Ciência
14/04/2020 às 04:00•2 min de leitura
Desde o Big Bang, o Universo segue se expandido. Mas de acordo com um novo estudo, a taxa de expansão pode não ser a mesma em todos os lugares, ou seja, ele não se expande de forma homogênea ou equilibrada.
Aglomerados de galáxia servem de base para os estudos (Fonte: Pexels/Reprodção)
Gerrit Schellenberger, do Center for Astrophysics — Harvard & Smithsonian (CfA) em Cambridge, Massachusetts, e coautor do estudo, aponta que as observações de cluster demonstraram haver diferenças na velocidade com que o universo se expande, dependendo de onde se observa.
Os astrônomos, em geral, concordam com a expansão contínua do universo após o Big Bang. Esse processo pode ser comparado com o assar de um pão com passas: as passas (objetos cósmicos, como aglomerados de galáxias) tenderiam a se afastar uma das outras à medida que o pão (espaço) assa e segue se expandindo. E isso, de forma bem uniforme.
Mas como destaca Schellenberger, de acordo com as descobertas das observações mais recentes, aquilo que se imaginava pode não ser tão correto quanto se pensava.
Pesquisadores e cientistas já haviam, em momentos anteriores, desenvolvido testes e análises visando determinar se o universo seria igual em todas as direções. Até hoje, essas pesquisas envolveram observações de galáxias, aglomerados de galáxias e estrelas que explodiram, tudo analisado em infravermelho. A questão, é que parte desses esforços sugeria que o universo era isotrópico, enquanto que outros não.
Na pesquisa de agora, uma técnica nova, independente e mais poderosa foi utilizada para se chegar à conclusão apontada acima.
Basicamente, foi possível avaliar com maior precisão a relação entre a temperatura do gás quente de um aglomerado de galáxias e a luminosidade de raios-X do aglomerado — quantidade de raios-X que o aglomerado produz.
Via de regra, quanto maior for a temperatura do gás de um aglomerado, maior também será a luminosidade dos raios-X. Uma vez medida a temperatura do gás de cluster, é possível estimar a luminosidade dos raios-X.
Um ponto chave sobre esse método é que ele pode ser realizado de forma eficaz não importando as quantidades envolvidas no cosmos, o que inclui a velocidade de expansão do universo.