Ciência
09/01/2015 às 06:24•1 min de leitura
O ano de 2014 foi marcado com surtos de Ebola, responsável pela morte de pelo menos 7.600 pessoas, e a origem de tudo isso pode ser uma simples árvore que serve de moradia a alguns morcegos em Meliandou, na Guiné, África Ocidental.
Segundo relatos de pesquisadores do Instituto Robert Kocj, que estiveram na região, os morcegos de cauda livre, da espécie Mops condylurus, teriam sido os primeiros a espalhar o Ebola quando contaminaram o pequeno Emile Ouamouno, que tinha dois anos na época e morreu em dezembro de 2013, sendo considerada a primeira vítima do novo surto de Ebola no país.
Ao todo, 169 morcegos foram analisados pelos cientistas e, entre esses, nenhum estava contaminado com o vírus do Ebola. Outras análises, porém, revelaram que os Mops condylurus realmente estavam na região na época em que Emile foi contaminado. Esse tipo de morcego se alimenta de insetos, mas são capazes de hospedar o vírus e também de transmiti-lo.
As pesquisas não podem ser totalmente conclusivas, afinal a árvore em questão já foi queimada e, por isso, não vai ser possível ter certeza de que foi a “responsável” pelo retorno da epidemia.
Ela ficava muito perto da casa onde o garoto vivia, em uma pequena vila formada por 31 casas e algumas fazendas ao redor. A árvore acabava atraindo as crianças da vizinhança, que gostavam de brincar por ali. De acordo com os pesquisadores, é possível que Emile também tenha brincado na região, infestada por morcegos contaminados.
Outro fator que exige atenção é o costume local de consumir carne de morcego. Se a carne não for bem cozida, é possível que a transmissão do vírus aconteça. A contaminação pode acontecer também quando alguém entra em contato com os fluidos corporais dos morcegos, tais como sangue e saliva.