Ciência
21/09/2021 às 12:50•2 min de leitura
No Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer é preciso entender um pouco mais sobre os efeitos desta doença que, atualmente, afeta a vida de 35,6 milhões de pessoas em todo o planeta, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A sociedade de maneira geral precisa conhecer melhor dimensão da gravidade dessa doença e as suas particularidades. Tenho desenvolvido uma série de pesquisas sobre o assunto tentando conseguir explicá-la mediante uma nova perspectiva. Minha tese de doutorado, meu TCC em neuropsicologia, assim como em especialização em nutrição clínica, foram respectivos a esta doença neurodegenerativa. Também foi tema de estudo junto ao Dr. Henry Oh, da Universidade Estadual de Idaho, publicado em revista científica.
Meus principais estudos são sobre a inteligência, pois ela define o comportamento e uma melhor qualidade de vida. Mas quando falamos da inteligência na ciência, não podemos deixar de analisar a demência, onde os sintomas causam declínio progressivo na capacidade intelectual, raciocínio, competências, memória, entre outros. Cerca de 50% a 70% dos casos de demência são causados pela doença de Alzheimer e esses dados me chamaram a atenção.
Do ponto de vista neurobiológico, é preciso lembrar que há genótipos e fenótipos para a doença, além de fatores, como os hábitos de uma pessoa, que podem ser determinantes para o seu desenvolvimento. Por isso, sou a favor de que as pessoas possam ter melhores possibilidades de testes genéticos para saber a probabilidade de ter a doença e poder preveni-la desde cedo. Os hábitos desta cultura tecnológica e o tipo de nutrição a qual estamos adaptados atualmente são cruciais para aumentarem as chances de apresentar a doença.
Por outro lado, é importante lembrar que ainda não existe uma cura para o mal de Alzheimer, mesmo conhecendo o comportamento dos neurônios e as regiões cerebrais afetadas. Um dos fatores que ajudam a evitar a doença é a neuroplasticidade cerebral: fique menos tempo nas redes sociais e se dedique mais à leitura de livros, faça exercícios de lógica, e mantenha hábitos diferentes da rotina em que seu cérebro já está adaptado.
A nutrição também é muito importante — uma dieta como a do Mediterrâneo é muito benéfica. Faça exercícios físicos sem exagero, pois em demasia também não é bom. Tenha cuidado com o estresse, evite o consumo excessivo de álcool, o uso de substâncias psicoativas, o cigarro e a maconha, além de remédios como ansiolíticos sem real necessidade. Busque uma vida saudável e realize essa "ginástica cerebral" — esta é uma das melhores maneiras de prevenir a doença de Alzheimer.
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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa. PhD em neurociência pela Logos University International / City University. É também mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil; conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA); é bacharel em Neurociência e Psicologia pela EBWU e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).