Ilusão de óptica revela buraco negro 30 bilhões de vezes maior que o Sol

10/04/2023 às 13:002 min de leitura

Astrônomos do departamento de física da Durham University, no Reino Unido, identificaram um buraco negro com proporções surpreendentes no aglomerado de galáxias Abell 1201. Localizada a 2,7 bilhões de anos-luz da Terra, a formação cósmica ocupa o conjunto de estrelas mais brilhante da região e se destaca por ter cerca de 30 bilhões de vezes a massa do Sol, sendo identificada apenas por um truque de espaço-tempo previsto por Albert Einstein.

Considerado um "monstro ultramassivo", o buraco negro é um dos maiores já detectados e chama a atenção por possuir um tamanho cerca de oito mil vezes maior que o do buraco negro supermassivo situado centro da Via Láctea. Com isso, ele ficaria atrás apenas do quasar TON 618, que tem aproximadamente 66 bilhões de massas solares e está distante 10,4 bilhões de anos-luz da Terra.

A medição foi possível graças às tecnologias do supercomputador DiRAC COSMA8, que coletou imagens em alta resolução fornecidas pelo Telescópio Espacial Hubble e colaborou com testes simulados, onde a massa do corpo massivo foi estimada com a intenção de dobrar a luz na medida apresentada pelos equipamentos. “Ele está no limite superior de quão grande acreditamos que os buracos negros podem teoricamente se tornar”, disse James Nightingale, líder do projeto. “Encontrar os buracos negros ultramassivos é apenas o primeiro passo para descobrir como esses monstros crescem tanto”.

(Fonte: Wikipedia / Reprodução)(Fonte: Wikipedia / Reprodução)

Para isso, os astrônomos contaram com os conhecimentos formalizados pelo físico Albert Einstein, pioneiro nos estudos do espaço-tempo e o pai da icônica Teoria da Relatividade. Segundo ele, objetos de larga escala e em primeiro plano podem deformar o tecido do cosmos por meio do movimento de energia e de matéria. Assim, seria possível produzir uma força não invisível, mas derivada da curvatura e da distorção da luz brilhante: a gravidade.

A lente gravitacional como uma lente real

Através da ideia de detectar objetos celestes fracos e relativamente invisíveis de outras formas, as lentes gravitacionais se tornaram um meio de quebrar as barreiras impostas pelos limites da observação espacial. No caso de Abell 1201, a teoria mostrou uma espécie de duplicada da galáxia mais brilhante do aglomerado e permitiu a identificação de um buraco negro com tamanho, até então, desconhecido. 

“Este buraco negro em particular, que tem cerca de 30 bilhões de vezes a massa do nosso Sol, é um dos maiores já detectados e está no limite superior do tamanho que acreditamos que os buracos negros possam se tornar teoricamente, por isso é uma descoberta extremamente emocionante”, disse Nightingale.

De acordo com o astrônomo, as lentes gravitacionais, conectadas aos conceitos da teoria da relatividade geral de Einstein, são capazes até mesmo de registrar buracos negros inativos. Sendo assim, compreender o fenômeno e aprimorá-lo por meio de tecnologias de telescópios modernos poderia revelar como esses objetos "evoluíram no tempo cósmico".

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que as lentes gravitacionais dão suporte à identificação de exoplanetas e de buracos negros. Neste ano, um sinal, localizado a 8 bilhões de anos-luz da Terra, foi caracterizado como um potencial revelador de segredos do Universo. Enquanto isso, um projeto da primeira metade da década de 2010 destacou uma colisão surpreendente entre duas galáxias distantes.

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