Artes/cultura
29/07/2022 às 13:00•2 min de leitura
Existem dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que se sentem totalmente descansadas dormindo apenas cinco horas por dia e aquelas que sentem a necessidade de dormir 300 horas consecutivas para recuperar todas as suas energias. Porém, como é possível que exista tanta discrepância entre os seres humanos?
Para entender como algumas pessoas conseguem dormir menos tempo sem sofrer qualquer tipo de consequência para a saúde ou para a memória, pesquisadores da Universidade da Califórnia passaram a realizar alguns experimentos. Veja só quais foram as respostas encontradas!
(Fonte: Pixabay)
Ao analisar uma dupla de pai e filho que apresentou resultados positivos em testes de memória mesmo com a noite de sono reduzida, os cientistas encontraram um dado interessante: ambos tinham uma pequena mutação genética que poderia estar relacionada a essa habilidade.
Por coincidência ou não, camundongos com o mesmo tipo de alteração genética também precisavam de menos sono em comparação com outros membros da sua espécie. De acordo com os pesquisadores, essas pessoas conseguem dormir com maior eficiência do que os demais seres humanos.
Logo, enquanto a maioria de nós precisa de oito horas para nos sentirmos descansados, esses indivíduos precisam de apenas quatro ou seis horas. Daqui para frente, o objetivo é que os dados obtidos nos últimos experimentos possam ser usados para compreender como o organismo dessas pessoas trabalha com maior eficácia. Caso essa resposta seja encontrada, nós poderíamos criar mecanismos para ajudar mais pessoas na sociedade.
(Fonte: Pixabay)
Ao estudar o DNA dos participantes do estudo, os pesquisadores da Universidade da Califórnia passaram a focar no gene do receptor 1 do neuropeptídeo S (NPSR1), o qual seria importante na regulação do sono. Mesmo assim, a equipe de trabalho acredita que essa seja apenas uma parte de um processo muito complexo do descanso humano.
Explorando como a proteína produzida pelo gene mutante NPSR1 do pai e do filho difere daquela produzida por um gene normal, os cientistas notaram uma pequena alteração: a mutação faz com que o receptor seja mais sensível e ativo. Por mais que as especificidades desse processo ainda precisam ser trabalhadas, há indícios de que essa é uma das partes que facilita o processo de recuperação em menor tempo.
Existe um plano para que medicamentos com os mesmos benefícios surjam no futuro, mas essa é uma promessa que provavelmente não estará disponível tão cedo — ou talvez nunca se cumpra. Caso dê certo, uma pílula seria capaz de reproduzir os efeitos que o gene mutante provoca para que uma pessoa consiga dormir menos sem repercussões negativas.
(Fonte: Pixabay)
Uma pessoa que passa pela privação de sono tende a sofrer diversos efeitos negativos em seu corpo. Como resultado, observa-se uma queda considerável nos índices de produtividade, memória e desempenho. Além disso, várias medidas de saúde passam a ser comprometidas.
Existe um senso comum de que o sono perdido durante a semana pode ser recuperado com um tempo adicional no final de semana, mas essa não é uma prática que funciona de verdade. Afinal, os danos causados pela falta de repouso correto ao longo dos dias deixa marcas gradativamente.