Poeira do Saara é fundamental para a vida no Oceano, revela estudo

15/10/2024 às 07:002 min de leituraAtualizado em 15/10/2024 às 07:00

Você sabia que a poeira do deserto do Saara, um dos lugares mais secos do mundo, ajuda a manter a vida nos oceanos? Pequenas partículas, cheias de ferro, são carregadas pelos ventos do norte da África até o Oceano Atlântico, em uma longa viagem.

Um estudo recente, feito por cientistas de universidades da Califórnia, Flórida, Leeds e Rutgers, mostrou que além de levar nutrientes para o oceano, a poeira também funciona como um fertilizante natural!

As descobertas foram publicadas na revista Frontiers in Marine Science.

O papel do ferro na vida marinha

O fitoplâncton precisa de ferro para crescer. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O fitoplâncton precisa de ferro para crescer. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Você já parou para pensar no que faz o oceano funcionar tão bem? Um dos segredos está em um micronutriente muito especial: o ferro! Esse mineral é como uma supervitamina para o fitoplâncton, uma pequena alga que serve de alimento para muitos seres marinhos.

Sem o ferro, a fotossíntese e a respiração celular dessas algas ficariam comprometidas, e o impacto na cadeia alimentar seria significativo. É aí que entra a poeira do deserto do Saara.

Imagine só: ventos fortes levantam partículas do solo árido do norte da África e as carregam em uma longa viagem pelo ar até o Oceano Atlântico.

Essas partículas estão cheias de ferro, mas não é só despejar a poeira no mar que resolve tudo. O ferro precisa passar por uma transformação durante o trajeto, tornando-se mais fácil de ser absorvido pelos organismos marinhos.

Como a poeira afeta o oceano

A poeira do Saara consegue percorrer grandes distâncias através dos ventos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A poeira consegue percorrer grandes distâncias através dos ventos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A jornada começa em uma espécie de corredor, que se estende da Mauritânia ao Chade. É lá que os ventos fazem seu trabalho e transportam essa poeira, que muitas vezes aparece nas imagens de satélite como grandes nuvens no céu.

Durante a viagem, o ferro passa por algumas mudanças químicas quando exposto à luz solar e ao ar, se torna mais biodisponível e, assim, mais acessível.

Curiosamente, esse ferro biorreativo é mais abundante nas amostras de sedimentos marinhos coletadas perto da África, enquanto diminui nas amostras mais próximas das Américas. Isso sugere que grande parte do ferro é absorvida antes de atingir o fundo do oceano.

Apesar de uma parte desse ferro ser absorvida logo no início dessa "viagem", sabia que uma fração consegue chegar até locais mais distantes, como as Bahamas e a bacia amazônica? Acontece que, enquanto viaja, o ferro restante fica exposto ao ar e à luz do sol por mais tempo, o que o torna ainda mais fácil de dissolver na água, continuando o ciclo de fertilização.

No final das contas, essa conexão entre a terra, o ar e o mar nos mostra como uma poeira que sai do deserto do Saara consegue fertilizar ecossistemas inteiros e moldar a vida em nosso planeta.

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