Artes/cultura
23/02/2022 às 12:00•2 min de leitura
As calças jeans como as conhecemos foram patenteadas nos Estados Unidos por Jacob Davis e Levi Strauss, em 1873, em São Francisco. De origem francesa, a palavra jean surgiu em 1800, como referência a um tecido feito de sarja de algodão, utilizado na fabricação de calças, produzido na cidade de Nimes (França).
Feitas de jeans tingido de índigo (uma tonalidade de azul), com bolsos e rebites resistentes, fabricada de maneira adequada ao trabalho, o uso das calças de denim remonta aos mineiros e a outros trabalhadores manuais que viram no modelo feito pela dupla Strauss e Davis um produto mais resistente aos frequentes rasgos que ocorriam nos bolsos durante a rotina de trabalho. Por essa razão, os rebites de cobre foram colocados para reforçar os bolsos, fazendo os jeans caírem no gosto.
(Fonte: Unsplash)
O azul dos jeans não foi uma escolha à toa. Essa tonalidade, semelhante ao azul-violeta, tornou-se padrão desde a patente de Levi Strauss. Ele percebeu que, ao ser exposto à água quente, os corantes permeavam o tecido e se fixavam nas fibras, o que não ocorria quando o corante utilizado era o índigo.
O corante aderia à parte externa das fibras e, em contato com água quente, desapareceria gradualmente em vez de penetrar mais no material. Ainda que fosse indesejável em peças de roupas mais delicadas, essa característica era bem vista nas calças jeans.
A perda do corante, ainda que deixasse à vista os fios, não arruinava o produto, o mesmo valendo para a perda de fibras. Na realidade, uma sequência de lavagens deixava o tecido mais macio e, com o tempo, com aparência desgastada, o que fez, por exemplo, o material cair no gosto da moda.
(Fonte: Vogue Brasil/Divulgação)
Como as calças seguiam sendo confortáveis para o trabalho e eram resistentes, caíram no gosto dos trabalhadores do século XIX. A fama mundial das calças de denim azul foi conquistada graças ao cinema.
Hollywood romantizou o uso de produtos feitos de jeans nas décadas de 1920 e 1930, fazendo os cowboys interpretados, principalmente, por John Wayne emprestarem uma imagem glamorosa ao produto.
Na sequência, campanhas publicitárias com modelos e atrizes ostentando modelos de calças jeans convenceram as mulheres de que era um material também feito para elas.
A consolidação veio com Marlon Brando e James Dean popularizando entre os jovens dos Estados Unidos a imagem de rebeldia e com enorme apelo sexual na década de 1950.
Dali em diante, a peça não só cresceu, como ganhou adeptos nos mais variados nichos da sociedade e tornou-se uma das peças mais icônicas e versáteis do guarda-roupas de homens e mulheres.
(Fonte: Vogue Brasil/Divulgação)
A contracultura e o movimento hippie dos anos 1970 impactaram a vida do jeans. Nesse período, ele se tornou ainda mais versátil e passou a fazer parte de diferentes looks e estilos. Nesse cenário, começam a surgir novos modelos de calças feitas utilizando denim, como a boca de sino.
E, se faltava alguma coisa, a marca Calvin Klein cravou o que não faltaria mais. Na década de 1980, a marca levou as calças jeans para as passarelas, revolucionando a moda com o primeiro desfile de produtos feitos com o material. Nada mal para quem surgiu para suprir as necessidades de trabalhadores manuais.