Ciência
24/11/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 24/11/2024 às 08:00
Você sabia que ficar em pé em uma perna só pode dizer muito sobre sua saúde? Esse teste simples revela muito mais do que imaginamos sobre a condição física e neuromuscular das pessoas ao longo dos anos.
Recentemente, cientistas da Mayo Clinic, nos EUA, realizaram um estudo que analisou o quanto a capacidade de se equilibrar em uma perna diminui com a idade, especialmente na perna “não dominante”. Os resultados foram publicados na revista PLOS ONE.
Manter o equilíbrio em uma perna por aproximadamente 30 segundos é frequentemente visto como um indicador positivo de saúde e funcionalidade. Mas, com o envelhecimento, manter o equilíbrio torna-se mais desafiador, refletindo as mudanças neuromusculares do corpo.
Em pessoas saudáveis com mais de 50 anos, a capacidade de se equilibrar diminui gradualmente, em média 2,2 segundos por década na perna menos usada e 1,7 segundos na dominante.
Essas pequenas oscilações, observadas ao se equilibrar em uma perna só, não sinalizam necessariamente uma fraqueza, mas mostram como o corpo se ajusta. Por outro lado, quando há maior oscilação ao se equilibrar sobre ambas as pernas, isso pode ser um sinal de alerta, indicando um possível declínio sensorial ou muscular, que requer atenção.
A relação entre equilíbrio e saúde neuromuscular é fundamental, pois envolve tanto a força física quanto a visão e outros sistemas sensoriais que ajudam a manter a estabilidade.
O equilíbrio na perna não dominante é o que mais se deteriora com o tempo, enquanto a força de preensão e a força do joelho tendem a diminuir de forma mais gradual. A perda de equilíbrio estático ocorre mais rapidamente que a perda de força muscular, e o tempo que alguém consegue se equilibrar em uma perna é um indicador da saúde neuromuscular.
Essa medida é importante por ser simples e acessível. Segundo um estudo anterior, a incapacidade de se equilibrar por cinco segundos já está associada ao dobro do risco de quedas graves no futuro.
Esses dados são úteis para médicos e cuidadores no desenvolvimento de programas de treino que ajudem a melhorar o equilíbrio e a força, contribuindo para que a população idosa mantenha sua independência.
Incorporar exercícios físicos é um passo essencial para viver com mais autonomia e qualidade de vida. Afinal, o equilíbrio não é só uma questão de postura — é um indicador valioso de saúde e bem-estar, algo que todos podemos cultivar para envelhecer com mais segurança e confiança.