Ciência
02/07/2014 às 06:20•3 min de leitura
Pode que os seres humanos ainda não tenham descoberto uma forma de prolongar a vida para sempre, mas é inegável que as pessoas estão vivendo cada vez mais. E muitos jovens não gostam muito da ideia de envelhecer, percebendo os idosos como pessoas frágeis e senis que já não têm mais nada para oferecer para a sociedade.
Contudo, conforme apontou o pessoal do site ListVerse em um artigo, várias pesquisas apontam que essa percepção está baseada em puro preconceito, pois as pessoas mais velhas são, na verdade, sensacionais e surpreendentes. Confira:
Embora muita gente veja os idosos como pessoas rabugentas, pesquisas apontaram que eles são mais otimistas do que as pessoas mais jovens. Além disso, os mais velhos também conseguem lidar com questões estressantes muito melhor, demonstrando menos ansiedade e irritabilidade.
Segundo os pesquisadores, isso se deve ao fato de que ao longo do tempo as pessoas acumulam mais experiência para enfrentar situações desagradáveis. Portanto, um indivíduo mais velho está melhor “armado” para lidar e aceitar as complicações da vida. Contudo, vale destacar que mesmo os idosos perdem essa habilidade conforme vão alcançando idades mais avançadas e sua saúde emocional se deteriora.
A evolução humana deu um enorme salto há 30 mil anos, e alguns antropólogos defendem que isso coincidiu com um período no qual o número de indivíduos que chegavam a idades mais avançadas quadruplicou.
Embora não saibam exatamente como isso se deu, os cientistas especulam que a explosão populacional ocorreu quando os povos passaram a manter seus velhos por perto para cuidar das crianças e ficar de olho nas “casas” enquanto os mais jovens estavam fora caçando e coletando alimentos.
Como resultado, o índice de sobrevivência de indivíduos com mais idade aumentou significativamente e, com isso, a humanidade se beneficiou grandemente com os mais velhos por perto para compartilhar suas experiências e conhecimentos.
Para alguns especialistas, assim como o Império Romano passou por um longo período de paz que ficou conhecido como “Pax Romana”, graças ao rápido aumento da população mais velha, a sociedade atual provavelmente viverá a “Pax Geriátrica”. Isso por que potências como os EUA, China e Rússia serão forçadas a dedicar parcelas cada vez maiores de seu orçamento em pensões e em assistência médica, resultando em um menor investimento na indústria bélica.
E apesar de o período de paz — ainda que forçado — ser pra lá de bem-vindo, há quem defenda que existem aspectos negativos. Se considerarmos os EUA como o Império Romano da atualidade, com um poder bélico menor, o país não poderá interferir tanto em conflitos internacionais. Já o reflexo de um poderio militar reduzido nas demais nações seria uma maior vulnerabilidade a possíveis ataques terroristas e invasões.
Comparado com os mais jovens, que têm o raciocínio rápido como um flash, você acha que os idosos são muito “devagar”? Pois, segundo os especialistas, isso ocorre por que o cérebro dos mais velhos já armazenou um bocado de informações. Esse aspecto, aliado ao fato de que o cérebro dos idosos precisa de menos dopamina para funcionar, torna essa turminha mais pensativa e menos propensa a agir por impulso, ao contrário do que ocorre com os mais novos.
Além disso, não pense que os idosos são incapazes de processar novas informações! Isso ocorre sim, só que em um ritmo mais lento. Essas características únicas dos cérebros mais velhos os tornam no que os cientistas acreditam ser as raízes da sabedoria. Aliás, conforme apontaram os pesquisadores, essa é a razão de não termos jovens de 20 anos de idade comandando o mundo.
Durante um estudo realizado pelo Instituto Max Planck em Berlin, pesquisadores interessados em avaliar com qual frequência o desempenho cognitivo varia entre trabalhadores descobriram que pessoas mais velhas apresentam melhor performance do que as mais jovens em determinadas atividades.
No experimento, os cientistas dividiram os participantes em dois grupos baseados em faixas etárias — de 20 a 31 e de 65 a 80 anos —, e os observaram enquanto realizavam uma série de testes por um período de 100 dias. Os pesquisadores perceberam que o desempenho do grupo formado por pessoas mais velhas variou bem menos do que o grupo dos mais jovens, o que significa que as pessoas com mais idade realizaram suas atividades de forma mais consistente.
Segundo explicaram, esse melhor desempenho é atribuído ao fato de as pessoas mais velhas serem mais emocionalmente estáveis, além de contarem com mais experiência na hora de lidar com as várias atividades apresentadas.