Ciência
11/12/2014 às 12:51•2 min de leitura
Um novo passo para a exploração de Marte foi dado na semana passada. A nave Órion retornou com sucesso de sua missão ao espaço, indo mais longe do qualquer outra projetada para ser tripulada em mais de 40 anos.
De acordo com o comunicado da NASA, o teste de voo realizado foi um grande passo e uma parte muito crítica do trabalho para ser o primeiro no espaço profundo para a jornada a Marte. Charles Bolden, da Agência Espacial, disse ainda: "as equipes fizeram um trabalho tremendo colocando Orion através dos seus passos no ambiente real que vai perdurar como nós empurramos o limite da exploração humana nos próximos anos".
A Órion foi lançada no dia 5 de dezembro às 7h05 da manhã na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida, em um foguete United Launch Alliance Delta IV Heavy. Veja o lançamento no vídeo abaixo:
Apenas quatro horas e meia mais tarde, o módulo com a tripulação retornou, caindo no Oceano Pacífico, a cerca de 965 quilômetros ao sudoeste de San Diego.
Segundo a NASA, durante esse teste não tripulado, a Órion viajou duas vezes através do cinturão de Van Allen, onde a nave experimentou períodos de alta radiação, chegando a uma altitude de 5.795 quilômetros acima da Terra.
Assim que entrou na atmosfera, a espaçonave suportou uma velocidade de 32.185 quilômetros por hora e temperaturas de cerca de 2.204,4º Celsius, o que são ótimas notícias para a NASA e os projetos para a Órion.
Depois de uma breve perda de sinal devido à bolha de plasma superaquecido que se formou em torno do veículo, a tampa do compartimento da frente da Órion foi descartada, liberando os paraquedas que estabilizaram a nave espacial para um mergulho mais tranquilo na superfície.
A sonda foi testada no espaço para permitir que os engenheiros coletassem dados críticos para avaliar o seu desempenho e melhorar a sua concepção.
Os principais objetivos desse primeiro voo teste foram sujeitar o escudo térmico da Órion a reentrada na atmosfera e se certificar que seus sistemas de hardware, de software e de navegação poderiam suportar os níveis de radiação mais elevados fora da estação espacial. E tudo isso foi completado com êxito.
Além disso, e não menos importante, os engenheiros também queriam verificar o desempenho dos paraquedas de gigantes de estabilização e os sistemas necessários para descartar os painéis estruturais do módulo de serviço e lançamento carenagem.
Este teste realizado com sucesso será de valor inestimável para as capacidades de teste para futuras missões a Marte. Para missões futuras, a Órion será lançada por um foguete de carga pesada que está sendo desenvolvido no Marshall Space Flight Center em Huntsville, no Alabama.
"Nós realmente forçamos a Órion tanto quanto nós poderíamos para nos dar dados reais que podemos usar para melhorar o design daqui para frente. Nas próximas semanas e meses vamos dar uma olhada nas informações, aplicando as lições aprendidas para a próxima missão”, disse Mark Geyer, gerente do programa Órion.
Agora é só aguardar mais novidades e a previsão é que, se tudo correr como planejado, a primeira missão tripulada sairá em 2021.