Estilo de vida
03/08/2022 às 12:00•3 min de leitura
Ainda que o hábito tenha se perdido nos dias atuais, olhar para o céu estrelado à noite e procurar desenhos compostos por elas foi um costume praticado por muitas gerações. Era uma forma rudimentar de procurar constelações, que nada mais são do que estrelas ligadas por linhas imaginárias para representar animais, seres mitológicos, deuses, entre outros.
Admirar as estrelas e procurar seus desenhos foi brincadeira de muita gente na infância e adolescência e este texto quer, humildemente, contribuir para o resgate dessa tradição. Para tal, queremos mostrar a você, leitor, 6 constelações do hemisfério sul, algumas possíveis de serem vistas a olho nu. Prepare o telescópio e confira.
O Cruzeiro do Sul é certamente a mais importante e emblemática constelação do hemisfério sul. Afinal, nossa bandeira ostenta a Crux (outra maneira de se referir a ela), assim como a de outros países.
É possível vê-la a olho nu sem recorrer a um telescópio amador, um feito e tanto já que o Cruzeiro do Sul é a menor entre todas as constelações modernas. Seu formato característico a torna de fácil identificação, e o mês de maio é o que proporciona a melhor posição da constelação.
Tucana ou Tucano são formas de se expressar a respeito da constelação do hemisfério sul em que está presente a Pequena Nuvem de Magalhães. As constelações desta região do globo terrestre são mais jovens quando comparadas às do hemisfério norte, mas a Tucano é das mais antigas por estes lados, com primeiros relatos de observação datados do século XVI.
As Nuvens de Magalhães são consideradas das mais belas visualmente, causando tanto fascínio a ponto de serem fonte inesgotável de investigação por astrônomos contemporâneos. São consideradas galáxias anãs que orbitam a Via Láctea e só devem ser consumidas em bilhões de anos.
É na constelação Centauro que se encontra a estrela mais próxima do Sistema Solar, até por isso batizada de Proxima Centauri. Completam o conjunto a Alpha Centauri A e Alpha Centauri B. Curiosamente, apesar de uma das três estar mais próxima, são as mais distantes, em virtude de suas magnitudes, que brilham mais quando olhamos para o céu.
Por sinal, esse brilho das estrelas tornam a Centauro uma constelação bem fácil de ser vista no céu, facilitado pelo fato da proximidade com outra constelação bem conhecida e presente nesta lista - a Cruzeiro do Sul.
Durante muito tempo, a constelação Carina fazia parte de outro conjunto de estrelas. Foi responsabilidade do astrônomo francês Nicolas-Louis de La Caille, popularmente conhecido como Lacaille, a divisão de Argo Navis (como era chamada em sua origem) em três novas constelações, entre elas Carina - ou Quilha, como também é conhecida.
Ali reside a nebulosa Eta Carinae, que explodiu há cerca de 150 anos, liberando uma imensa quantidade de energia. Em Carina também está Canopus, a estrela mais brilhante do hemisfério sul.
De todas as constelações que listamos neste artigo, Eridanus será a mais difícil de ser localizada por dois motivos: o primeiro deles é que se trata de um conjunto muito longo, o que dificulta vê-la em totalidade; o segundo tem relação com o baixo brilho emitido pelas estrelas que compõem a constelação.
Não se sabe bem ao certo como, mas Eridanus era um conjunto de estrelas que já era conhecida pelos europeus. Seu batismo é atribuído ao grego Ptolomeu, conhecido por seus trabalhos no ramo da astronomia.
Assim como Carina, Vela fazia parte da antiga constelação Argo Navis, dividida pelo astrônomo francês Lacaille. Apesar de ser relativamente fácil de ser vista com binóculos, a constelação pode pregar peça em quem não seja muito acostumado com a observação de estrelas.
Isso ocorre porque duas das estrelas que compõem seu conjunto (Delta Velorum e Kappa Velorum) também são associadas a um quarteto apelidado como Falsa Cruz, muito semelhante ao Cruzeiro do Sul, mas cujas estrelas são muito menos brilhantes.