Ursos asiáticos conseguem copiar as expressões faciais uns dos outros

13/04/2019 às 11:002 min de leitura

Quando pensamos em animais em histórias infantis, os ursos estão entre os primeiros colocados em popularidade. Seja pela possibilidade de tornar sua aparência muito amigável ou pela sua habilidade de andar sobre duas patas, esses grandalhões fizeram parte da infância de muita gente.

Agora, uma nova descoberta, feita recentemente por pesquisadores da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, mostrou que uma espécie asiática possui uma característica muito peculiar, que os torna muito mais próximos de nós e dos gorilas.

Mímica peluda

O urso-malaio, ou urso-do-sol, não é a espécie mais fofa nem a maior da família dos ursos. Sua pelagem baixa, 1,50 metro de altura e 80 quilos em média, tornam sua aparência um tanto quanto engraçada. Aliado a isso, também possuem uma língua bem avantajada, semelhante a um tamanduá, que usam para buscar seu alimento predileto: cupins.

Apesar da fama de solitários, esses animais se mostram bem dispostos a interagir quando encontram outro de sua espécie. Tudo isso foi documentado durante o estudo que analisou as expressões faciais deles, que foi aconteceu no Centro de Conservação Sun Bear, em Bornéu, na região pertencente à Malásia.

A grande vantagem desse vasto ambiente, na opinião dos pesquisadores, foi a possibilidade de deixar que as interações entre eles acontecessem de forma natural. Esse momentos foram registrados em vídeo, com a análise posterior mostrando que, durante momentos de descontração, eles alternavam em mostrar os dentes da frente de forma combinada.

O que mais impressionou a autora do estudo, Marine Davilla-Ross, foi que eles “são animais relativamente solitários na natureza, mas isso sugere que a capacidade de se comunicar através de expressões faciais complexas pode ser uma forte característica presente nos mamíferos, permitindo que eles interajam socialmente”.

Risco de extinção

A equipe acredita que ainda são necessários novos estudos, para que sejam verificadas as possibilidades de outros animais apresentarem as mesmas características, por mais solitárias que sejam. Um grande empecilho nessa tarefa é o iminente risco de extinção de várias delas.

A população de ursos-do-sol diminuiu 30% nos últimos 30 anos, devido à redução de seu habitat natural pelo desmatamento e a presença de caçadores, que roubam filhotes que são vendidos ilegalmente como animais de estimação.

Além disso, motivos culturais contribuem para a diminuição da sua população, devido ao uso da vesícula biliar de urso em técnicas de medicina tradicional asiática. Diversas instituições tentam evitar que eles sejam mortos de forma deliberada, além de incentivar a sua reprodução. Assim como essa espécie, muitas outras precisam de proteção para que nossa fauna não diminua cada vez mais.

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