PrEP e qual a importância dela no combate a epidemias de ISTs?

16/10/2024 às 18:353 min de leituraAtualizado em 16/10/2024 às 18:35

Quase todo mundo já ouviu falar alguma vez da PrEP. Seja na escola ou faculdade, em campanhas governamentais, no Carnaval, na balada ou qualquer outra situação semelhante. E, mesmo que não faça ideia do que seja, é provável que alguém do seu convívio a utilize

A Profilaxia Pré-Exposição é uma combinação de medicamentos — também chamada de ''coquetel'' — que funciona para reduzir o risco de contrair o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) através de relações sexuais. 

Para entender melhor sobre como ela funciona e seu papel na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) consultamos o Dr. Sergio Cimerman, professor titular de Infectologia da UNIP. Confira as principais informações a seguir.

PrEP: tudo o que você precisa saber

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Assim como os preservativos, a PrEP tem papel crucial no combate ao HIV — e mesmo a outras ISTs. No Brasil, o tratamento preventivo é distribuído amplamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2018.

Como funciona a PrEP?

O HIV é da família dos retrovírus, assim, a sua prevenção é realizada por meio de medicamentos anti-retrovirais. Atualmente, é utilizado o Tenofovir associado a Emtricitabina via oral. Há também o Cabotegravir, medicamento injetável aprovado pela Anvisa em junho de 2023.

A PrEP ''só pode ser prescrita para pessoas acima de 15 anos de idade e com peso corporal acima de 35 kg'', conforme o professor da UNIP, Dr. Sergio Cimerman.

Quem pode usar a PrEP e como usá-la

Como a PrEP é para a pré-exposição ao HIV, ela deve ser tomada por pessoas não infectadas, mas em situação de vulnerabilidade ao vírus, como: com parceiros soropositivos, que não utilizam preservativos, ou que utilizam a Profilaxia Pós-Exposição frequentemente. Há, ainda, o uso pontual, por pessoas que eventualmente se encontram situações de risco planejadas

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Assim, os dois métodos de uso são: o diário, com a ingestão de um comprimido todos os dias; e o sob demanda, com esquema de ingestão de comprimidos antes e após a relação. Segundo Cimerman, ''a escolha é compartilhada entre médico e paciente que acabam por decidir juntos a melhor opção baseado em dados clínicos''. 

Ela tem efeitos colaterais?

Os medicamentos que compõe a PrEP são amplamente testados e seguros, mas podem apresentar efeitos colaterais como náusea, dor de cabeça, e mal-estar. Porém, como informou o Dr. Cimerman ao Mega Curioso, esses efeitos são ''mínimos e transitórios''

Todavia, o professor alerta que, quem deseja utilizar a PrEP, ''deve informar ao médico remédios que faça de uso crônico, pois alguns podem causar interação''.

Como ter acesso à PrEP?

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Conforme mencionamos anteriormente, a Profilaxia Pré-Exposição é distribuída gratuitamente pelos SUS. Segundo o professor e infectologista, a distribuição é ''baseada em um protocolo bem estabelecido com regras e normas a serem seguidas''. Essas normas incluem:

  • Acompanhamento regular de saúde
  • Funcionamento adequado dos rins e do fígado
  • Testagem para o HIV e outras ISTs
  • Testagem para hepatites virais e vacinação para hepatite B
  • Avaliação do histórico de fraturas  

Enquanto o preenchimento do formulário para iniciar o uso da PrEP pode ser preenchido por qualquer médico, o professor da UNIP recomenda a consulta e acompanhamento com um infectologista ''que já detém experiencia no manejo destas drogas e, assim, poderá orientar o paciente com mais propriedade''.

Com todos os requisitos preenchidos e exames feitos, basta procurar os locais que fazem a distribuição da PrEP na sua região. ''Os medicamentos devem ser buscados presencialmente, com a receita e o formulário devidamente preenchidos'', informa o Dr. Cimerman.

Além do HIV

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A PrEP é uma grande aliada na prevenção da HIV e outras ISTs, afinal ela exige que os usuários façam testagens e exames regulares, além do acompanhamento médico contínuo. 

Entretanto, é importante ressaltar que o uso do preservativo ainda é a principal forma de prevenção, pois a PrEP funciona apenas contra o HIV, e os usuários continuam suscetíveis às outras infeções sexualmente transmissíveis.

Nesse sentido, o Dr. Cimerman recomenda que o paciente seja sempre honesto em sua abordagem com o médico. ''Assim, ele poderá fazer contigo uma decisão mais solida e orientar, também, sobre as diversas ISTs que também podem ser adquiridas''. 

Dessa forma, ele afirma que, ''na sua triagem, ele poderá solicitar exames específicos e orientar sobre algumas imunizações que podem ser importantes''. Por fim, o professor da UNIP conclui que o fator principal para o sucesso de prevenções e tratamentos ''é uma relação de confiança entre o médico e o paciente''. 

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