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02/02/2016 às 10:20•3 min de leitura
Se você é do tipo supersticioso, daqueles que batem na madeira para espantar a má sorte, não passa embaixo de escadas de jeito nenhum e fica apavorado cada vez que cruza com um gato preto, temos mais uma para o seu repertório! Trata-se de uma condição descrita pelos orientais que indicaria se uma pessoa é amaldiçoada e se ela corre o risco de morrer prematuramente e de forma trágica.
A condição se chama Sanpaku, que, em tradução livre, significa “três brancos”, e está baseada na forma como os olhos podem ser divididos e na maneira como a esclera — que é como a parte branca dos olhos se chama — aparece com respeito às pálpebras. E aí, caro leitor, você está preparado para descobrir como é que a coisa toda funciona?
Analise atentamente o olho da imagem a seguir. Você vai perceber que a esclera fica visível nas duas laterais da íris — a parte “colorida” do olho —, assim como na parte inferior também. Veja:
Pois, de acordo com os defensores do Sanpaku, esse último detalhe, ou seja, o fato de a esclera ser visível sob a íris, não é uma notícia muito boa para o dono do olho. Isso porque, em pessoas saudáveis — e livres de maldições —, a íris deve tocar tanto a pálpebra superior como a inferior e ficar visível apenas nas laterais.
Mais precisamente, de acordo com um escritor japonês conhecido como George Osawa, o ideal é que a parte colorida dos olhos apareça posicionada como um sol nascente entre as pálpebras superior e inferior. Mais ou menos assim:
Na verdade, Osawa não é um japonês maluco qualquer. Ele foi o fundador da filosofia e dieta macrobiótica — que tem como objetivo equilibrar os elementos yin e yang dos alimentos e se baseia no consumo de cereais integrais e legumes e frutas frescas — e principal responsável pela popularização desse estilo de vida no Ocidente.
De acordo com Brian Ashcraft, do site Kotaku, para Osawa, conforme uma pessoa envelhece ou quando ela adoece, as íris começam a “subir” e a apontar em direção ao crânio, expondo uma parte da esclera na parte inferior. Segundo ele, basicamente, os olhos ficam parecidos com os de um indivíduo morto, e, quando isso acontece, é um indicativo de que o sujeito está em desequilíbrio, seja espiritual, emocional, psicológico ou orgânico.
Conforme contou Hashi, do portal Tofugu, embora pareça pura bizarrice, acontece que Osawa teria previsto a morte de algumas celebridades na década de 60 — entre elas, a de Marilyn Monroe e John Kennedy — com base na leitura de seus olhos. O japonês ainda teria citado vários exemplos de personalidades com Sanpaku que também tiveram um fim trágico, como foi o caso de Abraham Lincoln e James Dean.
Anos depois, em 1973, John Lennon mencionou a condição em uma de suas músicas — a “Aisumasen (I'm Sorry)” — e, com isso, muita gente começou a se perguntar se o Sanpaku teria alguma relação com o destino das pessoas.
Curiosamente, segundo os defensores do Sanpaku, se uma pessoa possui a esclera visível na parte inferior dos olhos, esse seria um indicativo de que o mundo exterior exerce algum tipo de risco sobre ela.
Em contrapartida, quando a parte branca fica visível sob a pálpebra superior, isso seria um sinal de que o “mundo interior”, ou seja, as emoções do sujeito, pode representar um perigo. Em outras palavras, ter o branco aparente na parte superior dos olhos serve como um indicativo de que um indivíduo não consegue controlar seus impulsos e pode cometer atos terríveis.
Apesar de a condição ter ficado famosa aqui no Ocidente, a verdade é que, no Oriente, por mais superstições que existam por lá, a relacionada com o Sanpaku nem é assim tão popular.
Além disso, o fato é que, dependendo da forma como posicionamos a cabeça ou da nossa expressão facial, o olhar muda — e isso não deve ser entendido como um anúncio de que a morte está chegando nem de que um ataque de fúria está para acontecer, não é mesmo?
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