Estilo de vida
16/06/2016 às 10:52•2 min de leitura
Você alguma vez viu a imagem acima e ficou se perguntando se ela era real ou mais uma dessas montagens bizarras que volta e meia circulam pela internet? Pois, saiba que, infelizmente, não se trata de uma farsa. A foto mostra uma garotinha egípcia de dez meses de vida chamada Manar Maged que nasceu com uma malformação incrivelmente rara conhecida como craniopagus parasiticus.
Essa condição afeta entre 4 e 6 pessoas em cada 10 milhões de nascimentos e acontece quando, durante a divisão celular, um embrião começa a dar origem a gêmeos idênticos, mas o processo não é concluído.
Então, o que ocorre é que um dos fetos não se desenvolve corretamente e acaba se formando como uma espécie de membro do outro gêmeo. No caso — extremamente — peculiar de Manar, sua gêmea se desenvolveu na forma de uma segunda cabeça, “colada” à da menina.
A história de Manar fez manchetes em 2005, quando a menina passou por uma longa e complexa cirurgia para separá-la de sua gêmea. O mais desconcertante é que a irmã, chamada Islaam, podia piscar e sorrir sozinha, mas era incapaz de ter uma vida independente. De acordo com um dos médicos que cuidou do caso, a segunda cabeça contava com um cérebro independente, não possuía torso ou membros e dependia da circulação sanguínea de Manar.
Manar antes da cirurgia
Além disso, apesar de a gêmea expressar emoções, os médicos não sabem dizer se ela era capaz formar seus próprios pensamentos. O problema é que Islaam produzia um enorme estresse aos órgãos vitais de Manar, que desenvolveu problemas cardíacos. Ademais, o peso da segunda cabeça não permitia que ela se sentasse sozinha nem engatinhasse.
Assim, como a presença de Islaam representava um risco de vida a Manar, os médicos optaram por sacrificar uma em função da outra. O complexo procedimento teve duração de 13 horas e envolveu uma equipe de 13 cirurgiões e, em um primeiro momento, a operação foi um sucesso. De acordo com os médicos, o prognóstico da garotinha era bastante positivo, e ela não mostrou sinais de paralisia.
Contudo, após a cirurgia, Manar desenvolveu um quadro de hidrocefalia, ou seja, um acúmulo de líquidos no cérebro, e teve que passar por um total de cinco operações para a instalação de válvulas para drenar o excesso de fluidos. Entretanto, depois de se recuperar e ser enviada para casa, a saúde da garotinha acabou piorando.
Manar e Islaam
Infelizmente, alguns meses após receber alta, Manar foi levada às pressas ao hospital com um quadro de pneumonia, insuficiência cardíaca e infecção cerebral. Apesar dos esforços dos médicos, a menina não reagiu aos medicamentos e acabou falecendo. Ela estava prestes a fazer dois anos de idade.
Na verdade, existem outros casos parecidos ao de Manar, ou seja, de crianças que foram submetidas a cirurgias para remover uma segunda cabeça. No entanto, é extremamente raro que elas sobrevivam ao procedimento — uma ocorrência aconteceu há alguns anos no Afeganistão e, até onde se sabe, as duas gêmeas sobreviveram. Voltando à garotinha egípcia, ela foi a primeira a permanecer viva após a cirurgia, e é realmente uma pena que sua saúde tenha se deteriorado após a operação.