Artes/cultura
08/08/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 08/08/2024 às 12:00
Pesquisadores da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, fizeram uma descoberta incrível sobre a formação das safiras, aquelas pedras preciosas com um azul magnífico. O estudo mostrou novos detalhes sobre como as gemas dessas pedras são formadas, desvendando mistérios que intrigavam cientistas há muito tempo.
As safiras são variedades do mineral corindo, que é uma forma cristalina do óxido de alumínio. O que diferencia as safiras azuis de outras pedras preciosas é a presença de impurezas específicas, principalmente o ferro e o titânio. Essas impurezas substituem alguns átomos de alumínio na estrutura cristalina do corindo, dando origem à cor azul característica.
O magma vulcânico, rico em sódio e potássio, mas pobre em dióxido de silício, proporciona o ambiente ideal para a cristalização dessas pedras preciosas.
A equipe analisou 223 safiras da cordilheira Eifel, uma região vulcânica no oeste da Alemanha, onde o magma do manto terrestre tem interagido com a crosta há cerca de 700 mil anos. A região é um excelente ponto para o estudo das safiras devido à sua intensa atividade vulcânica.
Algumas dessas gemas são encontradas em depósitos vulcânicos, enquanto outras aparecem em sedimentos fluviais, o que indica sua resistência ao intemperismo e à erosão. Segundo os pesquisadores, em comparação com outros minerais, a safira tem uma resistência muito maior às intempéries, assim como acontece com o ouro.
Os cientistas usaram análises de isótopos de oxigênio e elementos-traço (elementos naturais em quantidade muito pequenas, daí o termo "traço") para rastrear a origem das safiras, revelando que elas se formaram no mesmo período em que começou o vulcanismo na região.
Essa descoberta desafiou a teoria anterior de que as safiras eram formadas exclusivamente no manto ou na crosta inferior e permaneciam lá por longos períodos em temperaturas acima de 900 °C.
Em vez disso, a pesquisa mostrou que as safiras adquiriram sua assinatura isotópica de derretimentos do manto que se misturaram com rochas crustais aquecidas e parcialmente derretidas a profundidades de 5 a 7 quilômetros.
Além disso, os pesquisadores apontaram que alguns cristais se formaram quando derretimentos subterrâneos entraram em contato com rochas ao redor, induzindo a formação de safiras. Isso indica que tanto os processos magmáticos quanto os metamórficos, nos quais a temperatura e a pressão alteraram a rocha original, desempenharam um papel preponderante na cristalização das safiras.
Esse avanço na compreensão de como as safiras são formadas não só resolve um mistério antigo, mas também abre novas possibilidades para a exploração de depósitos de gemas em regiões vulcânicas ao redor do mundo.
A pesquisa em Eifel mostra que ainda há muito a aprender sobre os processos naturais que criam essas maravilhas. Quem sabe quais outros segredos estão escondidos nas profundezas da crosta terrestre, esperando para serem descobertos? Só o tempo e os estudos dirão.