Ciência
22/01/2015 às 07:13•4 min de leitura
Se você não se preocupa com a qualidade dos alimentos que consome, certamente é porque é muito jovem e/ou não teve problemas de saúde ainda. É bem provável, portanto, que você venha a se tornar uma daquelas pessoas que escolhem a prateleira de orgânicos e preferem um bombom de chocolate meio amargo a uma panela de brigadeiro. E, se for assim, parabéns.
Um dos maiores obstáculos para quem procura manter ou desenvolver uma dieta saudável é, sem dúvida, a presença de alguns produtos que são vendidos como perfeitos para a saúde, mas que, no final das contas, não nos trazem tantos benefícios assim. O How Stuff Works fez uma lista com itens que, infelizmente, só são saudáveis na teoria. Saiba quais são eles a seguir:
Se a ideia é deixar o pão branco de lado, está na hora de conferir a tabela de ingredientes dos pães vendidos como integrais ou de começar a fazer seu próprio pão integral em casa. O problema da maioria dos pães integrais e multigrãos é que eles são feitos com farinha branca enriquecida – o pão integral de verdade é aquele feito 100% com farinha integral. Caso contrário, o lanchinho pode não ser tão saudável quanto você imagina.
Farinhas enriquecidas são farinhas refinadas que, durante o processo de preparo do pão, acabam perdendo seus nutrientes. O resultado é um pão sem valor nutricional que, quando você ingere, só vai fazer subir os níveis de açúcar no seu sangue, o que pode ocasionar algumas doenças e facilitar processos inflamatórios.
Em compensação, se o pão é feito com farinha integral de verdade, aí sim seu corpo vai agradecer o consumo. Caso perder peso seja uma das suas metas, a farinha integral pode ajudar nesse processo: ela incha quando você a come, o que faz com que você sinta menos fome, e, além disso, faz com que seu intestino funcione melhor. Duvida? Então coloque uma colher de farinha de trigo integral em um copo de água e veja o que acontece.
Você provavelmente nunca apostaria em uma barra de chocolate como uma opção saudável e pouco calórica de petisco. Aí, para não ficar sem aquele gostinho doce na boca, as barrinhas de cereal acabam se tornando uma opção saudável, certo? Nem sempre.
De novo, é preciso estar atento ao rótulo do produto. Algumas barrinhas são feitas com gorduras saturadas, açúcar e óleos hidrogenados. Esses ingredientes são tão calóricos que, no final das contas, você poderia ter comido um pedaço de chocolate – se fosse meio amargo, seria uma opção até melhor do que a barrinha.
Caso você consuma barrinhas de cereais porque pega pesado na academia, escolha sempre aquelas que são ricas em proteína e baixas em calorias. E, se você é do tipo que gosta de preparar o que come, sempre é possível fazer suas próprias barrinhas em casa, pois assim você vai ter certeza dos ingredientes que está consumindo.
Deixar de comer carne, já se sabe, pode ajudar você a emagrecer, a regular seus níveis de colesterol e, inclusive, pode fazer com que você viva mais. Uma dieta vegetariana também diminui as chances de que diversas doenças sejam desenvolvidas, incluindo alguns tipos de câncer. Então qual o problema, afinal, em não comer carne?
Infelizmente, muitos vegetarianos, principalmente os novatos, apenas cortam a carne de sua dieta e acabam não consumindo outros alimentos que substituam as proteínas, os minerais e as vitaminas que acabam deixando de ser ingeridas. Há quem caia de boca em alimentos processados, queijos e carboidratos – não precisa ser muito entendedor de nutrição para saber que esses alimentos são repletos de calorias vazias, ou seja, aquelas que só nos dão energia, mas não nos nutrem.
O ideal para quem quer deixar de comer carne é manter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e grãos, principalmente os integrais. Alimentos processados nunca fazem bem: eles são muito ricos em sal, gordura, açúcar e conservantes.
Olha só como as prateleiras do supermercado são cheias de paradoxos. A gente sabe que gordura não faz bem, então, pela lógica, produtos que têm em seus rótulos o indicativo de “gordura zero” deveriam ser nossos amigos. A questão é que tirar a gordura dos ingredientes de certo produto significa aumentar os níveis de sódio, de açúcar e de outros componentes químicos. No final das contas, essas opções fazem mais mal à sua saúde do que a gordura em si.
Na verdade, a gordura tem lá as suas vantagens. Na dose certa, ela ajuda seu corpo a funcionar do jeito certo, dá uma forcinha para que você absorva minerais e vitaminas importantes e, como se não bastasse, ajuda a regular hormônios. A gordura é, basicamente, o que dá energia ao seu corpo, e você realmente não deveria ter como meta simplesmente eliminá-la de sua dieta.
O que importa é prestar atenção no tipo de gordura que você consome. O lado negro da gordura está nas chamadas saturadas (manteiga, por exemplo) e trans (óleos vegetais hidrogenados) – são elas as relacionadas com doenças cardíacas, processos inflamatórios e diabetes tipo 2.
A gordura boazinha é chamada de insaturada, e você pode encontrá-la em alimentos ricos em ômega 3, azeite de oliva, castanhas, abacate, semente de linhaça e peixes como salmão e atum.
É normal que você pense em alimentos dietéticos como aqueles que você pode comer sem se preocupar com a balança. Mas é errado. Antes de tudo, uma dica básica: alimentos dietéticos são destinados a pessoas que têm diabetes e que, por isso, devem manter uma dieta totalmente livre de açúcar.
Como é que um alimento fica doce sem açúcar? Com adição de adoçantes sintéticos, ou aspartame, que pode acabar fazendo mais mal do que bem. Olha só que bizarro: um estudo publicado em 2013 relacionou o consumo de refrigerantes (uma lata por dia) dietéticos com o aumento do risco de desenvolver diabetes.
Como se não fosse contradição o suficiente, outra pesquisa descobriu que adoçantes artificiais podem causar ganho de peso, ainda que a ideia vendida seja exatamente a oposta. Na dúvida, deixe de consumir refrigerantes. Qualquer tipo deles. E também não caia na tentação de sucos de caixinha ou de pó. Prefira sempre água e sucos naturais, feitos na hora. Pode ser mais trabalhoso, mas sua saúde vai agradecer.