Artes/cultura
24/06/2021 às 12:00•2 min de leitura
Depois de séculos de industrialização, nossa sociedade se acostumou aos alimentos processados ou industrializados e, em contrapartida, há um movimento cada vez maior de pessoas buscando as opções naturais.
Nesse contexto, surgiu uma oposição aos alimentos processados, como se os naturais fossem automaticamente melhores. Embora isso seja verdade em muitos casos, não é em todos, como demonstra uma matéria veiculada recentemente pela rede BBC.
De modo geral, os alimentos ultraprocessados — aqueles que não têm quase nenhum ingrediente natural e são repletos de aditivos químicos — realmente costumam ter alta quantidade de gordura, sal e açúcar, fazendo mal à saúde se consumidos em excesso.
Ainda assim, níveis menores de processamento não fazem mal e, em alguns casos, são benéficos. Confira, a seguir, 5 alimentos processados que conseguem ser melhores que as versões naturais.
Quando falamos em processamento, há diferentes níveis. Um alimento cozido, por si só, já é considerado minimamente processado, pois não está mais em seu estado natural.
Analisando a questão por esse ponto de vista, alguns alimentos precisam ser processados para poderem ser consumidos — afinal, não tem como comer batata crua, não é mesmo? Esse também é o caso do trigo, que precisa virar pão, ou dos grãos.
O trigo só pode ser consumido porque é processado (Imagem: Freepik)
Outro caso de processamento mínimo que faz bem é o do feijão: deixá-lo de molho por algumas horas, para depois cozinhá-lo, é essencial para eliminar suas substâncias que podem causar vômitos e diarreias.
Imagem: Freepik
Diversos alimentos recebem nutrientes que não existem em suas versões naturais e fazem bem para o organismo. O exemplo mais simples disso é o sal de cozinha, que recebe iodo, uma substância que previne diversos tipos de deficiência intelectual e doenças como o bócio.
Nos últimos anos, a indústria alimentícia tem oferecido diversas opções de alimentos enriquecidos em vitaminas ou fibras que não existiriam naturalmente. Se o produto não tiver uma grande quantidade de açúcares, sódio ou gordura e fizer parte de uma rotina de alimentação balanceada, ele pode sim ser benéfico, mesmo processado.
Imagem: Wikimedia Commons
O processamento também pode ser uma forma de conservar os alimentos, como na pasteurização do leite, na fermentação de queijos ou nas carnes salgadas. Mas o leite talvez seja o maior exemplo de como o processamento pode fazer bem.
Isso porque, antes da pasteurização, o leite era tirado das vacas todos os dias e vendido nas redondezas. Conforme as cidades cresciam, o tempo para que o leite chegasse à mesa do consumidor foi aumentando — e os problemas causados por leite estragado também. A pasteurização começou a ser adotada na Europa no final do século XIX e se espalhou pelo mundo como forma de resolver esse problema.
Imagem: Freepik
Ainda no aspecto da preservação, congelar os legumes é uma forma de processamento que pode manter seus nutrientes por mais tempo.
Experiências já demonstraram que os legumes que ficam por muitos dias na geladeira podem ter até menos nutrientes do que se fossem congelados. Se preparados da forma certa, os legumes congelados preservam seus nutrientes e são mais práticos — sendo mais um exemplo de processamento "do bem".
Imagem: Freepik
Ao fim desta matéria, podemos concluir que o segredo é o equilíbrio: processamento demais (como os ultraprocessados) é algo que faz mal, mas um pouco pode ser bom.