O estudo pesquisou a origem da coloração brilhante existente em animais e plantas para entender o seu propósito dentro do processo evolutivo das espécies.

Para entender quando as cores brilhantes surgiram em animais e plantas e também o motivo dessa coloração, dois pesquisadores americanos analisaram a linha do tempo evolutiva da percepção de cores em animais. Publicado na revista&nbsp;Biological Reviews, o estudo tenta esclarecer o fenômeno que eles chamam de&nbsp;"explosão" de sinais de cores animais nos últimos 100 milhões de anos.Chamadas de cores conspícuas, ou seja, que chamam a atenção de forma imediata, essas tonalidades são amplamente utilizadas na comunicação dentro e entre espécies animais, e incluem padrões como vermelho, amarelo, laranja, azul e roxo, que se destacam na maioria dos fundos.&nbsp;<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127358-por-que-os-animais-sao-tao-coloridos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que os animais são tão coloridos?</a></li></ul>A questão da pesquisa foi saber o que surgiu primeiro. As plantas começaram a produzir frutas e flores vibrantes antes que qualquer pessoa da Terra conseguisse ver cores? Ou a visão das cores surgiu primeiro, com as cores vivas aparecendo em plantas e animais só depois que estes últimos conseguissem vê-las?<h2>A visão das cores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/27/27222723018000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As cores vibrantes surgiram depois que a percepção visual delas já existia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Animais usam cores como adaptações evolutivas para aumentar as chances de sobrevivência e reprodução da espécie. Pode ser como camuflagem para se misturar com o ambiente e despistar predadores ou caçar sem ser detectado pelas presas. Outra aplicação é a regulação térmica, pois cores escuras absorvem mais calor, enquanto as claras refletem a radiação solar.Já os tons mais chamativos tendem a atrair parceiros e demonstrar saúde e qualidade genética. Mas as cores vivas podem também ser usadas para sinalizar aos predadores sobre suas defesas tóxicas e perigosas, no chamado aposematismo.&nbsp;Usando análise estatística de dados evolutivos, os autores descobriram que a percepção das cores evoluiu primeiro em animais cerca de 100 milhões de anos antes do surgimento de frutas e flores coloridas. Essa visão de cores pode ter surgido pela primeira vez, segundo o estudo, há cerca de 500 milhões de anos, em antigos artrópodes e vertebrados.<h2>A linha do tempo das cores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/27/27225420227000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Frutas coloridas surgiram há 350 milhões de anos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os autores concluíram que, depois que a visão das cores evoluiu nos animais há 500 milhões de anos, as frutas coloridas apareceram há cerca de 350 milhões de anos, enquanto as flores coloridas surgiram há cerca de 200 milhões, explica o líder do estudo, John J. Wiens, professor da Universidade do Arizona, em Tucson nos EUA. &nbsp;Os sinais de cores de alerta começaram a se manifestar há cerca de 150 milhões de anos, enquanto os sinais de cores sexuais só apareceram há cerca de 100 milhões de anos. "Houve uma explosão dramática de sinais de cores de alerta e sexuais nos últimos 100 milhões de anos", afirmou Wiens.&nbsp;<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128697-como-os-animais-enxergam-o-mundo-segundo-novas-cameras-com-92-de-precisao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como os animais enxergam o mundo, segundo novas câmeras com 92% de precisão</a></li></ul>Em um comunicado o biólogo explica que "Os sinais de alerta são pelo menos cinco vezes mais disseminados [do que os sinais sexuais]. Esse é o padrão geral". Isso porque o animal colorido não precisa ter visão de cores para sinalizar outros animais sobre o seu perigo. Já nos sinais de cores sexuais, machos e fêmeas precisam ter capacidade visual para interpretá-las como sinais importantes e distinguir nuances entre elas.

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Explosão de cores tornou a vida na Terra vibrante há 100 milhões de anos

Enquanto procurava cavernas para explorar no sul da Austrália, um homem descobriu no Google Maps os rastros extensos de um ciclone que passou e ninguém viu.

Imagine um tornado de magnitude F3, aquele que é capaz de destruir telhados e paredes, descarrilhar trens e levantar automóveis, com ventos de até 332 km/h. Uma dessas colunas violentas de fúria passou pela planície de Nullarbor, no sul Austrália em novembro de 2022, mas ninguém percebeu.O mais estranho é que ess tremenda tromba d'água provocou no solo uma imensa "cicatriz" de quase 11 quilômetros de comprimento e entre 160 e 250 metros de largura que, da mesma forma, passou totalmente despercebida.<ul><li>Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128857-como-e-medida-a-forca-de-um-tornado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como é medida a força de um tornado?</a></li></ul>Recentemente, ou seja, passados dois anos do vórtice ciclônico, um espeleólogo, pesquisador de cavernas, percebeu por acaso essa gigantesca formação, enquanto navegava tranquilamente no Google Maps&nbsp;em busca de cársticos, paisagens formadas pela dissolução de rochas calcárias.&nbsp;<h2>O tornado que ninguém percebeu</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/29/29075725629000.jpg" alt="Um tornado de 2013 cruzou o nordeste de Victoria e viajou até de Nova Gales do Sul. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Um tornado em 2013 cruzou o nordeste de Victoria e viajou até de Nova Gales do Sul. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Quando o observador percebeu a estranha marca, mais tarde identificada como uma cicatriz erosiva, o homem procurou ajuda de especialistas. A assinatura do tornado fica a somente 20 quilômetros ao norte da Ferrovia Transaustraliana e 90 quilômetros a leste-nordeste de um antigo assentamento ferroviário chamado Forrest.&nbsp;O pesquisador da Escola de Ciências da Terra e Planetárias da Curtin University, em Perth, Matej Lipar, que analisou imagens antigas de satélite do Google, descobriu que ela apareceu pela primeira vez entre os dias 16 e 18 de novembro de 2022.Em um artigo publicado na plataforma The Conversation, ele descreveu as imagens: "Padrões circulares azuis apareceram ao lado da cicatriz, indicando poças de água associadas a chuvas fortes". E concluiu: "Após uma investigação mais detalhada, percebemos que a cicatriz foi criada por um tornado feroz que ninguém sabia que havia ocorrido".<h2>A confirmação (tardia) da passagem do tornado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/29/29081948731002.jpg" alt="A Planície Nullarbor é um trecho de terra remoto, seco e sem árvores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Planície Nullarbor é um trecho de terra remoto, seco e sem árvores. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para investigar o fenômeno, a equipe de Lipar visitou a região para analisar in loco a cicatriz. Eles pesquisaram possíveis marcas cicloidais características dos tornados, tentando correlacionar atividades de vórtice de sucção com padrões climáticos históricos que pudessem estar associados à ocorrência.&nbsp;Em seu estudo, Lipar descreve padrões climáticos marcados pela passagem de uma forte frente fria no sentido oeste-leste juntamente com umidade tropical, ou seja, a presença simultânea de ar quente e úmido. Em outras palavras, um estopim para fenômenos meteorológicos explosivos, como tempestades severas e fortes vendavais.<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120657-por-que-os-eua-tem-tantos-tornados-violentos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que os EUA têm tantos tornados violentos?</a></li></ul>A confirmação do fenômeno veio por meio das imagens das nuvens, intensas na região no dia 17 de novembro de 2022, enquanto as estações meteorológicas vizinhas registraram chuvas torrenciais, que podem estar relacionadas com as cicatrizes observadas, diz Lipar.&nbsp;O estudo foi publicado na revista Journal of Southern Hemisphere Earth Systems Science.

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"Cicatriz" detectada por acaso no Google Maps era fenômeno que ninguém viu

As descobertas de fósseis ao longo das últimas décadas têm revelado um pouco das origens e mistérios da evolução humana.

Durante os últimos dois séculos, a ciência tem investigado e mapeado a complexa história dos ancestrais humanos. Esses estudos revelaram mais de 20 espécies de hominídeos que caminharam pela Terra e pavimentaram o caminho para o Homo sapiens. A descoberta inicial, no século XIX, trouxe à luz os fósseis de neandertais, mas foi apenas nas décadas seguintes que conseguimos entender a relevância dessas descobertas para nossa evolução.&nbsp;Com o tempo, e impulsionados pelos avanços da antropologia e da genética, esses ancestrais foram mapeados, e cada nova espécie revelada foi uma peça do quebra-cabeça que conta nossa própria história. O mapa de descobertas, composto por fósseis em regiões da Europa, África e Ásia, demonstra uma trajetória rica e cheia de misturas, adaptações e extinções.<h2 style="text-align:justify;">O início: África</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26110144761058.png" alt="A árvore da família humana. (Fonte: National Museum of Naural History / Divulgação)"><figcaption>A árvore da família humana. (Fonte: National Museum of Naural History / Divulgação)</figcaption></figure></figure>No cenário da evolução humana, o ponto de partida é a África, onde surgiram as espécies mais antigas do nosso grupo. Entre elas, estão o Sahelanthropus, o Orrorin e o Ardipithecus, hominídeos que, mesmo apresentando traços mais próximos dos símios, iniciaram a caminhada evolutiva. Mais tarde, surgiram os Australopithecus, famosos por misturarem características símias com habilidades que remetem aos humanos modernos, como a locomoção bípede, evidenciada pelo fóssil de "Lucy", encontrado em 1974.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/nos-humanos-surgimos-na-africa-mas-por-que-especificamente-la" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nós, humanos, surgimos na África. Mas por que especificamente lá?</a></li></ul>Cada descoberta nessa linha de evolução trouxe mais clareza sobre o gradual afastamento dos hominídeos das características puramente símias para formas mais parecidas com as dos humanos. E assim, a árvore genealógica hominídea continuou a se expandir.Com o surgimento do gênero Homo, a evolução humana deu passos importantes. O Homo habilis, por exemplo, descoberto na década de 1960, é o primeiro a demonstrar o uso de ferramentas de pedra. Essas inovações marcaram o início da Idade da Pedra Média, quando a tecnologia rudimentar começou a influenciar o comportamento e a sobrevivência.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Saiba também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128714-alem-do-homo-sapiens-conheca-as-outras-8-especies-humanas-que-ja-existiram-na-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Além do Homo sapiens: conheça as outras 8 espécies humanas que já existiram na Terra</a></li></ul>Posteriormente, o Homo erectus, que viveu na Ásia, já apresentava um cérebro maior e habilidades cognitivas avançadas, evidências que sugerem que esses hominídeos eram hábeis caçadores e migrantes. Esses grupos começaram a se espalhar para fora da África, um movimento que indicava o surgimento de estratégias de adaptação a novos ambientes.<h2 style="text-align:justify;">Integração entre grupos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/27/27092117743009.jpg" alt="Achados fósseis têm revelado a nossa ancestralidade. O que mais falta a gente descobrir? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Achados fósseis têm revelado a nossa ancestralidade. O que mais falta a gente descobrir? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os famosos neandertais (Homo neanderthalensis), que habitaram a Europa e partes do Oriente Médio, são bem conhecidos por suas habilidades de sobrevivência e sua robustez física. Curiosamente, esses hominídeos também partilham características com os humanos modernos, com os quais chegaram a se misturar.&nbsp;Evidências arqueológicas, como restos ósseos e estudos de DNA, mostram que os Homo sapiens e os neandertais coexistiram e cruzaram-se. Essa mistura genética deixou traços que ainda hoje podem ser detectados em populações fora da África, revelando que os neandertais também influenciaram a evolução dos humanos modernos.<ul><li style="text-align:justify;">Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126929-denisovanos-quem-foi-esse-misterioso-ancestral-do-homem-moderno.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Denisovanos: quem foi esse misterioso ancestral do homem moderno?</a></li></ul>Outro grupo que intriga os cientistas são os Denisovanos (Homo denisovensis), descobertos por meio de fragmentos ósseos e DNA em uma caverna siberiana. Mesmo sem fósseis completos, foi possível desvendar a existência desse grupo, graças ao sequenciamento genético, que mostrou parentesco próximo com os neandertais.&nbsp;A migração dos Homo sapiens para o sudeste asiático resultou em interações com os Denisovanos, deixando heranças genéticas que ainda são encontradas entre populações da Oceania e das Filipinas. Esse cruzamento com diferentes hominídeos não só enriqueceu nossa diversidade genética, mas também ilustra como as interações evolutivas foram mais complexas e dinâmicas do que imaginávamos.<h2 style="text-align:justify;">O avanço dos sapiens</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26110449297062.jpg" alt="Os genes dos neandertais está presente em muitos de nós atualmente. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os genes dos neandertais estão presentes em muitos de nós atualmente. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>À medida que os Homo sapiens continuaram sua jornada migratória pelo planeta, chegaram à Austrália e, posteriormente, à Europa, onde coexistiram com os neandertais até que, por volta de 29 mil anos atrás, os últimos vestígios dessa espécie desapareceram.&nbsp;A razão exata para a extinção dos neandertais permanece um mistério, mas é provável que a competição por recursos, o cruzamento com os Homo sapiens e as mudanças climáticas tenham contribuído para seu desaparecimento.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Fique por dentro: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128357-pessoas-matinais-podem-ser-descendentes-de-neandertais-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pessoas 'matinais' podem ser descendentes de neandertais, diz estudo</a></li></ul>Os Homo sapiens, por sua vez, avançaram para novas terras, como as Américas, ocupadas há pelo menos 13 mil anos. Esses deslocamentos trouxeram não apenas diversidade cultural, mas também inovações artísticas, como pinturas rupestres e esculturas primitivas que se espalharam pelo globo.O estudo da evolução humana é um mosaico em constante construção, onde cada descoberta acrescenta uma peça a uma narrativa fascinante. Graças aos fósseis, ao DNA e à tecnologia avançada, temos hoje um mapa que revela a história de adaptações, cruzamentos e sobrevivência — das primeiras espécies que se ergueram nas savanas africanas aos migrantes que cruzaram mares e continentes.

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Rumo às raízes: mapeando a jornada evolutiva humana 

No estudo, pesquisadores explicam que as plantas emitem uns sons parecidos com plástico bolha estourando, mas não somos capazes de escutá-los.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, as plantas falam, ou, pelo menos, emitem sons. Mais do que isso: elas gritam quando estão estressadas, seja porque estão precisando de água ou por terem seus caules cortados. Esses sons se propagam pelo ar à distância, e podem ser registrados, segundo um estudo publicado no ano passado na revista Cell.Não ouvimos todas as queixas e alertas porque a frequência desses ruídos é ultrassônica e, portanto, alta demais para ser captada pelo ouvido humano. No entanto, esse vozerio vegetal pode ser ouvido por insetos, outros mamíferos e certamente outras plantas. Segundo os autores, é possível até que haja muita interação acústica entre essas espécies diferentes.<ul><li>Descubra como: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cientistas-ja-conseguem-entender-o-que-as-plantas-conversam-veja-como" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cientistas já conseguem entender o que as plantas "conversam"</a></li></ul>“Mesmo em um campo silencioso, há sons que não ouvimos, e esses sons carregam informações”, afirma a autora sênior da pesquisa, Lilach Hadany, bióloga evolucionista e teórica da Universidade de Tel Aviv, em Israel, em um comunicado de imprensa.<h2>Como são os sons emitidos pelas plantas</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/rAOOmhFMSok" title="Audio recording of plant sounds" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Para testar sua tese, os pesquisadores usaram microfones para gravar plantas de tomate e tabaco saudáveis. Primeiro, os vegetais foram gravados em um câmera acústica à prova de som e depois em uma estufa barulhenta. Depois, elas foram deixadas sem água por vários dias e, finalmente, tiveram seus caules cortados. &nbsp;Após gravarem muitos "choros e reclamações", eles treinaram um algoritmo de aprendizado de máquina para distinguir entre plantas não estressadas, sedentas e feridas (cortadas). A primeira descoberta foi que plantas estressadas fazem mais "barulho" do que as não estressadas. Uma planta estressada emite cerca de 30 a 50 estalos parecidos com plástico bolha sendo estourado, por hora, em intervalos regulares.Já as plantas não estressadas ficam mais "na delas", em silêncio, e cuidando apenas dos seus afazeres de planta. Os tomates, por exemplos, quando não estão sob estresse, explica Hadany, ficam quietinhos.<h2>Por que as plantas emitem sons?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/15/15104315942000.jpg" alt="x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Depois de descobrir que as plantas falam, cientistas querem descobrir quem ouve. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Embora tenham comprovado que as plantas emitem sons intensos quando estressadas, inclusive outras espécies como milho, trigo, uva e cactos, os autores ainda não sabem como esses ruídos são produzidos, mas é possível que seja por meio de um processo conhecido como cavitação, no qual as plantas formam bolhas de ar (cavidades) em seu sistema vascular.Outra questão que o estudo ainda não conseguiu comprovar é se as plantas produzem esses sons para se comunicar com outros organismos. De qualquer forma, a simples emissão seletiva de ruídos já é um tremendo sinal de evolução, com implicações ecológicas.&nbsp;<ul><li>Leia também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127995-como-as-plantas-lidam-com-dias-mais-curtos-e-a-perda-da-luz-do-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como as plantas lidam com dias mais curtos e a perda da luz do dia</a></li></ul>Para Hadany, assim como as plantas, outros organismos podem também ter evoluído para participar desse "diálogo". E cita os exemplos de "uma mariposa que pretende pôr ovos em uma planta ou um animal que pretende comer uma planta". Uma "conversinha" prévia pode orientar essas decisões, diz a bióloga.

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Plantas não apenas emitem sons, mas também gritam quando estressadas

Quem diria que além de fofos e independentes, os gatos também são rápidos no raciocínio.

Os gatos sempre foram conhecidos por sua independência e mistério, mas a ciência está começando a revelar o quão inteligentes eles realmente são.Um estudo recente liderado por Saho Takagi, da Universidade Azabu, no Japão, mostrou que esses felinos fofos e enigmáticos podem aprender a associar palavras a imagens mais rápido do que bebês humanos. A descoberta, publicada na Scientific Reports, pode mudar como entendemos nossos companheiros de quatro patas.<h2>Gatos, palavras e imagens</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28203947700213.jpg" alt="Gatos associaram palavras a imagens rapidamente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os gatos assistiram a vídeos com palavras e imagens associadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para entender melhor a capacidade dos gatos de associar palavras a imagens, os pesquisadores criaram um experimento simples e interessante. Eles usaram 31 gatos adultos que assistiram a pequenos vídeos onde seus tutores repetiam palavras inventadas, como “paramo” para um sol vermelho e “keraru” para um unicórnio azul.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125628-como-gatos-escolhem-uma-pessoa-favorita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como gatos escolhem uma pessoa favorita?</a></li></ul>Os clipes foram mostrados até os gatos ficarem entediados, algo que os pesquisadores mediram quando eles prestavam 50% menos atenção à tela. Depois de uma pausa, os pesquisadores trocaram as combinações: “paramo” passou a acompanhar o unicórnio e “keraru” o sol.Os gatos, ao perceberem essa troca, mostraram sinais claros de confusão e curiosidade, como olhares atentos e pupilas dilatadas. Isso indicou que eles tinham aprendido a associação entre palavras e imagens muito rapidamente.Apesar de simples, o experimento enfrentou desafios. Afinal, convencer gatos a participar de testes científicos não é nada fácil, já que eles são famosos por fazerem o que bem entendem. Ainda assim, a equipe conseguiu criar um método eficiente que respeitava o comportamento natural dos felinos.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118759-15-fatos-curiosos-sobre-os-gatos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">15 fatos curiosos sobre os gatos</a></li></ul><h2>Resultados surpreendentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28204534533214.jpg" alt="Os gatos aprenderam a associar palavras a imagens mais rápido que bebês humanos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os gatos aprenderam a associar palavras a imagens mais rápido que bebês humanos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os resultados mostraram que os gatos aprendem associações entre palavras e imagens de forma impressionante. Enquanto bebês humanos precisaram de quatro exposições de 20 segundos para entender as combinações, os gatos dominaram a tarefa em apenas duas exposições de nove segundos.Isso chamou atenção porque, além da rapidez, os felinos demonstraram reações visíveis ao perceberem as mudanças nos vídeos, como se estivessem realmente intrigados com o que aconteceu.Esses achados reforçam que os gatos têm uma inteligência que vai muito além do que imaginamos. Embora seja difícil determinar se essa habilidade é fruto da domesticação ou algo inato, o estudo comprova que eles não são apenas observadores passivos no convívio com humanos, e sim aprendizes rápidos e atentos.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124262-as-5-racas-de-gato-mais-inteligentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As 5 raças de gato mais inteligentes do mundo</a></li></ul>Claro, comparar gatos adultos com bebês humanos pode parecer um tanto injusto. Afinal, são espécies e estágios de desenvolvimento totalmente diferentes. Mesmo assim, os resultados são mais uma evidência de que os gatos têm uma mente afiada e ainda cheia de mistérios para explorarmos.

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Gatos são mais ágeis que bebês na associação de palavras, revela estudo

Será que as aranhas realmente entram em um estado de sono profundo?

Quando pensamos em sono, normalmente imaginamos pessoas, cães ou até gatos se espreguiçando e tirando uma boa soneca. Mas, e as aranhas? Elas também dormem?O sono, biologicamente falando, é um estado em que o organismo diminui sua capacidade de resposta aos estímulos e diminui a atividade física. E, sim, as aranhas também passam por isso. Mas, a resposta é mais complexa do que parece.<h2>Estado de repouso aracnídeo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/25/25193440828264.jpg" alt="As aranhas entram em um estado de estupor, semelhante ao sono. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As aranhas entram em um estado de estupor, semelhante ao sono. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Assim como nós, as aranhas precisam de descanso. Elas não entram naquele estado de sono profundo, com pálpebras fechadas, mas têm momentos de inatividade cruciais para manter o cérebro funcionando e o corpo saudável.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/98661-confira-21-curiosidades-fascinantes-relacionadas-com-as-aranhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Confira 21 curiosidades fascinantes relacionadas com as aranhas</a></li></ul>Algumas espécies, como as que constroem teias, podem passar longos períodos imóveis, esperando que uma presa se enrole em sua armadilha de seda. Mas, ao contrário do que muitos pensam, não é porque elas estão “tirando uma soneca”. Elas estão alertas, prontas para atacar.Então, como podemos distinguir o sono de uma aranha? Bem, os cientistas identificaram um comportamento que lembra o sono quando as aranhas se aninham em uma posição de “estupor”, como se estivessem em um estado profundo de repouso. Esses momentos em que elas ficam imóveis, quase como se estivessem em transe, é quando podemos considerar que estão dormindo.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120581-7-fatos-estranhos-mas-verdadeiros-sobre-as-aranhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">7 fatos estranhos, mas verdadeiros, sobre as aranhas</a></li></ul><h2>O sono REM nas aranhas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/25/25200704347268.jpg" alt="Aranhas saltadoras exibem comportamentos que sugerem um estado semelhante ao sono REM. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Aranhas saltadoras exibem comportamentos que sugerem um estado semelhante ao sono REM. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em estudos anteriores sobre aranhas saltadoras (Evarcha arcuata), os cientistas descobriram um hábito surpreendente. Durante a noite, elas ficam suspensas por um único fio de seda, em um comportamento inicialmente chamado de repouso noturno, mas logo os pesquisadores perceberam algo mais.Essas aranhas podem estar em um estado muito semelhante ao sono REM, aquele estágio do sono onde os mamíferos (como nós) experimentam sonhos vívidos. Contudo, apesar das aranhas saltadoras terem oito olhos, não possuem pálpebras, o que dificulta observar os movimentos que acontecem durante o sono.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quantos-olhos-as-aranhas-realmente-tem" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quantos olhos as aranhas realmente têm?</a></li></ul>Mas, o mais fascinante é que, durante o repouso, elas movem suas pernas, quase como se estivessem se mexendo enquanto sonham. Isso sugere que as aranhas podem, de fato, estar sonhando, embora seja uma hipótese que ainda precisa de mais provas científicas.Assim, o sono das aranhas ainda guarda muitos mistérios, mas o que sabemos até o momento é fascinante. Embora de modo diferente do nosso padrão, elas entram em estados de repouso comparáveis ao sono humano e, em alguns casos, até ao sono REM, possivelmente sonhando. Quem sabe que outras descobertas ainda nos aguardam sobre os curiosos aracnídeos?

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As aranhas dormem como nós?

Pesquisadores analisam como a vida em sociedade impacta o cérebro dos ciclídeos, um peixe de comportamento fascinante e complexo.

O estresse social não é exclusividade humana: ele também afeta outras espécies, inclusive os peixes. Cientistas descobriram que os ciclídeos, peixes com uma hierarquia social bastante rígida, podem sofrer alterações cerebrais devido ao estresse relacionado à sua posição no grupo. Essas mudanças, causadas por um desequilíbrio de radicais livres e antioxidantes, podem ter implicações maiores do que imaginamos.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba também:&nbsp;<a href="http://Conhe%C3%A7a%20o%20peixe%20que%20muda%20de%20cor%20quando%20fica%20com%20raiva" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça o peixe que muda de cor quando fica com raiva</a></li></ul>Estudos anteriores já mostraram que o estresse crônico pode causar danos ao corpo, como doenças neurológicas e até câncer. No caso dos ciclídeos, pesquisadores analisaram como o status&nbsp;social influencia o chamado estresse oxidativo no cérebro, publicando os resultados na revista&nbsp;Frontiers in Behavioral Neuroscience. “Descobrimos que os peixes de menor hierarquia apresentaram níveis mais altos de estresse oxidativo no cérebro”, explicou Peter Dijkstra, biólogo da Central Michigan University e coautor do estudo.<h2 style="text-align:justify;">Hierarquia e o estresse nos cérebros dos ciclídeos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26174555427237.jpg" alt="Ciclídeos exibem hierarquias marcantes, com machos dominantes chamando atenção por suas cores vibrantes e comportamento imponente. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ciclídeos exibem hierarquias marcantes, com machos dominantes chamando atenção por suas cores vibrantes e comportamento imponente. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os ciclídeos, populares em aquários, são conhecidos por seu comportamento social estruturado. Machos dominantes são maiores, mais coloridos e agressivos, enquanto os subordinados têm uma aparência mais discreta. Essa diferença física e comportamental torna a espécie um modelo ideal para estudar os efeitos do estresse social.No experimento, os cientistas colocaram grupos de ciclídeos em tanques separados, permitindo que eles interagissem livremente com seus companheiros e visualmente com grupos vizinhos. Cada tanque tinha um território especial para os machos dominantes defenderem, reforçando a hierarquia. Em quase todos os casos, as estruturas sociais se estabilizaram rapidamente, com os peixes dominantes assumindo o controle.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/125629-6-fatos-sobre-o-estresse-que-voce-deveria-saber.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 fatos sobre o estresse que você deveria saber</a></li></ul>Ao longo de semanas, os pesquisadores coletaram amostras de sangue e analisaram cérebros e gônadas dos peixes. O resultado? Peixes subordinados apresentaram maior estresse oxidativo no cérebro e uma menor capacidade antioxidante, indicando que suas células cerebrais estavam mais vulneráveis a danos. Já os dominantes, apesar de apresentarem altos níveis de estresse no sangue, pareciam ter cérebros mais protegidos graças a antioxidantes relacionados a hormônios reprodutivos.<h2 style="text-align:justify;">Hormônios, estresse e proteção cerebral nos peixes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26175106645246.jpg" alt="Ciclídeos ajudam a entender como o estresse social afeta o cérebro, fornecendo um modelo para estudar os mecanismos biológicos dessa relação. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Ciclídeos ajudam a entender como o estresse social afeta o cérebro, fornecendo um modelo para estudar os mecanismos biológicos dessa relação. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os cientistas acreditam que os hormônios associados ao status&nbsp;elevado têm um efeito neuroprotetor nos peixes dominantes. No entanto, os resultados mostram que o impacto do estresse oxidativo no cérebro varia de acordo com a área cerebral analisada, indicando que nem todos os danos podem ser considerados prejudiciais. “Esses padrões podem nos dar pistas importantes sobre como o estresse social promove doenças no cérebro”, acrescentou Dijkstra.Apesar das semelhanças comportamentais, os pesquisadores alertam para os limites de comparar o impacto do estresse social em ciclídeos com o de humanos. O estudo serve como modelo para compreender os mecanismos biológicos do estresse, mas ainda são necessárias análises mais específicas para desvendar os detalhes dessa relação.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127616-a-razao-pela-qual-os-narvais-nao-sobrevivem-em-nenhum-aquario-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A razão pela qual os narvais não sobrevivem em nenhum aquário do mundo</a></li></ul>O próximo passo, segundo Dijkstra, é realizar experimentos mais rigorosos para entender como o estresse social regula o estresse oxidativo no cérebro. Por enquanto, os ciclídeos continuam nos ensinando que, seja na água ou fora dela, a vida em sociedade tem seus altos e baixos — e seus impactos profundos.

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O estresse social está mexendo com os cérebros desses peixinhos

Cientistas descobrem milhares de genes antes ignorados, capazes de codificar proteínas ligadas a doenças como câncer. 

O DNA humano ainda guarda muitos segredos, e agora pesquisadores descobriram uma nova peça desse quebra-cabeça: milhares de genes “escuros” que estavam escondidos em áreas antes consideradas inúteis. Esses genes produzem pequenas proteínas, algumas associadas a doenças graves, como o câncer.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128385-enguias-podem-mudar-o-dna-de-outros-peixes-com-pulsos-eletricos-diz-novo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Enguias podem mudar o DNA de outros peixes com pulsos elétricos, diz novo estudo</a></li></ul>Essas regiões do DNA, por muito tempo chamadas de "DNA lixo", foram subestimadas desde o Projeto Genoma Humano, iniciado há 20 anos. Mas a ciência avança, e uma equipe internacional de pesquisadores encontrou esses genes ao analisar dados genéticos de mais de 95 mil experimentos. O estudo, ainda em fase de revisão por pares, reforça que nosso conhecimento sobre o genoma humano ainda está longe de ser completo.<h2 style="text-align:justify;">O que são os "genes escuros"?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/27/27123224015088.jpg" alt="Os "><figcaption>Os "genes escuros" são trechos ocultos do DNA que produzem pequenas proteínas usando sequências menos visíveis, desafiando as regras tradicionais da codificação genética. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os "genes escuros" não seguem as regras convencionais para codificação de proteínas. Ao contrário dos genes tradicionais, que têm sequências claras para iniciar a leitura do DNA, esses genes usam sequências menores e menos visíveis. Isso os tornou praticamente invisíveis para as técnicas de estudo genético até pouco tempo atrás.Eric Deutsch, do Instituto de Biologia de Sistemas, e seus colegas, identificaram milhares desses genes, alguns deles já conhecidos por seu papel no câncer. Eles são responsáveis por criar proteínas minúsculas, compostas por poucas unidades de aminoácidos, mas que podem ter grande impacto na biologia humana.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/como-figados-de-porco-geneticamente-modificados-poderao-ser-usados-em-humanos-1" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Como fígados de porco geneticamente modificados poderão ser usados em humanos</a>&nbsp;</li></ul>Além disso, muitos desses genes têm origens curiosas: alguns vieram de vírus que se integraram ao nosso genoma, enquanto outros podem ser produtos de mutações específicas, como as observadas em células cancerígenas.<h2 style="text-align:justify;">Avanços e novos horizontes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/27/27123702660091.jpg" alt="Proteínas de genes ocultos podem abrir caminho para terapias inovadoras contra o câncer, como vacinas e tratamentos celulares. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Proteínas de genes ocultos podem abrir caminho para terapias inovadoras contra o câncer, como vacinas e tratamentos celulares. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Entre os 7.264 conjuntos de genes identificados, os cientistas confirmaram que pelo menos 3 mil deles são capazes de codificar proteínas. Segundo a equipe, é provável que ainda existam dezenas de milhares de genes desse tipo esperando para serem descobertos.Essas descobertas têm implicações profundas. Segundo Deutsch e sua equipe, as proteínas criadas por esses genes podem se tornar alvos para novas terapias contra o câncer, incluindo vacinas e tratamentos celulares inovadores. “Essa identificação é imensamente importante”, destaca o estudo.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128882-substancia-em-veneno-de-aranha-brasileira-pode-curar-leucemia-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Veneno de aranha nativa pode ser a cura do câncer, diz estudo brasileiro</a></li></ul>John Prensner, neuro-oncologista da Universidade de Michigan, celebra os avanços: “Não é todo dia que você abre uma nova direção de pesquisa e pode dizer: ‘Temos uma classe inteira de novos alvos terapêuticos’”. Com as ferramentas desenvolvidas, os cientistas esperam continuar desvendando os mistérios do genoma humano e abrir novas portas para a medicina. Enquanto isso, o DNA humano segue provando que ainda há muito para ser explorado, e o "lixo" que ignoramos no passado pode ser, na verdade, o próximo tesouro da ciência.

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O lado sombrio do DNA: conheça os genes ocultos que podem mudar a medicina

Estudos sugerem que o movimento das placas tectônicos começou na Terra mais cedo do que imaginávamos, e pode ser responsável pelo surgimento da vida.

Fenômeno supostamente exclusivo do nosso planeta. as placas tectônicas, estruturas geológicas gigantescas, se movem, se fundem e dividem sob os nossos pés. No entanto, além dessa ação cataclísmica, elas podem ser responsáveis essenciais para a vida na Terra. Segundo cientistas, os movimentos removem o carbono da atmosfera, enquanto trazem minerais essenciais para a superfície.&nbsp;Quanto à origem desses blocos titânicos, não existe ainda um consenso. Alguns afirmam que eles surgiram há 700 milhões de anos, quando organismos multicelulares já habitavam o planeta. Outros defendem que a formação das placas pode ter ocorrido bem antes, logo após a formação da Terra, durante o éon Arqueano.<ul><li>Saiba mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127861-placas-tectonicas-tudo-sobre-os-blocos-de-construcao-da-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Placas tectônicas, tudo sobre os "blocos de construção" da Terra</a></li></ul>A falta de evidências geológicas dificulta a aferição exata da origem das placas. Hoje, menos de 7% das rochas têm mais de 2,5 bilhões anos, sendo que os primeiros 500 milhões de anos de existência do nosso planeta não deixaram uma lasquinha de basalto sequer para análise.<h2>Importância geológica das placas tectônicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26200016226004.jpg" alt="x. (Fonte: John Valley, Universidade de Wisconsin-Madison/Divulgação)"><figcaption>Zircão de 4,4 bilhões de anos de Jack Hills, Austrália, que não derrete com temperaturas do manto. (Fonte: John Valley, Universidade de Wisconsin-Madison/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os geocientistas que defendem a importância crucial das placas tectônicas na evolução da vida planetária propõem que elas possam ter permitido taxas mais rápidas de evolução, ao dividir habitats existentes e criar novos ambientes e nichos ecológicos.&nbsp;Essas características permitiram também a recuperação da vida após extinções em massa, como a ocorrida no período Permiano, que dizimou 90% das espécies.Análises químicas de rochas indicam existência precoce das placas tectônicas, pois, há 3,8 bilhões de anos, uma mudança na química dos minerais mais antigos transformou a crosta terrestre em uma estrutura menos rígida. Além disso, zircões microscópicos apontam para a existência de oceanos há 4,4 bilhões de anos, sugerindo uma possível reciclagem da crosta, enfraquecida pela água, já no Hadeano.<h2>Novas teorias sobre placas tectônicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26202307167001.jpg" alt="x. (Fonte: NASA/Divulgação)"><figcaption>Impacto gigante de Theia pode ter criado a Lua e iniciado as placas tectônicas. (Fonte: NASA/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Novos estudos apontam para possíveis origens das placas tectônicas. Um deles, publicado no início do ano, propõe que o gigantesco impacto que formou a Lua, cerca de 100 milhões de anos após a formação da Terra, pode ter criado plumas de material quente no manto que iniciaram a subducção 200 milhões de anos depois.<ul><li>Assista: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/assista-a-18-bilhao-de-anos-da-historia-tectonica-da-terra-em-apenas-1-minuto" rel="noopener noreferrer" target="_blank">1,8 bilhão de anos da história tectônica da Terra em apenas 1 minuto</a></li></ul>Para o autor principal, Qian Yuan, do Instituto Tecnológico da Califórnia, o evento poderia explicar por que a Terra é o único planeta rochoso com placas tectônicos. Já T. Mark Harrison, professor emérito de geociências da UCLA, afirmou à Live Science que "a última coisa de que precisamos é de uma nova forma de pensamento de grupo baseada, literalmente, em um dedal cheio de grãos de areia&nbsp;[os zircônios]".&nbsp;Seja como for, compreender a geologia das placas tectônicas pode ser fundamental na compreensão do surgimento e manutenção da vida em nosso planeta, e também na busca por vida extraterrestre, dizem os estudos mais recentes.

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Placas tectônicas podem explicar surgimento de vida na Terra

O comportamento inusitado dos lobos etíopes se alimentando de flores pode transformá-los nos primeiros grandes carnívoros polinizadores da natureza.

Os lobos etíopes, conhecidos por serem os carnívoros mais ameaçados da África, estão dando o que falar. Recentemente, pesquisadores flagraram um comportamento inesperado: esses predadores têm se alimentado do néctar de uma planta chamada Kniphofia foliosa, popularmente conhecida como “tocha-etíope”. E não é só isso — enquanto saciam a fome com o doce das flores, eles podem estar desempenhando o papel de polinizadores, algo inédito entre grandes predadores.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124754-por-que-a-etiopia-esta-7-anos-atrasada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Por que a Etiópia está 7 anos atrasada?</a></li></ul>O estudo, publicado na revista Ecology, foi conduzido pelo Ethiopian Wolf Conservation Programme (EWCP), uma parceria entre a Universidade de Oxford e organizações locais. Durante a pesquisa, os cientistas observaram que os lobos visitavam até 30 flores por viagem e que o comportamento se espalhava entre membros de diferentes alcateias, inclusive entre os mais jovens. “Essas descobertas mostram o quanto ainda temos a aprender sobre uma das espécies mais ameaçadas do mundo”, afirmou a Dra. Sandra Lai, pesquisadora líder do estudo.<h2 style="text-align:justify;">Um doce hábito com potencial ecológico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26172750968231.jpg" alt="Um lobo etíope (Canis simensis) lambe o néctar da flor tocha-etíope (Kniphofia foliosa). (Fonte: Reprodução/Adrien Lesaffre)"><figcaption>Um lobo etíope (Canis simensis) lambe o néctar da flor tocha-etíope (Kniphofia foliosa). (Fonte: Reprodução/Adrien Lesaffre)</figcaption></figure></figure>Enquanto os lobos se alimentam, seus focinhos ficam cobertos de pólen, permitindo que eles possam transportar esse material de flor em flor. Isso indica que eles podem estar atuando como polinizadores, algo nunca documentado antes em um grande carnívoro. “Ver esse comportamento pela primeira vez foi incrível”, conta o professor Claudio Sillero, fundador do EWCP. Ele relatou como descobriu o néctar enquanto observava crianças locais provando a flor. “É doce e delicioso, e pelo visto os lobos pensam o mesmo!”<ul><li style="text-align:justify;">Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127956-qual-e-a-diferenca-entre-cachorros-lobos-e-dingos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Qual é a diferença entre cachorros, lobos e dingos?</a></li></ul>O impacto ecológico desse comportamento é promissor. Além de se tratar de uma interação inédita entre plantas e um grande predador, ele sugere que os lobos podem estar adaptando suas dietas para aproveitar recursos alternativos em um ambiente com desafios crescentes, como a perda de habitat.A descoberta também lança luz sobre a complexidade da relação entre espécies na região conhecida como “Telhado da África”. Essa área rica em biodiversidade está sob ameaça devido ao avanço da agricultura e à fragmentação dos ecossistemas, segundo Lai.<h2 style="text-align:justify;">O futuro dos lobos mais ameaçados da África</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/26/26173217453234.jpg" alt="Nas montanhas da Etiópia, menos de 500 lobos etíopes permanecem na natureza, distribuídos em apenas seis áreas isoladas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Nas montanhas da Etiópia, menos de 500 lobos etíopes permanecem na natureza, distribuídos em apenas seis áreas isoladas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Encontrados apenas nas terras altas da Etiópia, restam menos de 500 lobos etíopes em estado selvagem, espalhados em apenas seis enclaves. Essa situação faz deles os canídeos mais raros do mundo e reforça a importância de programas como o EWCP, que há décadas trabalham pela preservação da espécie.Além de chamar atenção pelo comportamento incomum, a descoberta é um lembrete de que a natureza sempre tem algo novo a ensinar. “Ainda estamos apenas arranhando a superfície das interações ecológicas desses lobos”, concluiu Lai.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="http://Castores%20e%20lobos%20podem%20ajudar%20na%20recupera%C3%A7%C3%A3o%20de%20ecossistemas%20nos%20EUA" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Castores e lobos podem ajudar na recuperação de ecossistemas nos EUA</a></li></ul>Agora, os pesquisadores esperam que esses dados possam reforçar a conservação desse carnívoro tão único — e, quem sabe, também das flores que eles ajudam a polinizar.

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