Ciência
15/06/2023 às 12:00•2 min de leitura
De frequência irregular, acontecendo em intervalos que variam aproximadamente de dois a sete anos, o El Niño parece mesmo estar chegando mais uma vez. O fenômeno natural, que ocorre em consequência do aquecimento da superfície do Oceano Pacífico, causa mudanças climáticas em todo o mundo.
Com sua chegada já confirmada pelo Instituto Nacional de Meteorologia, a expectativa é de que haja relevante impacto em todo o Brasil. Por exemplo, meteorologistas estimam que este ano haja um aumento no risco de seca nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, deve haver um volume maior de chuva no Sul, com a temperatura aumentando gradualmente entre as estações do outono e inverno.
Com o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, especialmente próximo à costa oeste do Peru, o El Niño surge com graças ao enfraquecimento dos ventos alísios. No hemisfério sul, estas correntes de ar sopram do leste para o oeste e, com o vento mais fraco e se movimentando menos, ocorre um aumento na temperatura no hemisfério sul que acaba refletindo em boa parte do planeta.
Enfraquecimento dos ventos alísios no Oceano Pacífico ocasiona fenômeno conhecido como El Niño
O já citado aquecimento do mar muitas vezes é bastante expressivo e, dependendo da intensidade do fenômeno, pode variar entre 3 °C e 7 °C. Para fins de comparação, o habitual para um El Niño "mais brando" é ver uma elevação na temperatura das águas de apenas 0,5 °C. Por tabela, este aquecimento marítimo ocasiona mudanças nas massas e nos índices de umidade relativa do ar.
Além do aumento da temperatura, resultando em invernos menos frios que o habitual, o Brasil enfrenta uma série de outros desafios com a chegada do El Niño. E por ser um país de extensões continentais, as diferentes regiões brasileiras encaram impactos e mudanças distintas.
Embora não se limite a apenas isto, dadas as diferentes ocasiões em que fomos expostos ao fenômeno, é possível estimar quais efeitos são mais esperados em cada região do Brasil.
Ainda que o fenômeno natural seja visto com maus olhos, vale lembrar que os problemas ocasionados pelo El Niño poderiam ser consideravelmente menores. Com mais investimentos públicos e planejamento real para situações catastróficas como secas e enchentes, a população brasileira sofreria menos com as súbitas alterações climáticas.