Artes/cultura
27/07/2020 às 04:00•1 min de leitura
Uma habitante da cidade de Thiruvananthapuram, na Índia, foi pega de surpresa depois de uma visita ao médico. Aos 23 anos, ela foi diagnosticada com "Fogo de Santo Antônio", uma doença muito comum na era medieval.
Depois de experienciar uma sensação de ardência em ambas as pernas por dois dias seguidos, a moça resolveu ir até uma clínica para checar seu estado de saúde. Entre os sintomas causados pela enfermidade estavam a perda de coloração dos pés e a dificuldade para caminhar.
(Fonte: The New England Journal of Medicine)
O ergotismo, também conhecido como "Fogo de Santo Antônio" ou "Fogo Sagrado", e ocorre devido ao fungo Claviceps purpurea — encontrado no centeio e em outros cereais básicos. Essa doença é responsável por causar gangrena através do bloqueio do fluxo sanguíneo e mais alguns sintomas sérios.
Em imagens fornecidas por tomografias computadorizadas, os médicos constataram que a indiana sofreu um estreitamento das artérias dos membros inferiores do corpo, impedindo que o sangue bombeasse corretamente pela região.
Após o diagnóstico, a equipe médica optou pelo uso de anticoagulantes para auxiliar no quadro de saúde da paciente. Apesar da melhora no nível de dor e no fluxo sanguíneo, a mulher teve que amputar um dos dedos do pé que já estava comprometido pela gangrena.
Segundo os médicos, o consumo de um vasoconstritor chamado ergotamina — utilizado para induzir partos e tratar enxaquecas — pode ter sido responsável pelo quadro, pois a mulher havia ingerido a substância em conjunto com o medicamento Ritovanir, prescrito para tratar HIV, quatro dias antes de ser hospitalizada.
(Fonte: Pixabay)
Nos registros históricos, o ergotismo é conhecido como uma doença responsável por causar bolhas e podridão, tendo assolado a Europa no ano 857 d.C. Depois de um grupo de monges obter sucesso no tratamento da enfermidade, ela acabou sendo batizada como "Fogo Sagrado" ou "Fogo de Santo Antônio".