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09/09/2014 às 11:39•4 min de leitura
Se a ficção científica dominasse o mundo, a viagem no tempo, os ciborgues e alienígenas humanoides e o teletransporte seriam comuns entre nós. Mas qual seria a plausibilidade dessas ideias?
O site LiveScience examinou alguns conceitos populares dos filmes de ficção científica a fim de gerar um debate sobre eles serem possíveis ou não. Confira abaixo.
Na série Jornada nas Estrelas, o personagem Dr. Spock era um híbrido de humano e alienígena do planeta Vulcano. Praticamente, as únicas coisas que o diferenciavam dos seu colegas da Terra na aparência eram as suas orelhas pontudas.
Muitos outros filmes, séries e livros de ficção descrevem os seres sempre com aparência humanoide. Mas qual a possibilidade de a vida inteligente alienígena ser tão semelhante à humanidade?
De acordo com o Live Science, os cientistas propuseram argumentos sólidos a favor e contra sobre o conceito de os ETs desenvolverem um plano de corpo semelhante ao nosso. Literalmente, parece improvável que organismos de outro mundo que passou por eras de história evolutiva deveriam caber confortavelmente em nossas roupas.
Mas circunstâncias evolutivas semelhantes àquelas que nos levaram a desenvolver pernas e dedos para manipular ferramentas podem ter surgido em planetas alienígenas também. Talvez ainda o fato de ser bípede com simetria bilateral seja um pré-requisito para a construção social e tecnológica das sociedades avançadas.
A este respeito, alguns pesquisadores dizem que possuímos um "projeto ideal para um ser inteligente", conforme falou Seth Shostak, astrônomo sênior do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence Institute). Pode ser então que não haja outra escolha para os seres inteligentes a não ser se parecerem com os humanos.
Nada, até onde sabemos, pode viajar mais rápido do que a luz, de acordo com um dos pilares da física moderna: a teoria geral da relatividade de Einstein. Considerando que a relatividade geral diz que os objetos não podem viajar mais rápido que a velocidade da luz medida no espaço envolvente local, não há limites nas velocidades em que o próprio espaço se expande ou contrai.
Segundo o Live Science, é nessa "brecha" que alguns físicos se apoiam para explicar a plausibilidade do conceito das viagens mais rápidas do que a velocidade da luz. Por exemplo, a chamada "bolha de dobra" em torno de uma nave poderia fazer o próprio espaço-tempo contrair na frente e expandir por trás do objeto espacial.
"A bolha de dobra é um volume de espaço que pode ser capaz de se mover a uma velocidade mais rápida do que a luz, medida pelo espaço ao redor da bolha", disse Gerald Cleaver, um professor de física na Universidade de Baylor.
Quem nunca sonhou em se teletransportar para uma viagem ultrarrápida ou para aqueles momentos em que tudo o que se deseja é sumir do lugar onde está? Porém, infelizmente, esse processo ainda não existe, pelo menos para transportar humanos.
Cientificamente falando, o teletransporte enfrenta alguns obstáculos extremos. Até o momento, os cientistas conseguiram transportar informação quântica, em um caso entre fótons com quase 16 quilômetros a partir de um ao outro.
Mesmo assim, como o teletransporte quântico está muito longe de teletransportar material sólido ou mesmo uma pessoa, as ideias para fazê-lo — como buracos de minhoca — permanecem totalmente especulativas e repletas de desafios.
De qualquer forma, essas conquistas podem levar a menos fantasiosas, embora ainda impressionantes, tecnologias, como os computadores quânticos.
Os fãs de filmes e séries conhecem muito bem o conceito das capas de invisibilidade. De acordo com o Live Science, a ciência nos deu vislumbres, por assim dizer, de como poderia ser possível essas tecnologias não detectáveis. Mas os mantos de invisibilidade como os de ficção científica e filmes de fantasia permanecem completamente fora de questão.
"Eu não vou chamá-los de impossíveis, mas é improvável o que você vê em 'Harry Potter'", disse David Smith, professor de engenharia elétrica e computação da Universidade de Duke.
No entanto, pesquisas sobre renderizar objetos em formas invisíveis têm aparecido nos últimos anos. E capas parciais que funcionam como uma camuflagem sofisticada — bem como a distorção cintilante do ser do filme Predador de 1987 (imagem) — pode ser mais provável, disse Smith.
Em muitos contos futuristas, nossos heroicos protagonistas são muitas vezes auxiliados — e às vezes prejudicados — por máquinas inteligentes. Já no mundo real, a pesquisa de inteligência artificial tem ainda um bom caminho a percorrer.
Robôs e computadores já se mostraram muito mais confiáveis e eficientes do que seres humanos em tarefas específicas, tais como o trabalho em linhas de montagem. No entanto, as máquinas não podem lidar com muitas atividades que nos parecem básicas, como amarrar um sapato enquanto se mantém uma conversa.
"O que nós aprendemos até agora em 50 a 60 anos de pesquisa é que a inteligência artificial supera a humana em uma área muito pequena, seja a máquina tão sofisticada quanto possível”, disse Shlomo Zilberstein, professor de ciência da computação da Universidade de Massachusetts.
No entanto, dado o ritmo de progresso, muitos cientistas acreditam que máquinas altamente inteligentes estarão disponíveis nas próximas décadas. Mas é menos claro quando (ou se) os computadores vão conseguir uma forma de sensação humana, em termos de autointeresse e de vontade própria — algumas das premissas principais em muitas histórias de ficção científica sobre a inteligência artificial.
Em filmes como "O Exterminador do Futuro", uma possível guerra entre a humanidade e as máquinas é mostrada de forma apocalíptica. Dado o atual ritmo de desenvolvimento tecnológico, o cenário do "robôcalipse” (apocalipse robótico) parece até mais profético, não é mesmo?
Enquanto pesquisadores da área de ciências da computação discordam sobre o caminho que as máquinas podem seguir, eles dizem que a relação dos seres humanos com elas provavelmente será sempre harmoniosa e não de conflito.
No entanto, há uma série de cenários que poderiam levar seres não biológicos a terem o objetivo de exterminar a humanidade. "A tecnologia já existe para construir um sistema que pode destruir o mundo inteiro, intencionalmente ou não, se ele apenas detectar as condições adequadas", disse Shlomo Zilberstein, professor de ciência da computação da Universidade de Massachusetts.
Seria possível, um dia, uma pessoa aprender alguma atividade, como kung fu, apenas com algumas informações enviadas para o cérebro em poucos segundos através de um computador futurista implantado dentro do crânio, como acontece com o personagem de Keanu Reeves em Matrix?
De acordo com o Live Science, algumas pesquisas emergentes sugerem que o ritmo de aprendizagem de uma habilidade pode sim ser tecnologicamente potencializado.
Por exemplo, com o chamado neurofeedback decodificado, os cientistas usaram a ressonância magnética funcional para acionar os padrões de atividade cerebral no córtex visual que correspondem aos de um estado mental previamente conhecido, melhorando assim o desempenho de tais tarefas visuais.
Talvez um dia, com grandes avanços em diversas áreas, a aquisição de conhecimentos e habilidades pode acontecer rapidamente através de implantes ou hardware externos. "O conceito não é totalmente implausível", disse Bruce McNaughton, um neurocientista da Universidade de Lethbridge, no Canadá. "Eu sugiro que você volte em algumas centenas de anos para saber", brincou.