Ciência
14/07/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 14/07/2024 às 08:00
As orcas estão entre os animais mais inteligentes do planeta. Elas possuem comportamentos específicos e até mesmo gírias ou dialetos próprios, dependendo da sua distribuição geográfica. E quanto mais nós as conhecemos, mais elas são capazes de nos surpreender, como você pode conferir abaixo.
Por muito tempo acreditou-se que orcas não representavam um perigo aos humanos. Os únicos registros de ataques eram com animais em cativeiros, sendo que em ambiente selvagem, os cetáceos costumavam apresentar um comportamento até amigável com a gente. Porém, nos últimos anos o cenário começou a mudar.
O primeiro ataque registrado ocorreu no Estreito de Gibraltar em maio de 2020. Desde então, esse número começou a crescer consideravelmente. De maneira geral, os ataques não causam grandes problemas, se resumindo a um pequeno grupo de orcas atacando os lemes de pequenos veleiros antes de se afastar e nadar embora. Apenas três desses ataques resultaram no afundamento das embarcações, o que sugere que os ataques podem ser mais uma demonstração de poder, do que uma ameaça de fato.
Talvez um dos comportamentos mais fascinantes já descritos no reino animal é a tática utilizada por orcas para caçar focas. Ela é usada por um grupo que soma aproximadamente 100 orcas — mas sempre em grupos pequenos —, que nadam em direção a uma camada de gelo no mar para formar uma onda e empurrar a foca para a água. E a técnica pode ficar ainda mais complexa.
Tudo começa quando algumas orcas colocam a cabeça para fora, para verificar onde a sua presa está. Caso a superfície seja muito grande, elas primeiro fazem um movimento muito coordenado e brusco para partir o gelo em pedaços menores. Depois, elas levam a foca para uma área mais aberta, onde será possível pegar uma distância e realizar um nado sincronizado com muita precisão, que irá criar a onda para derrubar a foca. Finalmente, para evitar a fuga, as orcas começam a fazer bolhas ao redor do animal, que fica desorientado e pode ser devorado com mais facilidade. O mais impressionante é que, em alguns casos, as orcas fazem isso apenas para se divertir e deixam a foca escapar para outro bloco de gelo.
Há alguns anos os cientistas já sabem que orcas são capazes de caçar tubarões-brancos. Elas desenvolveram algumas estratégias bastante específicas para conseguir cercar e atacar um dos maiores e mais bem-sucedidos predadores dos oceanos. Mas em 2023, um grupo de pesquisadores registrou um ataque de uma orca solitária a um tubarão-branco, o que indica que elas podem ter desenvolvido estratégias ainda mais específicas, dependendo da presença ou não de outras orcas.
O tubarão em questão possuía quase dois metros e meio de comprimento e teve seu fígado arrancado pela orca em menos de dois minutos. Depois o animal ainda se aproximou da embarcação onde estavam os pesquisadores, carregando o fígado do tubarão na boca, antes de mergulhar com o prêmio da caça.
As orcas costumam se alimentar de peixes ou moluscos, como lulas e polvos. Há ainda diversos registros de caça de focas, pinguins e outros cetáceos grandes como algumas espécies de baleias. Golfinhos também podem ser presas de orcas, mas com eles as coisas podem ser um pouco diferentes também.
Em diversos momentos, orcas foram vistas carregando golfinhos para fora da água. Às vezes, elas brincam com suas vítimas, permitindo que escapem antes de recapturá-las. A brincadeira pode se tornar mais agressiva, com as orcas jogando o boto para a superfície, batendo nele com suas caudas, ou sacudindo-o em suas bocas. Na maioria das vezes, os golfinhos morrem após esse tratamento brusco, que alguns cientistas acreditam que não passe de uma brincadeira.