Ciência
17/03/2019 às 06:00•4 min de leitura
Esse produto deve ser utilizado apenas quando houver crise de abstinência e muita vontade de fumar. Para não acender um cigarro, o jeito é recorrer a um desses chicletes, que liberam nicotina aos poucos – a absorção da substância ocorre depois de 20 minutos. Diferente do que acontece quando a pessoa fuma, com o chiclete a nicotina é liberada em dose baixa, apenas para controlar a fissura provocada pelo vício. A dica é mastigar o chiclete por bastante tempo, até que fique sem gosto, o que equivale a 30 minutos.
O produto não deve ser consumido por quem tem gengivite, doenças nas articulações da mandíbula nem por gestantes – para a boa formação do feto, a mulher deve interromper totalmente o uso do cigarro e de qualquer produto que contenha nicotina. Não é recomendado que a pessoa ingira qualquer bebida enquanto masca o chiclete – entre os efeitos colaterais estão náuseas, vômito, dor de cabeça e excesso de salivação.
Chiclete de nicotina.
Sua função é parecida com a do chiclete, mas, nesse caso, ela deve ser depositada e ficar embaixo da língua até derreter. Por não exigir mastigação, como no caso do chiclete, esse produto pode ser usado por quem tem gengivite e problemas na mandíbula. As contraindicações são iguais às do chiclete, e o ex-fumante pode utilizar o produto por até três meses.
Pastilhas de nicotina.
Esses adesivos precisam ser trocados a cada 24 horas e só não podem ser utilizados por gestantes. A indicação formal é que o adesivo seja usado por um período de 45 a 90 dias. Como efeito colateral, o produto pode provocar irritação na pele, insônia e pesadelo – no caso da irritação, se for muito grave, o uso deve ser interrompido; e quando há problemas de sono, o ideal é remover o produto antes de ir dormir.
Adesivos também ajudam.
Esse produto promove a rápida absorção da nicotina e pode ser utilizado por até três meses, sendo que o ex-fumante deve aplicá-lo duas vezes por hora – quase todos os usuários apresentam irritação nasal nos primeiros dias de tratamento.
Spray de nicotina.
A Bupropiona é um medicamento antidepressivo que é também recomendado aos pacientes que estão parando de fumar. O ideal é que o uso do remédio seja feito uma semana antes da abstinência – entre os efeitos colaterais estão insônia e agitação. Como é um medicamento, é preciso de receituário médico para comprá-lo.
Apenas com recomendação médica.
Algumas pessoas têm sucesso ao estipularem uma data para parada abrupta e, a partir daquele dia, deixam de fumar. Há também quem largue o vício gradualmente, com a diminuição do número de cigarros com o passar dos dias, o que garante uma probabilidade menor de abstinência. A redução depende da pessoa, mas o ideal é que ela aconteça dia após dia, assim como é também recomendado que o horário do primeiro cigarro do dia seja adiado – em vez de fumar às 7h, a pessoa fuma às 9h, por exemplo.
Nos dois casos, é importante marcar uma data para deixar o cigarro de vez. Acompanhamento psicológico é uma forma de manter o propósito de não fumar, uma vez que esse profissional pode ajudar o paciente a descobrir exatamente por que fuma – apesar de parecer, essa não é nem de longe uma questão simples.
Sempre há tempo de parar.
Uma das dicas é tentar não fumar confortavelmente, enquanto toma café ou bebe uma cerveja com os colegas do trabalho. Em vez disso, tente fumar sem companhia e em um local de pouco conforto, como em pé na lavanderia. Esse exercício mostra que você é realmente dependente do cigarro, já que saiu de um lugar aconchegante, como o sofá, para ir fumar em pé em uma área isolada e desconfortável.
Vale a pena o esforço.
Em termos médicos, a fissura é aquele momento em que o paciente tem muita vontade de fumar, com a sensação de que simplesmente não vai conseguir esperar. A boa notícia é que a fissura dura em média três minutos, apenas, então a dica é procurar reconhecer esses momentos e, quando se deparar com eles, buscar uma distração, como tomar água, chupar uma bala, dar uma volta, lavar o rosto ou praticar exercícios de respiração.
Vai passar.
Essas duas substâncias estão altamente associadas com o fumo e se o ex-fumante tem vontade de fumar quando bebe ou toma aquele cafezinho, o jeito é deixar de consumir essas bebidas também – em nome da saúde, compensa.
No início, nada de bares, restaurantes com áreas para fumantes e, inclusive, reuniões com amigos que fumam e/ou bebem sempre que se encontram. Se você é do tipo que não fica sem café, diminua a quantidade e só tome a bebida com leite – dá para começar a tomar chás também, mas fique de olho nos rótulos, pois muitos chás têm cafeína.
Dê uma chance ao chá.
Quando seu corpo se movimenta, ele libera substâncias que dão a mesma sensação de prazer que a nicotina, só que de uma forma saudável. Uma hora de caminhada por dia já é suficiente para auxiliar o paciente que está largando o vício.
Caminhadas fazem bem.
Porque o cigarro pode provocar vários tipos de câncer? Porque você vive fedido? Porque tem mau hálito? Porque sua família não aguenta mais o vício? Porque está cada vez mais caro fumar? Porque você quer dar um bom exemplo aos seus filhos? Independente de quais sejam seus motivos, coloque-os no papel e tenha essa lista sempre com você. Esse tipo de anotação pode ser o incentivo de que você vai precisar um dia para evitar uma recaída.
Motivos na ponta do lápis.
Dificilmente alguém que gosta de você vai ficar triste ao ouvir sua decisão de parar de fumar, então você pode contar sua decisão às pessoas mais próximas. Isso é bom porque, para não fazer feio depois de ter falado, você vai reforçar o compromisso consigo próprio.
Além do mais, explique a eles que o período é difícil e que eles precisam entender se você estiver mal-humorado e desanimado nas primeiras semanas. Com relação aos amigos que fumam, talvez seja bom que aconteça um afastamento inicial – se forem mesmo seus amigos, eles vão entender.
É difícil no começo, mas depois passa.
O tabagismo é uma doença e, como tal, suas chances de cura aumentam se você contar com a ajuda de um médico – até mesmo porque só esse profissional pode receitar a Bupropiona, se for o caso. Se puder, faça também um acompanhamento psicológico, que costuma ter alta eficácia nessas situações.
Ajuda médica é fundamental.
*Publicado em 05/04/2016