
Ciência
25/07/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 25/07/2024 às 12:00
Um grupo de animais microscópicos presentes em água doce vem se reproduzindo de forma assexuada por cerca de 25 milhões de anos. No entanto, mesmo sem a tradicional troca de genes da reprodução sexual, os rotíferos bdeloides conseguiram desenvolver uma notável resistência a doenças.
Segundo um estudo publicado recentemente na Nature Communications, essa tática para se proteger de infecções consiste em usar "receitas de antibióticos 'roubadas' de bactérias". Conforme os pesquisadores, essa apropriação de genes de outras espécies é feita por meio de transferência horizontal, um processo que não envolve sexo.
Apesar disso, esses genes têm um nível de regulação (enriquecimento) duplamente maior do que aqueles adquiridos de forma sexuada. Isso ficou claro para a equipe quando, exposto a uma infecção com risco de morrer, um rotífero ativou centenas de genes copiados por seus ancestrais de bactérias que produziram poderosos agentes antimicrobianos.
Ao pesquisar qual era a função dos genes "roubados" pelos rotíferos, os pesquisadores tiveram uma surpresa, segundo o autor principal do estudo, Chris Wilson, da Universidade de Oxford.
Após traduzir o código de DNA, eles descobriram que "os genes principais eram instruções para produtos químicos que não achávamos que os animais pudessem fazer — pareciam receitas para antibióticos".
Embora estudos anteriores já tenham descoberto que os rotíferos se apoderam de DNA de vizinhos há milhões de anos, essa é a primeira vez que uma pesquisa descobre esse material, usando-os para combater doenças. É possível que os rotíferos estejam produzindo novos antibióticos que podem ser menos tóxicos para animais, inclusive humanos, dizem os autores.
Conforme o coautor Tim Barraclough, do Imperial College London, o fato de os rotíferos serem os únicos animais a pegar essas grandes quantidades de genes de outros micróbios se deve a uma particularidade. “Ao contrário de outros animais, nunca vemos rotíferos machos. As mães rotíferas põem ovos que eclodem em cópias genéticas de si mesmas, sem precisar de sexo ou fertilização”, explica.
De acordo com a chamada teoria da carga genética, animais que se clonam dessa forma acabam tão parecidos que, "se um pega uma doença, o resto também pegará", diz Barraclough. Isso porque na reprodução assexuada não há recombinação de genes parentais: o genoma da mãe rotífera é passado diretamente para seus descendentes, sem variações.
Ou seja, se esses animais, com cabeça, boca, intestino, músculos e nervos, porém menores do que a largura de um fio de cabelo, não tivessem encontrado um jeito de mudar os seus genes, eles poderiam estar extintos, explica Barraclough. Além disso, o estudo dos antibióticos sintetizados pelos rotíferos podem nos dar pistas para novos remédios, conclui.
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