Entenda do que se trata o problema de três corpos, que deu bastante dor de cabeça a Isaac Newton, e como ele pode ser resolvido

O&nbsp;problema de três corpos é uma situação descrita na física na qual três objetos exercem influência sobre uns sobre os outros, ditando suas trajetórias. Embora a descrição possa soar bem simples, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118384-isaac-newton-6-fatos-curiosos-sobre-o-ilustre-cientista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Isaac Newton</a>&nbsp;a via como um problemão.Quando temos um sistema com somente dois corpos, a explicação é muito mais simples: aquele que tiver menos força gravitacional vai girar em torno do outro. Pensemos, por exemplo, na relação entre o nosso planeta e seu satélite natural: como a Terra tem gravidade muito maior, a Lua gira em sua órbita.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05180258001298.jpg" alt="A Terra, a Lua e o Sol formam um problema de três corpos ideal, no qual os objetos têm padrão de movimento facilmente detectável (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Terra, a Lua e o Sol formam um problema de três corpos ideal, no qual os objetos têm padrão de movimento facilmente detectável (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Agora, adicionemos um terceiro: o Sol. Neste exemplo, a situação anterior ainda se mantém, mas desta vez os dois corpos celestes menores circundam o maior. Porém, isso só acontece porque as condições são ideais; caso contrário, a coisa toda poderia ser uma bagunça e tanto.<h2>O problemático problema de três corpos</h2>Quando se há dois corpos funcionando em sincronia, ao adicionar um terceiro a situação muda completamente. Os três objetos passam a interagir de forma imprevisível, podendo causar colisões ou até mesmo a ejeção de um dos corpos — o que explica os planetas&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105011-seria-o-1-objeto-interestelar-a-passar-pelo-sistema-solar-uma-sonda-alien.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">interestelares</a>&nbsp;ou nômades.A forma como os três objetos vão interagir depende muito de seus pontos iniciais. No exemplo sobre Sol, Terra e Lua, por conta das condições favoráveis é muito fácil prever seus movimentos. Mas tudo muda se um novo corpo entrar na jogada, exercendo sua gravidade no conjunto antes em harmonia.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/ujKVJcwbpRo?si=V6BzUYHrCmtP-D_I" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Uma explicação bastante interessante sobre o quão imprevisível é a atuação da força gravitacional no problema de três corpos foi dada pelo matemático Shane Ross, da Virginia Tech. Falando ao site Live Science ele comparou o problema da física a uma caminhada no topo de uma montanha. "Com uma simples mudança você pode cair para a direita ou para a esquerda", disse Ross. "São duas posições iniciais muito próximas e podem levar a estados muito distintos", explicou.Ainda que pareça indecifrável, a verdade é que já foram encontradas soluções para o problema de três corpos.<h3>Decifrando o problema de três corpos</h3>Peguemos agora um exemplo cinematográfico: Tatooine, o famoso planeta apresentado em 1977 no filme Star Wars. Nas telonas, Tatooine é representado como sendo um <a href="https://www.megacurioso.com.br/astronomia/69760-planetas-com-dois-sois-podem-ser-mais-comuns-do-que-imaginavamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">planeta que gira em torno de dois sóis</a>. Na prática, é um problema de três corpos ideal, já que a distância do planeta em relação às estrelas binárias faz com que o corpo menor circule ao redor dos dois maiores.Na vida real, já foram encontrados mais de uma dúzia de planetas similares ao fictício mundo de Tatooine. Um ótimo exemplo é Kepler-16b, um planetinha que orbita a estrela binária Kepler-16. Neste caso, uma estrela menor circunda outra muito maior, enquanto o tem sua órbita situada à distância, girando em torno dos outros dois astros.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05180507694299.jpg" alt="O planeta Kepler-16b tem sua órbita traçada em torno de estrelas binárias (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O planeta Kepler-16b tem sua órbita traçada em torno de estrelas binárias (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Casos como o de Tatooine e de Kepler-16b funcionam "desde que você esteja longe o suficiente da central binária", explicou Billy Quarles, dinâmico planetário na faculdade estadunidense Valdosta State University, na Georgia. "O planeta não exerce força suficiente nas estrelas porque sua massa é muito menor, então a situação se torna mais próxima dos casos mais facilmente solucionáveis de problemas de dois corpos", afirmou Quarles ao Live Science.Outra possibilidade ideal e muito rara, estimada em apenas 1% dos casos, é quando os três corpos se movem em forma de "8", mantendo suas rotas perfeitamente traçadas. Porém, no geral o problema é resolvido naturalmente com uma grande colisão. A movimentação caótica gerada pela maioria dos casos de problema de três corpos faz com que em algum momento dois dos objetos se encontrem, gerando um grande impacto.Ou então, como dito anteriormente, a força dos outros dois pode expelir o terceiro.

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Afinal, o que é o "Problema de Três Corpos" e será que ele não tem mesmo solução?

Novo estudo acredita ser possível observar fragmentos de buracos negros e acompanhar sua trajetória de vida até a morte.

Uma teoria de Stephen Hawking sobre como&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127755-o-universo-observavel-pode-ser-um-buraco-negro-diz-astrofisico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">buracos negros</a>&nbsp;também podem morrer parece ter dado um passo em direção à sua comprovação. Um estudo realizado por cientistas na Dinamarca explica como este evento pode ocorrer e o motivo de não sermos ainda capazes de observar tais ocorrências.Segundo uma hipótese publicada por Hawking na revista Nature em 1974, buracos negros não seriam exatamente uma armadilha inescapável: o famoso cientista sugeriu que estes objetos astronômicos de densidade extremamente alta poderiam expelir radiação térmica. O vazamento desta energia, batizada então como "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115930-buraco-negro-cabelos-de-stephen-hawking-podem-ser-detectados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Radiação Hawking</a>", faria com que os buracos negros fossem "desinflando" com o tempo até que chegariam ao fim de sua existência&nbsp;com uma gigantesca explosão.<h2>"Pedacinhos" de buracos negros podem comprovar teoria de Hawking</h2>Em uma entrevista concedida ao Space.com, o físico teórico Francesco Sannino da Syddansk Universitet, na Dinamarca, explicou que para provar a teoria de Stephen Hawking seria necessário observar buracos negros bem pequeninos e extremamente quentes. Isto se dá porque, segundo as leis da termodinâmica, o calor só pode ser transferido de um corpo mais quente para outro mais frio.Como o vazio do espaço chega a temperaturas baixíssimas, somente buracos negros de tamanhos muito reduzidos seriam capazes de&nbsp;transferir calor para o espaço. Afinal, no caso dos enigmáticos objetos astronômicos, quanto maior for sua massa, menor é sua temperatura. Ou seja, um buraco negro gigantesco pode ser mais frio do que o vazio do espaço e, por isso, se torna estável.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05160345810243.jpg" alt="Buracos negros supermassivos são estáveis por terem temperatura inferior à de seus arredores (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Buracos negros supermassivos são estáveis por terem temperatura inferior à de seus arredores (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Sendo assim, os olhos da comunidade científica teriam de estar voltados a buracos negros bem menores, com massa menor à que a da nossa Lua, seriam quentes o suficiente para "vazar" a Radiação Hawking. "Propomos que este tipo de buraco negro possa ser produzido e ejetado durante a fusão de dois buracos negros", explica Giacomo Cacciapaglia, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, membro da equipe da nova pesquisa.Para observar o vazamento da Radiação Hawking, o time de Sannino sugeriu que seria necessário observar o impacto entre dois buracos negros gigantes para, então, acompanhar os menores, batizados "Bocconcini di Buchi Neri" (Pedacinhos de Buraco Negro, em italiano). Diferente dos maiores, que levariam uma eternidade para se esvair, estes menores poderiam chegar ao fim de sua vida em um período de 16 anos, facilmente observável por seres humanos.<h3>Observando o inobservável</h3>O desafio, porém, é conseguir enxergar os Bocconcini di Buchi Neri. A tecnologia usada atualmente pelo Telescópio de Horizonte de Eventos para observar buracos negros foca no brilho gerado pela rotação em altíssima velocidade dos objetos capturados pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/astronomia/102771-evidencias-apontam-que-horizontes-de-eventos-dos-buracos-negros-sao-reais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alta gravidade da região</a>. Os pesquisadores da universidade dinamarquesa acreditam ser possível observar os "pedacinhos" de buraco negro ao buscar por explosões de raios gama&nbsp;nas imediações da colisão entre dois maiores.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/05/05160456841244.jpg" alt="Pesquisadores acreditam ser possível observar a Radiação Hawking sendo expelida de ITALIANO (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Pesquisadores acreditam ser possível observar a Radiação Hawking sendo expelida dos Bocconcini di Buchi Neri (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O primeiro passo seria encontrar tais colisões seguindo o rastro de Ondas Gravitacionais gerados pelo impacto entre os objetos. Uma vez encontrado o ponto correto, entrariam em ação os telescópios de raios gama. Como explica a equipe de Sannino, os Bocconcini di Buchi Neri giram cada vez mais rápido conforme perdem massa, irradiando cada vez mais Radiação Hawking e possibilitando a coleta de informações."Como esta é uma nova ideia, ainda temos muito trabalho a fazer", reconhece Cacciapaglia. "A longo prazo, planejamos investigar em detalhes a produção de pedaços de buracos negros durante eventos catastróficos como a fusão de buracos negros". Assim, os pesquisadores devem ser capazes de encontrar fragmentos de buracos negros, analisar os dados observados e, quem sabe, confirmar a teoria de Stephen Hawking.

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Teoria de Stephen Hawking sobre a morte de buracos negros pode estar certa

Entenda o processo de "morte" das estrelas e saiba qual é a estimativa de ocorrências deste fenômeno na nossa galáxia.

Já parou para pensar que, quando olhamos para o céu durante a noite, podemos estar observando <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/estrelas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estrelas</a> que já morreram? Afinal, o firmamento que vemos é um retrato de corpos celestes que estão a milhões e milhões — ou até mesmo alguns bilhões — de quilômetros de distância do sistema solar.Ou seja, o brilho que vemos demorou alguns anos-luz para chegar até a Terra, o que significa que algumas das estrelas observáveis podem já ter mudado de estágio. É possível que algumas delas já tenham "morrido", se tornando anãs brancas, estrelas de nêutrons ou buracos negros.<h2>Como as estrelas morrem?</h2>O processo de "morte" de uma estrela depende de sua massa. Para estrelas enormes, de massas a partir de 8 vezes maiores que ao do nosso Sol, ocorre o evento conhecido como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121415-supernova-explosao-foi-observada-em-tempo-real-por-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">supernova</a>. Já as menores, com massa mais baixa, se tornam anãs brancas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/13/13175744813006.jpg" alt="Getty Images/Reprodução Supernova (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Estrelas com massa 8 vezes maior ou mais que a do nosso Sol podem explodir em Supernovas (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As anãs brancas surgem quando todo o hidrogênio no núcleo da estrela é transformado em hélio, que se condensa no centro do astro e é convertido em carbono. Durante este processo, a estrela primeiro se expande, engolindo tudo à sua volta, e se transforma em uma gigante vermelha. Com o tempo, o gás na atmosfera da estrela vai se esvaindo, reduzindo de tamanho, enquanto seu interior vai ficando mais e mais denso até que ela se torna uma anã branca.Já em relação às <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/uma-estrela-vai-explodir-nos-proximos-meses-e-vai-dar-para-ver-tudo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">explosões</a> conhecidas como supernovas, a coisa toda é bastante violenta. Uma vez que o núcleo da estrela começa a mudar a forma como funde os elementos e sua atmosfera se torna tão grande que não pode mais ser mantida pela gravidade, ela gera uma explosão gigantesca e pode então seguir entre dois caminhos.Se a fusão de elementos no núcleo causar uma explosão que expele sua carga e dispersa sua atmosfera, causando em seguida uma implosão, a estrela se torna um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128216-buraco-negro-da-via-lactea-esta-girando-loucamente-dizem-cientistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">buraco negro</a>. Caso contrário, se a fusão de elementos no núcleo continuar acontecendo mesmo após a explosão da Supernova, ela se torna uma estrela de nêutrons.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/13/13174729464004.jpg" alt="Buraco negro (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Uma Supernova seguida da dispersão da atmosfera da estrela resulta em um buraco negro (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Com tantas estrelas em nossa galáxia, fica a dúvida: com que frequência as estrelas da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/a-via-lactea-orbita-alguma-coisa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Via Láctea</a> "morrem"? Estes eventos são raros ou ocorrem o tempo todo?<h3>Quantas estrelas morrem por ano na Via Láctea?</h3>A resposta para esta pergunta, segundo um cientista pesquisador do projeto Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI, do inglês Search for Extraterrestrial Intelligence), é um tanto complexa.Como explicou James De Buizer ao site Live Science, "pode estar havendo Supernovas do outro lado do centro da galáxia [...] mas tem tanta coisa entre nós [...] que não podemos vê-las". Ele estima que uma anã branca surja na Via Láctea a cada dois anos, enquanto Supernovas ocorram uma ou duas vezes por século. Desta forma, podemos fazer uma suposição da frequência com que estrelas "morrem" na Via Láctea.&nbsp;Com uma anã branca surgindo mais ou menos a cada dois anos e uma ou duas Supernovas explodindo a cada 100 anos, estima-se que cerca de 53 estrelas "morram" por século em nossa galáxia. Isto daria uma média aproximada de uma estrela morrendo a cada 1,9 anos. Contudo, não necessariamente podemos vê-las desaparecendo dos céus por conta do tamanho da Via Láctea e as nuvens de gás e demais detritos entre elas e nosso planeta.

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Afinal, com que frequências estrelas 'morrem' na Via Láctea?

Cientistas acreditam que mudanças climáticas podem estar por trás da alteração na coloração das águas, que anteriormente eram cristalinas.

Há quase seis anos o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127646-5-lugares-completamente-assombrados-no-alasca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alasca</a> não é mais o mesmo. Antes muito conhecido por suas belíssimas paisagens, com muita vegetação e águas cristalinas, hoje o lugar apresenta vários rios de coloração alaranjada.A alteração brusca vem sendo analisada já faz tempo, mas agora um novo estudo parece indicar a mais provável causa dos&nbsp;rios "enferrujados" alasquenses: para a surpresa de zero pessoas, a culpa parece mesmo ser das mudanças climáticas.<h2>Águas de rios no Alasca estão ganhando tom alaranjado</h2>Ainda que o fenômeno não seja novidade, é sempre impactante ver uma imagem dos rios do Alasca apresentando tons de laranja em vez de suas habituais e famosas águas cristalinas. De 2018 para cá, mais e mais córregos, riachos e rios vêm apresentando este tipo de mudança de coloração.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06192225400301.jpg" alt="Imagens comparam coloração das águas do rio Akillik, no Kobuk Valley National Park. No verão de 2017, o rio ainda era cristalino; no mesmo período do ano seguinte, as águas já estavam ficando alaranjadas (Fonte: National Park Service/Reprodução)"><figcaption>Imagens comparam coloração das águas do rio Akillik, no Kobuk Valley National Park. No verão de 2017, o rio ainda era cristalino; no mesmo período do ano seguinte, as águas já estavam ficando alaranjadas (Fonte: National Park Service / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um estudo publicado recentemente no jornal Nature Communications Earth &amp; Environment aponta as mudanças climáticas como responsáveis pela cor alaranjada das águas no Alasca, e pelo visto estas alterações não são simplesmente estéticas. Os rios alaranjados seriam resultado do derretimento de camadas de solo congelado no Ártico, que estaria liberando minerais tóxicos nos córregos alasquenses.Assim, de acordo com o estudo, além da cor barrenta, os rios do Alasca têm se tornado tóxicos, impactando diretamente na fauna e flora local.<h3>Mudanças climáticas, o Permafrost e o impacto ambiental</h3>Com a temperatura do planeta aumentando cada vez mais, fenômenos climáticos vêm sendo observados em todo o globo. De secas a temporais seguidos de alagamentos, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/por-que-choveu-tanto-no-rio-grande-do-sul-e-o-que-o-desmatamento-tem-a-ver-com-isso" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vistos na Região Sul do Brasil</a>, tem sido cada vez mais comum ver o clima parecendo bastante impiedoso ultimamente.A situação não é diferente mesmo em locais que costumam apresentar temperaturas extremas, como é o caso do Alasca e seu famoso&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127957-5-fatos-sobre-o-permafrost-a-estrutura-do-solo-que-pode-alterar-o-clima.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Permafrost</a> — uma área congelada que, graças às temperaturas baixíssimas da região, permanece intocada há milênios —. Um dos grandes riscos de descongelar o "gelo permanente" da Região Ártica é justamente a possibilidade de&nbsp;liberar certas substâncias nocivas ao ecossistema local, algo que por conta das mudanças climáticas já estamos observando acontecer em tempo real.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/06/06191908251300.jpg" alt="Descongelamento de solo contido no Permafrost está liberando metais pesados nos rios do Alasca (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Descongelamento de solo contido no Permafrost está liberando metais pesados nos rios do Alasca (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pesquisadores do National Park Service e da Universidade de California-Davis, além de diversas outras instituições, analisaram amostras de 75 correntes fluviais oriundas do Alasca e perceberam um aumento significativo na concentração de ferro, mercúrio e outros metais pesados. A presença destes materiais nas águas locais já vem resultando na diminuição da biodiversidade, como aponta um relatório do Kobuk Valley National Park, localizado na região noroeste do Alasca.O impacto vem sendo observado não somente em diferentes espécies de peixe, mas também em diversas plantas que nascem próximas à água, nos animais que buscam nelas sua fonte de nutrição e, consequentemente, também nos predadores que se alimentam de sua carne. Sem contar os humanos de comunidades ribeirinhas, que utilizam a água dos rios em seu cotidiano.Alguns rios já apresentam concentração de cádmio, manganês e níquel bem acima do limite de segurança estipulado pela Organização Mundial da Saúde para água potável. Embora em geral isto resulte apenas em água com um sabor diferente, há casos em que a ingestão da água pode apresentar riscos à saúde e não seja recomendada.

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Rios no Alasca estão ficando alaranjados; veja possível causa

Após anos de observação, astrônomos finalmente encontraram uma forma de calcular a velocidade de rotação de buracos negros supermassivos.

Pode até ser que você não saiba, mas no meio da Via Láctea existe um&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208635-procura-colossal-buraco-negro-supermassivo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">buraco negro supermassivo</a>. Diversas estrelas, planetas e demais corpos celestes giram em torno desta fera de apetite insaciável do qual nem mesmo a luz é capaz de escapar. Mas não é só "por aqui" que as coisas funcionam desta maneira.No centro de cada galáxia existe um&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118088-buraco-negro-supermassivo-esta-passeando-dentro-de-sua-galaxia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">buraco negro gigantesco</a>, chegando a ter milhões e milhões (ou até bilhões) de vezes a massa do nosso Sol. Hoje muita coisa sobre eles ainda são um verdadeiro mistério, porém astrônomos parecem ter finalmente desvendado um deles. Após anos de muita pesquisa e observação, parece que finalmente temos uma forma de calcular a velocidade de rotação de buracos negros supermassivos.<h2>Calculando a velocidade de rotação de um buraco negro</h2>Embora hoje em dia tenhamos uma compreensão melhor destes fenômenos espaciais, ainda falta descobrir muita coisa sobre o que são e como exatamente funcionam os buracos negros. Esta nova descoberta feita pelo time de astrônomos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) liderado pelo astrofísico Dheeraj Pasham pode finalmente nos ajudar a compreender ainda melhor os buracos negros supermassivos.Em um artigo publicado no periódico Nature, o grupo de Pasham afirma que finalmente foi capaz de calcular a velocidade de rotação de um buraco negro supermassivo "próximo" à nossa galáxia, a cerca de um bilhão de anos-luz de distância. De acordo com a publicação, tal objetivo foi alcançado ao analisar o padrão de clarões de raios X AT2020ocn/ZTF18aakelin, produzidos pelo buraco negro imediatamente após um Evento de Perturbação das Marés (EPM).<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27181117024296.jpg" alt="Quando uma estrela se aproxima demais de um buraco negro supermassivo ocorre o fenômeno conhecido como Evento de Perturbação de Marés (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Quando uma estrela se aproxima demais de um buraco negro supermassivo ocorre o fenômeno conhecido como Evento de Perturbação de Marés (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>EPMs ocorrem quando uma estrela chega perto demais de um buraco negro e é capturada pelo seu fortíssimo&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128501-por-que-a-gravidade-faz-com-que-os-objetos-sejam-atraidos-para-baixo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campo gravitacional</a>. Quando isto ocorre, a massa da estrela é sugada em direção ao buraco negro, formando um rastro em torno do disco de acreção ao redor do buraco negro e emitindo clarões de radiação eletromagnética.Os dados dos EPMs observados pelos pesquisadores ao longo de 200 dias após a captura do AT2020ocn/ZTF18aakelin permitiram ao time do MIT chegar a algumas conclusões. Eles perceberam que a galáxia observada emitia clarões de raios X em intervalos de mais ou menos 15 dias, o que atribuíram à mudança do eixo de rotação do disco de acreção.Combinando esta informação com os dados de massa estimada do buraco negro, que teria mais ou menos 2,5 milhões de vezes a massa do Sol, eles foram capazes de calcular a velocidade de rotação do buraco negro observado.<h2>O quão rápido giram os buracos negros supermassivos?</h2>Segundo o texto publicado por Pasham e sua equipe, este buraco negro supermassivo em específico tem velocidade de rotação inferior a 25% da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121592-por-que-e-proibido-ultrapassar-a-velocidade-da-luz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">velocidade da luz</a>. Parece pouco, não é mesmo? Mas este valor não necessariamente diz respeito aos demais buracos negros.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/27/27183337664302.jpg" alt="Buraco negro que emitiu os clarões de raios-X AT2020ocn/ZTF18aakelin gira em seu próprio eixo com apenas 1/4 da velocidade da luz (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Buraco negro que emitiu os clarões de raios X AT2020ocn/ZTF18aakelin gira em seu próprio eixo com apenas 1/4 da velocidade da luz (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Agora, de posse de uma forma de calcular o quão rápido gira um buraco negro supermassivo, é possível calcular a velocidade de outros objetos similares. Basta apontar os satélites em direção ao alvo e esperar por clarões de Evento de Perturbação de Marés."Ao estudar diversos sistemas nos próximos anos utilizando este método, astrônomos poderão estimar a distribuição geral das rotações dos buracos negros e entender a antiga questão de como eles evoluem ao longo do tempo", afirma Pasham. Agora, a tendência é que comecemos a desvendar mais e mais mistérios sobre os fascinantes buracos negros supermassivos.

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Qual é a velocidade de rotação de um buraco negro supermassivo?

Diferente dos mamíferos, cujos membros ficam eretos na hora de copular, os jacarés estão sempre com o órgão reprodutor pronto para o serviço.

Tá aí uma curiosidade que vai deixar muita gente — muita mesmo — com uma certa inveja: pesquisadores descobriram que os&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127296-cacadores-capturam-o-maior-jacare-ja-registrado-no-mississippi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jacarés</a>&nbsp;estão sempre com o pênis ereto. Sim, você não leu errado, o órgão sexual dos lagartões nunca amolece.A descoberta foi feita de maneira bastante inesperada, pegando um time que estudava a anatomia de jacarés totalmente de surpresa.<h2>Dispensa a azulzinha: pênis de jacarés está sempre ereto</h2>Um grupo de pesquisadores da Louisiana Tech University, uma universidade de tecnologia no Estado de Luisiana, nos Estados Unidos, dissecava o corpo de jacaré quando, sem querer, tocou em um nervo na pélvis do animal. O contato fez com que a musculatura do réptil morto inesperadamente se contraísse e liberasse um esbranquiçado e totalmente duro membro com cerca de 10 centímetros de comprimento.Você pode ver o surpreendente vídeo logo abaixo, mas tome cuidado na hora de assistir. Afinal, trata-se da gravação de uma dissecação de animal com um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128119-penis-alado-magico-e-encontrado-em-sitio-arqueologico-romano-na-servia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pênis</a> ereto saltando de surpresa na sua tela.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/7cTRsG3aS5o?si=eLLr_SuswNxmHr8n" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Trabalhando em conjunto com o Rockefeller Wildlife Refuge, refúgio para animais silvestres também localizado em Luisiana, a pesquisadora Diane Kelly tomou para si a tarefa de descobrir como e por que o órgão fálico destes animais se mantinha constantemente ereto. Kelly faz parte do programa de neurociência e comportamento do departamento de psicologia da Universidade de Massachusetts, nos EUA.Usando tecidos de jacarés mortos, fornecidos pelo refúgio Rockefeller, a cientista foi capaz de estudar a fundo a anatomia do pênis de jacarés. Anteriormente, ela já havia desvendado os segredos dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/polemica/75739-7-penis-extremamente-bizarros-do-mundo-animal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">órgãos reprodutores de outras espécies</a>, estão sua expertise veio a calhar.<h3>Por que o pênis dos jacarés nunca amolece?</h3>De acordo com o estudo publicado por Diane Kelly no site da American Association for Anatomy, após analisar o órgão reprodutor masculino de jacarés-americanos (também conhecidos como aligátores ou Alligator mississippiensis), ficou claro o porquê de o membro jamais amolecer. E tudo tem a ver com sua estrutura, que é bem diferente da encontrada em outros animais.Enquanto nos mamíferos, por exemplo, o pênis fica ereto quando os corpos cavernosos se enchem de sangue bombeado até o local na hora da reprodução, o órgão do jacaré está sempre duro porque é composto por densas camadas de colágeno. A grande quantidade de colágeno nas paredes e no centro do pênis do animal faz com que o membro não mude de forma, estando sempre duro e preparado para copular.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22151230981230.jpg" alt="Imagem mostra a estrutura interna do pênis dos jacarés, composto de densas camadas de colágeno que o deixam sempre eretos (Fonte: Diane Kelly/Reprodução)"><figcaption>Imagem mostra a estrutura interna do pênis dos jacarés, composto de densas camadas de colágeno que o deixam sempre eretos (Fonte: Diane Kelly / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outra curiosidade descoberta pela pesquisadora é que o órgão reprodutor dos jacarés machos fica escondido dentro da cloaca do animal. É por este motivo que não vemos o pênis destes animais com frequência, já que na maior parte do tempo eles ficam guardados no mesmo orifício por onde saem suas fezes.Assim, quando chega a hora de copular, os jacarés machos tensionam os músculos pélvicos e fazem com que seu pênis seja ejetado e fique completamente exposto. Ao final do ato, eles relaxam a musculatura e o membro é reintroduzido na cloaca.

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Jacarés têm pênis sempre eretos, mas ele só aparece na hora certa!

Novo estudo sugere algumas formas como pessoas podem ter aprendido e acumulado conhecimento sobre anatomia na antiguidade.

Já parou para pensar de onde vem o nosso conhecimento sobre a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121558-como-o-estudo-da-anatomia-humana-mudou-ao-longo-dos-seculos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anatomia humana</a>? Pois um novo estudo sobre o tema foi publicado recentemente e traz algumas sugestões bastante interessantes sobre as formas como nossos antepassados podem ter aprendido&nbsp;sobre o que tem dentro do corpo humano e até mesmo de animais.Encabeçada pelo estudante de PhD em neuroanatomia Grzegorz Wysiadecki, a pesquisa foi publicada na edição n.º 35 do periódico Translational Research in Anatomy e traz algumas considerações bastante interessantes. Por exemplo, o texto sugere que povos antigos teriam aprendido sobre anatomia ao&nbsp;realizar rituais ou preparar corpos para o pós-vida, entre outros.<h2>Como povos antigos aprenderam sobre anatomia?</h2>"Anatomia é uma das mais antigas disciplinas da medicina", afirma o grupo liderado por Wysiadecki, que faz parte do laboratório de neuroanatomia da Universidade de Lódz, na Polônia. "Conhecimento sobre a estrutura e funções do corpo humano foi adquirido gradualmente, até mesmo de forma trabalhosa, ao longo dos séculos", conclui.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22184138562327.jpg" alt="Civilizações antigas foram gradualmente adquirindo informações sobre o funcionamento do corpo humano (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Civilizações antigas foram gradualmente adquirindo informações sobre o funcionamento do corpo humano (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No texto, o time de Wysiadecki sugere cinco ocasiões nas quais a raça humana pode ter aprendido bastante sobre o funcionamento do corpo humano e até mesmo de alguns animais na antiguidade.Segundo o texto, nossos antepassados teriam obtido compreensão sobre o tema ao preparar corpos de animais para se alimentarem; ao usar entranhas de animais em rituais; ao sacrificar animais em cerimônias religiosas; embalsamando corpos no preparo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122926-livro-dos-mortos-o-guia-egipcio-deixado-para-as-mumias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">múmias para o pós-vida</a>; e observando ferimentos graves em outros humanos.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22183001386315.jpg" alt="A observação de ferimentos teria sido uma das principais formas de aprendizado sobre anatomia na antiguidade (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A observação de ferimentos teria sido uma das principais formas de aprendizado sobre anatomia na antiguidade (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No caso dos animais, tanto o uso em sacrifícios religiosos quanto no preparo de alimentos dispensam quaisquer aprofundamentos. Já sobre a utilização de corpos de animais em rituais, os pesquisadores sugerem que os barus, líderes religiosos babilônios, acreditavam que poderiam encontrar pistas sobre sabedoria divina escondidas dentro dos animais. Segundo os autores, este seria um dos primeiros exemplos de anatomia comparada da história.<h2>Compreensão do corpo humano</h2>A pesquisa publicada pelo time de Grzegorz Wysiadecki traz duas possibilidades bastante interessantes sobre como nossos antepassados teriam absorvido tanto saber sobre anatomia humana. A primeira delas se daria pelo simples fato de que corpos humanos eram abertos, desentranhados, limpos e embalsamados no preparo das múmias para sua "vida" no além. Ao tirar as entranhas dos corpos, com o passar do tempo este costume se converteu em conhecimento sobre os órgãos internos, seus formatos e localizações.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/22/22183211238319.jpg" alt="A mumificação de corpos também teria contribuído para o conhecimento do corpo humano pelos povos antigos (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A mumificação de corpos também teria contribuído para o conhecimento do corpo humano pelos povos antigos (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por fim, em relação à observação de ferimentos graves, os pesquisadores citam um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125688-papiro-de-smith-revela-o-quao-avancada-era-a-medicina-dos-antigos-egipcios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papiro de Smith</a>, escrito no Século XVII a.C., que cita 48 casos médicos como cortes e lesões no pescoço, clavícula, espinha dorsal e cabeça, entre outros. Um dos exemplos mais interessantes é a menção ao cérebro, fazendo com que o papiro seja o primeiro texto médico a falar sobre o tema, além de descrever ainda o líquido cefalorraquidiano.Além de Wysiadecki, Ivan Varga, Ilona Klejbor, Krzysztof Balawender, Sanjib Kumar Ghosh, Edward Clarke, Malgorzata Mazur, Andrzej Dubrowski, Michal Bonczar, Patryk Ostrowski, Stanislaw Orkisz e Andrzej Zytkowski também assinam a pesquisa.

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Qual é a origem do conhecimento de anatomia dos povos antigos?

Conheça o curioso caso do ictiobus, peixe que pode viver mais de 100 anos e fica mais saudável após cerca de oito décadas de vida.

Cinéfilos de plantão com certeza devem se lembrar do filme O Curioso Caso de Benjamin Button. O longa-metragem, estrelado por Brad Pitt, contava a história de um homem que nasceu velho e, com o passar dos anos, passava a <a href="https://www.tecmundo.com.br/edicao-de-video/83639-efeitos-visuais-rejuvenescem-atriz-video-impressionante.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rejuvenescer</a>. E mais uma vez podemos dizer que a vida imita a arte... de certa forma.Afinal, cientistas identificaram que o peixe conhecido como ictiobus pode viver por mais de um século e atingem o pico da vida saudável quando estão na faixa entre os 80 e 90 anos. Com isto em mente, fica o questionamento: o que nós, seres humanos, podemos aprender com esta fantástica descoberta?<h2>Ictiobus, o peixe que "envelhece ao contrário"</h2>Também conhecidos como peixes-búfalos, os ictiobus são um gênero de peixe de água doce nativo das Américas do Norte e Central, sendo encontrados majoritariamente em países como Estados Unidos, Canadá, Guatemala e México. Alguns anos atrás, em 2019, um espécime pescado no Lago Apache, no Arizona, nos EUA, foi analisado e pesquisadores chegaram à conclusão de que o peixe tinha mais de 100 anos. Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista Scientific Reports.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24225144156002.jpg" alt="Estudo afirma que os peixes-búfalos podem passar dos 100 anos de idade (Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Estudo afirma que os peixes-búfalos podem passar dos 100 anos (Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A descoberta fez um barulho e tanto, já que até então se acreditava que os peixes-búfalos viviam por cerca de 25 anos. E algo que tornou a descoberta ainda mais inusitada foi que o espécime analisado nem mesmo era nativo do lago onde foi pescado! Somente em 1918 cerca de 400 peixes do gênero foram transportados de trem até o local, então é possível que diversos membros da geração "original" do Lago Apache ainda estejam nadando por lá hoje em dia.E o mais legal é que, segundo um estudo também publicado na Scientific Reports em 2021, o ictiobus fica mais forte e saudável quando se aproxima dos 100 anos. Quando alcançam aproximadamente 80 a 90 décadas de vida, estes peixes passam a responder muito melhor a situações de estresse e seu sistema imunológico se torna mais resistente do que o de peixes-búfalos mais jovens.<h3>Os peixes-búfalos e a "fonte da juventude"</h3>Cientistas acreditam que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124265-cientistas-estao-tentando-curar-o-envelhecimento-em-promissor-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">longevidade</a> da espécie se dê por conta da dificuldade que os ictiobus têm para se reproduzir. São necessárias condições ambientais muito específicas — e ainda majoritariamente desconhecidas — para que a reprodução destes peixes se dê de maneira eficaz.Assim, para garantir a perpetuação da espécie, estes peixes teriam se adaptado para viver por mais tempo. Ao menos é isto o que afirma Alec Lackmann, líder da equipe de pesquisa que descobriu uma forma mais eficiente de calcular o tempo de vida dos peixes-búfalos.Até então, o cálculo era feito usando as escamas do animal como parâmetro de medição, mas Lackmann e seu time tiveram uma ideia genial e extraíram as pedras auditivas — ou otólitos — destes peixes, que seguem sendo gerados ao longo da vida do animal. Esta medição oferece resultados mais precisos, pois assim como em troncos de árvores, é possível identificar "anéis" que facilitam o cálculo da idade&nbsp;do peixe-búfalo.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/24/24225308070003.jpg" alt="Pesquisadores sugerem que o Ictiobus se adaptou para viver por mais tempo por conta da difícil reprodução da espécie (Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Pesquisadores sugerem que o ictiobus se adaptou para viver por mais tempo para compensar a dificuldade de reprodução da espécie (Imagem: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Com a confirmação de que os ictiobus não apenas são centenários, mas que esta longevidade pode ser resultado de uma adaptação devido a necessidades bem específicas de reprodução, algumas perguntas ficam no ar. Por exemplo, o podemos aprender com a forma que os peixes-búfalos encontraram de&nbsp;viver por mais tempo? Seria possível replicar isto de alguma forma em seres humanos? Afinal, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127981-4-tentativas-de-imortalidade-e-juventude-eterna-na-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">busca pela "eterna juventude"</a> é algo recorrente na história da humanidade.Para Lackmann, ainda é preciso pesquisar muito mais sobre os peixes-búfalos para podermos entender melhor todo esse mecanismo que lhes proporciona vida tão longa e mais saudável quando estão com mais de 80 anos de vida. Para tal, antes de mais nada, é preciso preservar a espécie — que hoje é popularmente utilizada em campeonatos de pescaria, o que pode pôr em risco espécimes mais velhos e, de quebra, impactar no avanço das pesquisas.Será que um dia encontraremos uma forma de recriar o efeito "Benjamin Button" e rejuvenescer com o passar dos anos?

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'Peixamin Button'? O curioso peixe que fica 'mais jovem' conforme envelhece

Conheça agora sete raças de cães ideais para quem vive em apartamento e busca a companhia canina perfeita para compartilhar o cotidiano.

Dizem por aí que uma residência sem um&nbsp;bichinho de estimação é apenas uma casa, e não um lar. Essa máxima pode não valer para todos, já que nem todo mundo é obrigado a gostar de ter bichos dentro de casa, além de muita gente ter traumas com <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120643-caes-ou-gatos-descubra-qual-e-o-predileto-dos-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cães e gatos</a>, por exemplo. Ainda assim, muita gente não vive sem um amigo ou amiga peludinhos&nbsp;— e é para essa turma que dedicamos este artigo.Uma das escolhas mais populares de bicho de estimação é o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124297-5-mitos-comuns-sobre-cachorros-que-voce-nao-deve-acreditar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cachorro</a>, mas muita gente acaba ficando na dúvida sobre qual é a melhor raça para ter em apartamento. Afinal, cães geralmente precisam de espaço para correr e brincar, mas a boa notícia é que existem várias raças que podem ser criadas numa boa mesmo em apartamentos, sem a necessidade de um quintal para correr e gastar energia.<h2>As melhores raças de cachorro para ter em apartamento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25143911063173.jpg" alt=" (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ter um cachorrinho em casa traz mais alegria e deixa o lar muito mais agradável (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Tendo em mente que uma boa parcela da população das grandes cidades vive em apartamentos e quer um bichinho de estimação para trazer mais alegria para a vida e o ambiente, listamos algumas raças de cães bem populares para quem mora em&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123322-por-que-os-japoneses-estao-vivendo-em-apartamentos-de-ate-8-m.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apartamentos</a>.<h3>Poodle</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25144109301174.jpg" alt="Poodles são muito populares entre pessoas que vivem em apartamentos (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Poodles são muito populares entre pessoas que vivem em apartamentos (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Primeiramente é importante frisar que existem diferentes variedades de poodles, cada uma com diferentes tamanhos. Para quem mora em apartamento, os ideais seriam o poodle miniatura ou o toy, os menores dentre as variações da raça.Muito inteligentes, leais e brincalhões, poodles também são razoavelmente fáceis de treinar e são a companhia perfeita para pessoas que têm uma vida bastante ativa. Se você curte sair para dar uma volta pelo bairro, vai adorar sair com um poodle ao seu lado.&nbsp;<h3>Shih-tzu</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25144258331177.jpg" alt="Shih-tzu (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Shih-tzu é uma raça de cães dóceis, amigáveis e que não precisam de muito exercício para gastar energia (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma ótima escolha para quem mora em apartamentos&nbsp;pequenos é a raça shih-tzu. Muito amigáveis, dóceis e apegados aos tutores, os cães desta raça não precisam de muito espaço para gastar sua pouco energia: brincar de buscar a bolinha algumas vezes já pode ser suficiente para manter o cão saudável.Um ponto um tanto negativo é a quantidade de pelos que esta raça solta, então não espere que a casa fique sempre limpinha. O tamanho da pelagem batizou a raça: em mandarim, shih-tzu significa "leãozinho". Ah, e os latidos também devem ter contribuído para o apelido fofinho, já que a raça pode latir em excesso.<h3>Lhasa apso</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25144405525179.jpg" alt="Lhasa (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A raça lhasa apso costuma ser bem alegre e dócil (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para quem busca um cãozinho pequeno, alegre, divertido e que não requer passeios frequentes, o lhasa apso é uma das melhores opções. Bastante dóceis, os cães desta raça se dão bem com ambientes mais apertados como apartamentos.O que pode dar um trabalho extra é a dificuldade de socialização desta raça com humanos desconhecidos, então é sempre bom ir apresentando seu lhasa para amigos e amigas com bastante calma e tranquilidade para não deixar o cachorrinho estressado. Além disso, esta raça também não costuma se dar muito bem com outros lhasas do mesmo sexo no mesmo ambiente por muito tempo.<h3>Maltês</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25144459531180.jpg" alt="Maltes (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Belos, alegres e muito companheiros, cães da raça maltês se dão bem com ambientes pequenos (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Bonitos, companheiros, fofinhos e alegres, os malteses são cães ótimos para quem mora em apartamento e gosta de sair por aí em caminhadas, já que esta raça tem bastante energia e precisa andar bastante para não engordar. Eles também costumam se adaptar muito bem à rotina e ao estilo de vida de seus tutores, o que são pontos bem positivos.Mas nem tudo são flores: sua bela pelagem pode dar bastante trabalho quando se opta por deixá-la mais comprida, o que pode pesar no bolso. Além disso, esta raça não é exatamente das mais fáceis de adestrar, então é bom ter isso tudo em mente antes de optar por um maltês.<h3>Dachshund</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25144556028184.jpg" alt="Salsichinha (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Também conhecidos como salsichinhas, os Dachshunds são muito companheiros e inteligentes, mas teimosos (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os famosos salsichinhas são uma boa opção para quem vive em apartamento e quer um cachorro. Sua pelagem curta não costuma dar trabalho, e os cães desta são bastante inteligentes, companheiros e protetores de seus tutores.Porém, dachshunds têm um probleminha: seu temperamento pode mudar de uma hora para a outra, já que a raça apresenta bastante variação de humor. Eles também são bem bagunceiros e muito teimosos. Ah, e eles também latem bastante. Mas nada disso tira o charme dos salsichinhas!<h3>Jack Russel</h3><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25144646436185.jpg" alt="Jack (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Jack Russel é uma raça amigável, companheira e muito legal, mas que tem energia de sobra (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma raça ótima com crianças, o Jack Russel é o cão ideal para quem realmente curte sair de casa com frequência. Afinal, esta raça de cães de caça tem energia de sobra e requer muita brincadeira, exercícios e passeios frequentes.Para quem vive uma vida mais sedentária, é melhor passar longe de cães desta raça. Mas se não for este o caso, escolher um Jack Russel como bicho de estimação pode ser a melhor escolha, já que são muito&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124636-por-que-certos-animais-gostam-de-receber-carinho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">carinhosos</a>, leais, inteligentes e protetores.<h3>Vira-lata caramelo</h3>Ok, ok, aqui fugimos um pouco da categoria "cães de raça", mas é impossível falar sobre cães sem citar o bom e velho <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115534-vira-lata-e-adotado-por-loja-e-vira-caosultor-de-vendas-fotos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vira-lata caramelo</a>, um verdadeiro patrimônio brasileiro. Também conhecidos como cães sem raça definida (SRD), os vira-latas nada mais são do que cachorros de raças mistas cuja origem é desconhecida, carregando traços genéticos de diferentes raças. Os SRD costumam ter bastante personalidade, mas, em geral, são ótimas companhias.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/25/25144820040186.jpg" alt="Caramelo (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Não tem como não se apaixonar pelo charme de um vira-lata caramelo (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um ponto muito positivo é que a manutenção de um vira-lata costuma ser muito mais barata do que a de um cachorro de raça, que muitas vezes precisa de banhos semanais ou cuidados especiais que podem tomar uma boa parte do seu orçamento. Além disso, ter um vira-lata é muito fácil: em qualquer feirinha de adoção você pode encontrar seu novo melhor amigo ou amiga.Agora é pensar bastante sobre o que você espera do seu amiguinho ou amiguinha de quatro patas e tomar a decisão com sabedoria e responsabilidade. Afinal, cães não são objetos, são criaturinhas vivas cheias de amor para dar e&nbsp;merecem muito carinho, cuidados e atenção!

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7 raças de cães perfeitas para quem mora em apartamento

Imagem de Quem foi William Adams, o revolucionário primeiro samurai ocidental no megacurioso

Conheça a trajetória do primeiro inglês a chegar ao Japão e saiba como sua influência ajudou a mudar o rumo da história nipônica

<head></head><body>Em 1975, o autor James Clavell publicou o livro Shogun e fez um tremendo sucesso. Lançado no Brasil como Xógum - A Gloriosa Saga do Japão, a história narra a trajetória de John Blackthorne, um navegador inglês cuja embarcação naufragou na costa do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118627-7-fatos-curiosos-que-provam-que-o-japao-e-um-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a>, levando a uma série de acontecimentos renderam a Blackthorne o título de samurai&nbsp;a serviço do xogunato.O que muita gente não sabe é que a trama escrita por Clavell, que <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/280106-xogum-veja-trailer-data-elenco-nova-serie-disney-star.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chega no fim deste mês à Disney+</a> em formato de minissérie, foi inspirada na história de William Adams, o primeiro inglês a chegar ao Japão.&nbsp;Após ganhar a confiança dos governantes locais, ele foi rebatizado e ganhou a confiança do famoso Ieyasu Tokugawa.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/4ou3WIiSIJY?si=dl5V_9inuAccp4y6" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe><h2>A trajetória conturbada de William Adams até o Japão</h2>Nascido em 1954 na cidade de Gillingham, em Kent, na Inglaterra, o jovem William Adams trabalhou desde os 12 anos como aprendiz do mestre da construção de embarcações Nicholas Diggins. Além de construir barcos, Adams aprendeu com seu mestre a navegar em mar aberto, a ler as estrelas e, ainda, absorveu conhecimentos de matemática.Em 1588, aos 24 anos, já como membro da Marinha inglesa, o rapaz participou de sua primeira guerra em uma batalha contra a Armada Espanhola. Ele comandou um navio de provisões no auxílio às embarcações que combatiam a frota espanhola, que buscava derrubar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121095-6-curiosidades-sobre-elizabeth-i-a-ultima-monarca-tudor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rainha Elizabeth I</a>.Uma década mais tarde, mesmo já possuindo status, riquezas e uma família com dois filhos, Adams simpatizava com os ideais dos holandeses, que visavam quebrar a dominação marítima de Portugal e Espanha, as maiores potências navais da época.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23150020716157.jpg" alt="Gravura do século XVII mostra as cinco embarcações lideradas por William Adams. (Fonte: Zacharias Heijins/Reprodução)">Gravura do século XVII mostra as cinco embarcações lideradas por William Adams. (Fonte: Zacharias Heijins/Reprodução)O plano era relativamente simples: Adams deveria navegar até a América do Sul em busca de riquezas e, caso o plano falhasse, devia seguir para o Japão para obter prata e trocar por especiarias no território hoje conhecido como Indonésia. Após partir de Roterdã com sua frota composta por cinco navios, as coisas começaram a desandar.<h3>Hostilidades na América do Sul</h3>O encontro com os nativos na América do Sul nem sempre foi dos melhores, com episódios de combate em diferentes pontos onde os navios protestantes atracaram. Foi então que decidiram optar pelo plano B e seguir para o Japão.Mas a empreitada não foi fácil: com a maior parte da tripulação morta no trajeto e com os sobreviventes muito debilitados, o grupo de Adams quase foi morto pelos japoneses ao chegar à ilha de Kyushu. Embora tenham sido cordiais com os locais, a chegada de um grupo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/37480-conheca-quem-foram-alguns-dos-samurais-mais-importantes-do-japao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">samurais</a> acompanhados de um padre jesuíta quase pôs um fim à vida da já enfraquecida tripulação protestante.&nbsp;<h2>De prisioneiro a conselheiro</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Kuroshima Island Memorial Park/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://en.wikipedia.org/wiki/William_Adams_(pilot)#/media/File:Jan-Joosten-van_Lodensteyn-and-William-Adams-with-Ship-Liefde-first-encounter-in-Kyushu-Japan-1600.png"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23145739742156.jpg" alt="William Adams, de chapéu e camisa azuis, em sua chegada à ilha de Kyushu. (Fonte: Kuroshima Island Memorial Park/Reprodução)">William Adams, de chapéu e camisa azuis, em sua chegada à ilha de Kyushu. (Fonte: Kuroshima Island Memorial Park/Reprodução)A rivalidade entre os jesuítas e os protestantes quase custou a vida de William Adams e seus companheiros, quando o padre acusou os ingleses de serem piratas. Porém, em vez disso, o navegador inglês foi tomado como prisioneiro por Ieyasu Tokugawa, que na época ainda era apenas um senhor feudal. Com a ajuda de um padre como tradutor, Tokugawa interrogou Adams e foi cada vez mais se interessando pelo inglês.Seus conhecimentos de matemática, construção de barcos e navegação&nbsp;atraíram a atenção do lorde japonês. Foi então que William Adams deixou de ser prisioneiro e passou a trabalhar sob as ordens de Tokugawa para criar os primeiros navios japoneses ao estilo europeu.<h2>O nascimento do samurai Miura Anjin</h2>Seu desejo de retornar à sua terra natal foi constantemente negado, já que Adams se tornou um importante recurso para o xogunato. Porém, isto não o impedia de trocar cartas com sua esposa, que permanecia na Inglaterra. Após aprender a falar japonês, o inglês substituiu o padre português João Rodrigues como intérprete oficial e conselheiro&nbsp;do agora Xogum Ieyasu Tokugawa.<img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23150419657161.jpg" alt="Pintura retrata um dos encontros de William Adams com Ieyasu Tokugawa. (Fonte: Pieter van der Aa/Reprodução)">Pintura retrata um dos encontros de William Adams com Ieyasu Tokugawa. (Fonte: Pieter van der Aa/Reprodução)Adams foi responsável por escrever cartas em nome de Tokugawa e também pelo&nbsp;fortalecimento das relações comerciais entre o Japão e países estrangeiros, como Inglaterra e Holanda. Durante este período, Adams se casou com Oyuki, filha adotiva do oficial Magome Kageyu, com quem teve dois filhos: Joseph e Susanna Adams.Sua proximidade do governante lhe rendeu ainda mais status: Tokugawa presenteou o navegador com uma luxuosa casa com diversos servos na península de Miura, além de dar ao inglês duas katanas, as tradicionais espadas japonesas. Ali, o Xogum declarou a morte de William Adams e, em seu lugar, nascia o samurai Miura Anjin (algo como "o navegador de Miura").Além disso, Adams, o primeiro samurai inglês, recebeu o título de jikatatori hatamoto, japonês para "portador da bandeira". Este era um dos mais altos postos do xogunato e representava o valor e respeito de Tokugawa em relação ao estrangeiro.<h2>O legado de Adams, o navegador de Miura</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Takaaki Ota/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://en.wikipedia.org/wiki/William_Adams_(pilot)#/media/File:%E6%8C%89%E9%87%9D%E3%81%A8%E5%A6%BB%E9%9B%AA%E4%BE%9B%E9%A4%8A%E5%A1%94.jpg"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23150858100162.jpg" alt="Memorial em homenagem a Muira Anjin e sua esposa no templo Jodo-ji, na cidade japonesa de Yokosuka. (Fonte: Takaaki Ota/Reprodução)">Memorial em homenagem a Muira Anjin e sua esposa no templo Jodo-ji, na cidade japonesa de Yokosuka. (Fonte: Takaaki Ota/Reprodução)Miura Anjin teve papel importante na expulsão dos católicos e cristãos do Japão. Embora o próprio Xogum não gostasse tanto dos religiosos estrangeiros pregando em seu território, a influência de Adams, inglês e protestante, foi crucial quando Tokugawa decidiu se livrar da presença os padres e seus seguidores.O navegador inglês também teve papel fundamental na criação de rotas de comércio entre o Japão e outros países do sul asiático. Porém, após a morte de Ieyasu Tokugawa, seu sucessor cancelou a maioria dos acordos comerciais, mantendo negócios apenas com os holandeses.Em maio de 1620, William Adams — ou Miura Anjin — adoeceu e morreu aos 55 anos em Hirado, Nagasaji, e foi sepultado próximo ao memorial local em homenagem a São Francisco Xavier. Em seu testamento, Adams, o primeiro inglês a se tornar um samurai, pediu que seus bens fossem divididos igualmente entre suas famílias da Inglaterra e do Japão.</body>

Rodrigo Estevam