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27/10/2024 às 00:00•2 min de leituraAtualizado em 27/10/2024 às 00:00
Você já parou para pensar sobre qual é proporção entre meninas e meninos que nascem todos os anos? Pois saiba que, por incrível que pareça, essa proporção é de 1 por 1. Na média, nascem a mesma quantidade de pessoas dos dois sexos.
E por que isso acontece — já que, em boa parte dos animais, não é bem assim? Os cientistas sugerem algumas respostas.
As hipóteses sobre as razões de por que isso acontece são bem interessantes. A primeira tem caráter espiritual: a providência divina garantiria de que "cada macho teria sua fêmea". Obviamente, é uma explicação sem nenhum fundamento científico.
Com o tempo, os cientistas descobriram que os cromossomos sexuais são os verdadeiros determinantes do sexo. As fêmeas têm dois cromossomos X; já os machos têm um único X e um Y específico.
O cromossomo Y carrega um gene determinante masculino chamado SRY, que inicia a diferenciação de um grupo de células que vai se tornar um testículo. Quando a pessoa não possui o SRY, aciona-se uma via alternativa que produz um ovário, e o embrião se desenvolve como uma menina.
Ou seja: a proporção igualitária entre os sexos vem da maneira como os cromossomos X e Y são distribuídos no esperma e nos óvulos. Um tipo especial de divisão celular faz com que o espermatozoide e os óvulos tenham apenas um conjunto de cromossomos, de modo que cada óvulo fertilizado novamente tem dois novos conjuntos.
Acontece que cada espermatozoide recebe uma única cópia de cromossomo – X ou Y. Por outro lado, as fêmeas XX produzem óvulos com um único conjunto de cromossomos, todos eles portadores de um X. Aí, quando um espermatozoide fertiliza um óvulo, o cromossomo sexual do espermatozoide vai determinar o sexo do bebê.
O mais curioso é que essa mesma proporção igualitária não se repete sempre no reino animal. Muitas espécies passam por mutações genéticas que ocasionam a morte preferencialmente de embriões masculinos ou femininos.
Para muitos animais, o desequilíbrio entre os sexos é a norma, e não a exceção. O marsupial Antechinus stuartii, que parece um rato, produz apenas 32% de machos. Nas aves isso também acontece. Com uma pequena ave chamada cucaburra, o segundo filhote que choca geralmente é fêmea e tem uma probabilidade maior de sobreviver.
Então como explicar que os humanos tenham essa proporção de 1 ou 1 tão diferente de outros animais? O estatístico britânico Ronald Fisher propôs uma resposta: uma vez que todo bebê deve ter uma mãe e um pai, se houver deficiência em um sexo, os pais do sexo mais raro terão mais netos do que os pais do sexo mais comum.
Em outras palavras, se dentro de uma família o macho for o sexo mais raro, os pais que por acaso produzem mais filhos do que filhas tendem a deixar mais netos do que aqueles que produzem mais filhas do que filhos. Assim, os genes produtores de filhos receberão um impulso até que a paridade seja alcançada.
Por último, outra possibilidade tem sustentação na cultura: como os humanos tendem a seguir a monogamia, isso pode colocar uma pressão evolutiva adicional para que os humanos se adequem ao princípio de Ronald Fisher. Embora pareça complexo, é, no fundo, uma explicação bem simples.