa de algum problema ósseo, há alguns tratamentos que podem permitir ao cérebro um desenvolvimento normal, mas não há cura para a microcefalia. Não foi encontrada nenhuma forma de se contornar a condição de modo que a cabeça de uma criança afetada com a condição adquira o tamanho ou forma correta posteriormente.
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