Artes/cultura
10/07/2023 às 13:00•2 min de leitura
E se eu te disser que somos todos parte de uma grande família de primatas? Note bem que eu falei "primatas" e não "macacos". Quando falamos sobre evolução e a coexistência de humanos e macacos, a resposta não é tão simples quanto se imagina.
Pense na evolução como um quebra-cabeça gigante. Nós, seres humanos, não somos descendentes diretos dos macacos que conhecemos hoje, como chimpanzés, gorilas e orangotangos. Na verdade, somos primos distantes deles. Nossa história está entrelaçada com a deles desde um ancestral comum que viveu há milhões de anos.
Humanos e chimpanzés compartilham mais de 98% do mapa genético. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Esqueça aquela imagem clássica da evolução que começa com um primata primitivo curvado e termina com um Homo sapiens ereto. A melhor maneira de entender as divisões que ocorrem durante a evolução das espécies é visualizar em clados — uma forma de agrupar ancestrais em comum —, algo que se parece uma árvore, com seus múltiplos galhos.
Imagine que, em algum ponto desse emaranhado de galhos, houve um ancestral que deu origem tanto aos humanos quanto aos macacos atuais. Esse ancestral foi se transformando lentamente ao longo do tempo, adaptando-se às pressões do ambiente e gerando diferentes espécies ao longo do caminho.
Por mais que os pesquisadores não tenham encontrado o fóssil desse ancestral comum, sua existência é dada como certa, já que exames de DNA revelaram que compartilhamos impressionantes 98,8% de nosso material genético com os chimpanzés, nossos parentes mais próximos nessa árvore evolutiva.
Os chipanzés são nossos irmãos de evolução, com os quais compartilhamos um ancestral comum há cerca de 6 milhões de anos. Já os chimpanzés também têm seus próprios irmãos, os bonobos, com quem compartilham um ancestral que divergiu há aproximadamente um milhão de anos. Ou seja, todos têm alguma conexão evolutiva durante os milhões de anos que os separaram.
Somos todos primatas. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Sim, somos todos primatas. Podemos dizer também que somos macacos se usarmos o termo "macaco" de forma ampla, englobando todas as espécies de primatas. Mas, quando nos referimos a nós mesmos como macacos, é importante especificar que não possuímos mais cauda, o que nos diferencia de outros primatas.
Mesmo que tenhamos perdido algumas características ao longo do tempo, nosso DNA nos mostra nossa ancestralidade. Um estudo de 2012 publicado na revista Nature demonstrou que humanos e bonobos dividem 98,7% do mesmo mapa genético. Ou seja, somos praticamente irmãos.
A evolução é uma dança complexa, que envolve tempo, adaptação e diversificação. Os macacos que conhecemos hoje não são nossos ancestrais diretos, mas compartilhamos uma história em comum. Somos parte dessa grande família de primatas — ou macacos —, conectados por elos evolutivos de milhões de anos, cheios de curiosidades e mistérios.