Estilo de vida
25/04/2019 às 02:30•2 min de leitura
Já no fim do século 18, os médicos tiveram que enfrentar uma “epidemia” que parecia não ter explicação: mulheres se comportavam de maneira estranha, se recusando a jantar na despensa e exigindo direito de voto. Para o neurologista Silas Weir Mitchell, a solução era simples: curar a “histeria”.
As sessões desenvolvidas pelo médico consistiam em repouso absoluto em camas que eram desenvolvidas para pessoas em coma ou mortas. As mulheres diagnosticadas com tal “doença” eram obrigadas a ficar por até 60 dias sem falar, ler, desenhar ou qualquer atividade que pudesse estimular suas mentes.
Para piorar, como parte do tratamento, elas eram alimentadas apenas com pão, manteiga, leite e costeletas de carneiro. O motivo? Mitchell estava convencido de que mulheres mais gordas sofriam menos com tais “problemas mentais”.
Para evitar a atrofia muscular, enfermeiros realizavam massagens nas pacientes – acredite, foi daí que surgiu o vibrador!
Entre as mulheres que receberam o tratamento, estavam as escritoras Virginia Woolf e Charlotte Perkins Gilman, que alertaram para os efeitos contraproducentes e acusaram o método de ter o objetivo de perpetuar a subjugação das mulheres.
Para ninguém alegar que não estamos contanto a história por completo, alguns homens também recebiam estes cuidados. Mas, por algum motivo que nós desconhecemos, eles tinham a opção de “descansar” ou viajar para o Oeste e desfrutar de atividades terapêuticas, como equitação e caça. Bem justo, né?
Acredite, a medicina do século 18 é uma caixinha de surpresas! Se você fosse gago, corria o risco de ter sua língua cortada! Para que você possa sentir um pouco do drama, olha só os materiais usados no procedimento:
Quem teve a ideia de tal técnica foi o cirurgião alemão Johann Friedrich Dieffenbach, que acreditava que a gagueira era causada por espasmos na “caixa de voz” que ressoavam no comprimento da língua. Assim, o tratamento consistia em fazer uma incisão horizontal na raiz da língua e retirar um pedaço do órgão.
Nem sempre os médicos tiveram à sua disposição equipamentos e métodos tecnológicos para descobrir o que os seus pacientes tinham de errado. Lá no início da profissão, basicamente, o problema tinha que ser algo que eles pudessem ver, ouvir, cheirar, tocar ou sentir o gosto.
Sendo assim, como descobrir mais sobre a saúde interna de um paciente pela urina? Com base na observação de que as formigas eram atraídas para a urina de pacientes diabéticos, alguns médicos chegaram à conclusão de que tal líquido, secretado pelos rins, deveria ser doce. Já que eles não podiam treinar os insetos para os diagnósticos, a solução encontrada foi beber o xixi dos pacientes.
Em 1674, o médico Thomas Willis observou que a urina de um de seus pacientes diabéticos era “maravilhosamente doce, como se estivesse misturada com mel ou açúcar”. Eca!
Vamos combinar, até hoje ninguém quer ter hemorroidas! Mas, se você fosse azarado o suficiente para sofrer deste problema na Idade Média, não pense que ganharia uns cremes e almofadinha para sentar! O tratamento era à base de ferros em brasa que eram colocados lá mesmo, onde não bate Sol!
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