Ciência
03/12/2023 às 06:00•2 min de leitura
É muito provável que em algum momento da sua vida você já tenha passado por uma situação que lhe fez ficar com o rosto corado. Seja por vergonha ou por insegurança, esse tipo de reação é bastante comum e acontece apenas em humanos.
Abaixo nós contamos porque as pessoas coram e como você pode tentar prevenir — ou amenizar — esse tipo de reação!
(Fonte: Getty Images)
Diferente de outras respostas emocionais, corar é altamente variável entre indivíduos. Charles Darwin, inclusive, chamou o corar de “a mais peculiar e mais humana de todas as expressões”. Mas ficar com o rosto corado é mais do que uma reação involuntária do nosso corpo. Estudos indicam que o corar possui um papel importante na nossa comunicação social, sendo capaz de sugerir sinceridade, além de poder construir importantes laços entre duas ou mais pessoas.
Essa é uma das explicações para essa reação estar presente na nossa espécie: ela pode simplesmente ter evoluído como uma forma de proteger laços sociais essenciais. Ao provocar empatia, a capacidade do corar pode ter sido um dos fatores que tornaram a nossa espécie capaz de viver em grupos. No passado, isso foi essencial para a proteção contra predadores e para a cooperação dentro de grupos humanos.
Algumas pesquisas sugerem ainda que o corar, ao ser associado a expressões faciais sinceras, funciona como um pedido de desculpas mais efetivo, promovendo a reconciliação social. Essa adaptação automática pode ter evoluído para proteger contra impulsos destrutivos, promovendo a aceitação e a coesão social.
(Fonte: Getty Images)
Antes de tentar entender como evitar ficar corado, é importante saber como isso acontece. De maneira geral, situações estressantes ativam nossos sistemas automáticos de resposta — como luta ou fuga, por exemplo. Quando estamos em um ambiente desconfortável, essa mesma ativação ocorre, o que faz com que seja liberada adrenalina na nossa corrente sanguínea, dilatando os capilares e levando o sangue à superfície da pele, causando o característico rubor facial.
Tudo isso é extremamente variável, podendo acontecer de maneira mais ou menos intensa com pessoas diferentes, mesmo que elas estejam em um mesmo contexto. Isso significa que, além da resposta fisiológica, corar também possui motivos psicológicos. Eles estão relacionados com emoções complexas, como vergonha, sensação de exposição e elogios.
Portanto, o primeiro passo para tentar controlar ou evitar corar está ligado a abordagens psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental. Para casos mais graves, existe a simpatectomia torácica endoscópica (STE), um procedimento cirúrgico que desconecta as vias nervosas responsáveis pelo rubor — porém, essa opção é usada para distúrbios físicos, não para causas psicológicas.
O mais importante é lembrar que, uma vez iniciado, o corar é uma resposta automática do nosso corpo. Embora algumas pessoas se sintam ainda mais desconfortáveis nessas condições, não há nada de errado em ficar com o rosto corado.