Ciência
12/12/2016 às 09:19•3 min de leitura
Está cada vez mais comum ouvirmos que alguma pessoa é intolerante ao glúten ou à lactose, já reparou? Não é muito difícil imaginar quais produtos devem ser evitados por quem não pode ingerir lactose, mas o glúten ainda é desconhecido para muitas pessoas. O Global Healing Center publicou uma série de curiosidades sobre esse elemento. Confira:
Trata-se de um composto proteico que é encontrado no trigo, no centeio, na cevada e em alguns tipos de aveia. Uma das proteínas que formam esse composto é conhecida como gliadina, que é a culpada por fazer mal a algumas pessoas. A medicina está em fase de teste de substâncias que possam servir como anticorpos para essa proteína.
Em pessoas intolerantes ao glúten, essa proteína age interferindo no funcionamento do sistema imunológico, fazendo com que o corpo da pessoa reaja ao composto de maneira agressiva. Isso provoca sintomas como cólicas, dores de cabeça, vômito, diarreia e fadiga.
Milho, arroz e certos tipos de aveia não contêm glúten e costumam não provocar reações em pacientes celíacos, como são conhecidas as pessoas que apresentam intolerância.
Se você tem algum interesse sobre o assunto e já pesquisou a respeito, saiba que, na verdade, isso é um mito. Novas pesquisas revelaram que em diversas circunstâncias o corpo humano é capaz, sim, de digerir o glúten, e isso se dá graças a algumas bactérias presentes em nossa boca. Não se sabe, no entanto, se essas bactérias sempre estiveram na boca humana ou se passaram a fazer parte de nós por causa do glúten, que é um elemento relativamente novo na nossa dieta.
Por mais que pareça tudo a mesma coisa, a verdade é que alergia ao glúten – chamada também de doença celíaca – é a forma mais agressiva da intolerância e, nesse caso, o paciente vai apresentar mais sintomas e precisa de acompanhamento médico. Já quem é sensível ao componente costuma deixar de apresentar os sintomas apenas ao mudar a dieta e passar a consumir produtos sem glúten.
Exatamente. Lembra que explicamos que a proteína do glúten acaba confundindo o sistema imunológico? Pois alergias são, geralmente, provocadas por confusões do sistema imunológico. A pessoa é alérgica a camarão, por exemplo, porque quando come camarão alguma substância do alimento é interpretada pelo nosso mecanismo de defesa como ameaçadora. E aí surgem os sintomas: febre, vômito, diarreia, vermelhidão, inchaço...
No caso de pessoas com a doença celíaca, a confusão no sistema imunológico se dá assim que o alimento chega ao intestino. É por isso que a intolerância ao glúten pode provocar enfraquecimento da parede intestinal e deficiência na absorção dos nutrientes.
Tem gente que sabe que é intolerante e prefere passar mal a mudar de dieta. Isso não é recomendado em hipótese alguma, afinal a ingestão de glúten pode prejudicar essas pessoas de outras maneiras. Se o glúten chega à corrente sanguínea dos celíacos, ele pode provocar perda óssea, deficiência auditiva, dermatites e, inclusive, danos cerebrais.
Nem os pequenos estão livres dos malefícios do glúten. Novas pesquisas indicam que mais e mais crianças têm apresentado sintomas da doença celíaca, o que sugere que a doença pode começar a se desenvolver cada vez mais cedo.
Esse tipo de análise complementa a ideia de que está realmente na hora de mudarmos nosso padrão de dieta. O primeiro item que deve ser retirado de nossa alimentação é o alimento processado – não que seja novidade, mas doces, alimentos industrializados, refrigerantes e afins não fazem bem mesmo à saúde.
Ainda que a doença celíaca seja um reflexo dos hábitos alimentares ocidentais, a sensibilidade ao glúten afeta pessoas em todo o planeta. Felizmente, a indústria de produtos feitos sem o causador do problema tem aumentado no mundo todo.
A chave para deixar de consumir glúten é, sem dúvida, aprender o que comer e o que deixar de comer. A maior dificuldade, no entanto, é se lembrar de todo produto que contém glúten entre seus ingredientes. A dica é ficar longe de alimentos com cevada, centeio de trigo, trigo e seus derivados.
Logicamente, é difícil deixar de consumir produtos com trigo, por exemplo, afinal eles parecem estar em todos os lugares, mas, como já explicamos antes, novas alternativas de substituições estão surgindo constantemente, e talvez você até nem tenha percebido, mas é bem provável que o supermercado que você frequenta tenha uma ala específica de alimentos para celíacos. Outra dica é buscar consumir alimentos naturais, frutas, verduras, legumes, ovos, carne e grãos como arroz e trigo sarraceno.