Ciência
27/10/2014 às 13:21•3 min de leitura
Apesar de ameaçadores, há que se reconhecer que os jacarés e os crocodilos são animais muito interessantes. Eles são grandes répteis e pertencem à mesma ordem Crocodylia. Por isso, são semelhantes e muita gente confunde quem é quem. Mas, apesar disso, eles têm muitas diferenças.
Apesar de serem da mesma ordem, a família é diferente: os jacarés são da família Alligatoridae, enquanto os crocodilos são da Crocodylidae. Mas o que difere mais ainda são as características físicas.
Os jacarés têm as cabeças mais curtas e mais largas do que seus primos crocodilos. Além disso, os jacarés são menos agressivos. Mesmo assim, é preciso ter muito cuidado e manter a distância se você cruzar com um por aí (no Pantanal, por exemplo).
Outra característica é que o jacaré tem a coloração bem mais escura que o crocodilo, que tem um tom cinzento esverdeado mais claro. E ainda, a posição do maxilar dos dois é diferente: no jacaré é possível ver os seus dentes superiores quando a boca está fechada, enquanto no crocodilo é possível observar os dentes superiores e inferiores quando a boca está fechada.
Mas, hoje, nós vamos falar exclusivamente dos jacarés, de acordo com as informações de um artigo do Live Science, publicado por Alina Bradford.
Os dois tipos de jacarés que existem são os americanos e os chineses, sendo ambos do gênero Alligator. Aqueles que temos aqui no Brasil são chamados de Caimões (do gênero Caiman), como o jacaré-do-pantanal e o jacaré-do-papo-amarelo. Esses tipos variam em tamanho.
O jacaré americano pode crescer até 3,4 metros de comprimento e pesar quase meia tonelada, enquanto os chineses são menores, chegando a cerca de 1,5 metro de comprimento e geralmente pesando apenas cerca de 22 quilos — uma média de tamanho também do jacaré-do-papo-amarelo (apesar de já terem sido registrados exemplares de até 4 metros).
Os jacarés gostam de se deslocar em grupos, pois são animais bastante sociais. Geralmente, eles ficam juntos tomando banhos de sol ou dando um mergulho (vida boa, hein?). Esse tipo de comportamento acontece porque a temperatura dos jacarés é variável dependendo do ambiente.
Eles dependem do sol para manter a temperatura do corpo e, quando esquentam demais, se mandam para um mergulho no lago ou rio. É na água que os jacarés se dão bem durante a caça, podendo se deslocar mais rapidamente do que na terra e usando a força das suas caudas para abater as suas presas.
Os jacarés americanos podem nadar a uma velocidade de até 32,18 km/h e correr em terra o a cerca de 17,7 km/h, segundo o Live Science.
Sobre a dieta desses animais, eles são essencialmente carnívoros, podendo comer peixes, moluscos, aves, pequenos mamíferos e outros répteis — o que aparecer, eles mandam para dentro.
Sua mordida é tão forte que eles são capazes de quebrar o casco de uma tartaruga e comer o bichinho inteiro. Humanos eles só atacam mesmo se eles se sentirem ameaçados. De vez em quando, eles também comem frutas para dar uma variada.
O processo de reprodução dos jacarés é bastante interessante, pois a temperatura do ninho onde estão os ovos é que define o sexo da prole. De acordo com o Museu de Zoologia da Universidade de Michigan, os machos podem fertilizar várias fêmeas em uma estação de reprodução, que é em junho (no caso dos jacarés americanos).
Por outro lado, as fêmeas têm apenas um companheiro em cada estação. Quando chega o mês de julho, a fêmea cria um ninho de lama, plantas e galhos, onde ela põe seus ovos, podendo ser de 10 a 50 unidades de uma vez. Depois de colocados, eles são cobertos com mais lama, galhos e plantas.
Como dissemos no começo desse tópico, a temperatura do ninho define o sexo dos filhotes. De acordo com o Live Science, as fêmeas são produzidas quando as temperaturas ficam abaixo dos 28 graus Celsius, enquanto os machos se desenvolvem a temperaturas acima de 33 graus. Uma temperatura média de 31 graus irá produzir um número de machos e fêmeas.
Enquanto os ovos são chocados no ninho, a fêmea fica só de olho vigiando. Em setembro, os pequenos jacarezinhos já estão prontos para eclodir e sua mãe os ajuda a quebrar a casca para facilitar o processo.
Assim que nascem, os filhotes são praticamente independentes, podendo buscar a sua própria comida, porém se mantêm próximos à mãe por cerca de dois anos até iniciar as suas próprias famílias.